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Um suposto caso de segregação racial em uma escola de São Josão Batista – onde, segundo a denúncia, crianças estariam sendo separadas em classes diferentes a partir da cor da pele -, publicizado dias atrás pelo vereador Teodoro Marcelo Adão (MDB), caiu como uma bomba no município.

Os fatos narrados pelo parlamentar, antes mesmo da apuração, provocaram revolta nas redes sociais, ampliadas pelos principais noticiários do Brasil. O prefeito Juliano Peixer (UNIÃO), inclusive, desde então, tem sido hostilizado nas plataformas digitais e passou a ser alvo de ataques de líderes religiosos, políticos e movimentos antirracistas.

Uma semana após a denúncia, porém, já se especula na Capital Catarinense do Calçado que jamais houve qualquer tipo de descriminação racial em nenhuma das unidades de ensino do município, conforme alegava o emedebista. 

Peixer ordenou uma apuração imediata do caso e identificou, por meio das fichas de matrículas dos estudantes, que apenas cinco crianças autodeclaradas negras – mediante assinatura dos pais -, estavam registadas na escola. O fato, por si só, impediria que ocorresse a suposta divisão indicada pelo vereador. 

Outras provas colhidas durante a apuração interna também rejeitam qualquer possibilidade da existência do crime e serão divulgadas em breve. Em atenção ao Blog, o mandatário revelou que já recebeu pareceres informais de órgãos judiciais, que iniciaram a investigação do caso e comprovaram a inexistência da segregação. 

A administração batistense garante que tomará todas as medidas necessárias e pretende enviar toda a apuração documentada ao MP-SC (Ministério Público de Santa Catarina). 

DISCUSSÃO 

Os pontos e contrapontos foram apresentados na sessão ordinária da Câmara de Vereadores, nesta segunda-feira (24). O auge do debate foi a apresentação de uma mensagem de voz, enviada por uma das mães ao vereador autor da denúncia. Na gravação, a interlocutora confirma que testemunhou a divisão racial. 

Em resposta, o presidente do Legislativo batistense, Gustavo Grimm (PL), apresentou um novo áudio gravado pela mesma mãe, afirmando que havia encaminhado a mensagem para Adão precocemente. A testemunha relata também que informou o equívoco ao emedebista e alega que pediu para que o primeiro áudio não fosse publicizado. 

Grimm revelou, ainda, que a autora das mensagens registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil contra Teodoro Marcelo Adão. Os ânimos, então, ficaram exaltados e o vice-presidente do parlamento Municipal, Fábio Norberto Sturmer (PP) – que no momento presidia a sessão -, precisou interromper as discussões. 

SEGURANÇA

Com medo de possíveis retaliações após a ampla repercussão, o mandatário batistense determinou o reforço da segurança como forma de proteção aos professores, servidores, estudantes e pais envolvidos na rotina da escola.