Mudança ideológica

A polarização política e ideológica vivenciada ao longo dos últimos anos no país ganhou um novo episódio em Tijucas, nesta semana. Gestores do Residencial Simón Bolívar, localizado nas proximidades da Rodovia BR-101, conseguiram, em Assembleia Geral, alterar o nome do condomínio.
Nos bastidores, especula-se que a reivindicação tenha cunho político. Isso porque o venezuelano Simón José Antonio de la Santíssima Trinidad Bolívar Palacios Ponte y Blanco, que batizava o residencial, é associado ao comunismo, um sistema ideológico constantemente ligado aos governados alinhados à esquerda.
Além do prédio, todos os blocos do conjunto habitacional recebiam nomes de políticos brasileiros, como o ex-deputado federal paulista Ulysses Guimarães – um dos fundadores do MDB e figura de liderança no enfrentamento à Ditadura Militar -, e do cearense e ex-governador do Pernambuco, Miguel Arraes, associado ao Partido Socialista Brasileiro, ou de figuras ligadas às atividades sociais.
Em entrevista ao VipSocial, o síndico do prédio, Rafael Vieira, afirmou que “o nome antigo ficou na história” e que 99% dos moradores “não quiseram fazer parte disso”. A partir de agora, o condomínio passa a se chamar Residencial Vila Bela e os blocos serão nominados apenas pelas letras do alfabeto.
RECORRENTE
Há pouco tempo, um movimento similar tentou modificar o nome do Condomínio Residencial Chê Guevara, localizado na Rua do Governo, construído em condições similares ao antigo Simón Bolívar. Durante as obras, a propósito, em 2011, a filha do eterno líder da Revolução Cubana, Aleida Guevara March, chegou a visitar o prédio batizado com o nome do pai.
Entretanto, rapidamente a situação foi contornada e, ao menos até o momento, não houve qualquer medida para a mudança de nome.
CONTRARIADO
O servidor público aposentado, Pedro Manoel da Costa, que coordenou os trabalhos de construção dos dois conjuntos de habitação popular, não aprovou a mudança e tentou, através do diálogo e de consultas jurídicas, convencer os gestores a manterem os nomes originais, mas sem sucesso.
“Eles só desconstroem. Não tem um trabalho de fazer, de buscar, procurar, erguer e construir. Descaracterizaram a função social. A gente só lamenta que a cegueira política, o ódio ideológico e político prevaleça”, lamentou Costa, em atenção ao Blog.
“Foi um trabalho para homenagear grandes figuras da América Latina, do nosso país e de outros países, como a Olga Benário Prestes, a Irmã Dorothy, Margarida Alves, Antonieta de Barros, Paulo Freire, Luiz Carlos Prestes, João Amazonas e Darcy Ribeiro, figuras que estão na história e ninguém vai apagar. Pessoas que lutaram para construir, a duras penas, um mundo melhor. Doaram suas vidas por um país com mais justiças sociais. Mas não desistimos de conquistar isso”, completou.
“Foi um trabalho para homenagear grandes figuras da América Latina, do nosso país e de outros países.”
Respeitosamente, pergunto ao Sr. Pedro Manoel da Costa:
Por que todos os nomes citados por Vossa Senhoria tem em comum terem bradado:
E ‘¡VIVA LA REVOLUCIÓN! ¡VIVA EL SOCIALISMO! ¡HASTA LA VICTORIA SIEMPRE!’
E terem dado vivas também a Fidel, Mao Tsé-Tung, Pol Pot, Stalin e Marx, responsáveis por mais de 100 milhões de assassinatos, preferencialmente de cristãos?