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Denúncia e defesa

Postado em 3 de dezembro de 2025

O clima político em Itapema voltou a esquentar, a ponto de fervura. Uma denúncia protocolada na semana passada pede que a Câmara Municipal abra processo de cassação contra os vereadores Saulo Salustiano Ramos Neto (PP), André de Oliveira (NOVO) e Mauro Roberto Alves Cordeiro (PSD).

O documento aponta supostas irregularidades na condução da Comissão Especial que investigava a adoção e a exploração econômica dos molhes do Pontal Norte. A comissão tinha 120 dias para apresentar o relatório final. O prazo expirou sem conclusão, e o empresário Lindiomir José Galisa – investigado no caso – ingressou com mandado de segurança pedindo a suspensão dos trabalhos. O desembargador João Henrique Blasi concedeu liminar em 9 de julho de 2025, e a Câmara foi oficialmente intimada dias depois, em 15 de julho.

Mas foi a reação do vereador André de Oliveira que chamou mais atenção. Ele gravou vídeo e classificou o pedido de cassação como “politicagem barata”, atribuindo a denúncia à mesma ONG que, segundo ele, tem criado “narrativas fabricadas” contra a atuação dos vereadores da CPI do rio Bela Cruz.

O estopim da denúncia seria a data de criação de um arquivo digital (Word) referente ao relatório final da CPI, produzido fora do prazo legal. André rebateu, afirmando que o conteúdo foi finalizado dentro do período previsto, e que a data recente do arquivo se deveu apenas à reedição e ao novo protocolo, após a queda da liminar que havia paralisado a comissão.

Em tom didático – e visivelmente irritado -, o vereador ironizou a denúncia: “Estão dizendo por aí que querem caçar o nosso mandato por causa de um arquivo de Word. Dá pra acreditar? Quando o prazo acabou, acabou. O relatório já estava pronto. Só foi reeditado e protocolado de novo quando a Justiça liberou os trabalhos.”

O vereador também criticou a demora da Câmara de Itapema em votar o relatório, o que, segundo ele, permitiu que os investigados obtivessem uma segunda liminar para travar novamente o processo. Para André o caso “não passa de pura baboseira”. Por ora, o documento aguarda análise da Mesa Diretora, que decidirá se a denúncia preenche os requisitos formais para instauração do processo de cassação.

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