Num instante, conhecemo-nos. Deixamos de ser tijuquenses, canelinhenses, batistenses, neotrentinos para ser brasileiros. Compramos a briga e acreditamos em tudo. E nos apresentamos como humanos, com acertos e erros; e de perfis diversos. Nem Freud conseguiria nos entender.
No prenúncio, nos dividimos entre descrentes e precavidos. Depois passamos a otimistas e preocupados. Depois, a acomodados e incomodados. O combustível estava no fim, o boca-a-boca profetizava o caos, e passamos a nos separar novamente em outras duas classes: os preguiçosos e os egoístas. Uns não queriam enfrentar a fila, não queriam ver o problema; e outros nem queriam saber quem ou quantos vinham atrás.
No tempo da realidade, formamos os desesperados e os oportunistas. Enquanto se falava em “crise”, houve quem enxergasse oportunidade e lucrasse desvairadamente com a angústia e a ignorância. Também há quem se mobilize, quem manobre, por muitas razões: para ser visto, ser lembrado, ser útil, ser líder, ser contra, ser político; e outros que apenas torcem, ou criticam à distância, ou ficam à margem, na sombra, nas redes sociais, à espera do fim.
Não apenas #somos todos caminhoneiros. Também #somos gente que precisa aprender muito.