Foto: Câmara de Bombinhas

A Câmara de Vereadores de Bombinhas aprovou em primeira votação, ontem (3), um Projeto de Lei Complementar que reajusta em 4,17% os salários dos servidores do Legislativo. Além do aumento, a proposta concede aos funcionários da casa um abono de R$ 600,00 e estabelece um auxílio-alimentação de R$ 1.100,00 para os parlamentares.

O PL nº 0001/2025, assinado e apresentado pela mesa diretora do parlamento, justifica o reajuste como “interesse em adequar os vencimentos, funções e atribuições” dos cargos “à realidade”.

Em votação, oito dos nove vereadores bombinenses aprovaram a proposta: Átila Ueliton Rodrigues de Oliveira (PL), Cláudio Rogério Espindola (PP), Gean Carlos da Silva (PP), Guilherme Gil Maffei (PSD), Juliane Nivalda de Jesus (PODE), Larissa Selene Cirino Gobatto (UNIÃO), Leandro José dos Santos (PSD) e Telma Cristina Alves Mafra (PODE).

CONTRÁRIA

Apesar de, em tese, beneficiar-se do aumento, a vereadora Lourdes Matias (NOVO) votou contra o projeto. A parlamentar novista pontuou falhas do Poder Público bombinense que precisam ser resolvidas com prioridade e urgência, antes de qualquer aumento de despesas.

“Temos deficiências como a rede de esgoto, fila de espera para ultrassonografia, falta de CAPS e transporte coletivo. Cobramos a maior taxa de água e esgoto da região, e temos servidores efetivos sendo desrespeitados, vendo o inchaço da maquina pública sem receber a devida valorização. Não é razoável que uma Casa Legislativa traga para a discussão, já nas primeiras sessões, um projeto que beneficie a si própria e onere o cidadão, sem antes se preocupar em corrigir práticas ilegítimas”, frisou.

Foto: Divulgação

A constituição política da Câmara Municipal de Bombinhas ficou escancarada em recente publicação do vereador Gean Carlos “Minhoca” da Silva (PP), em que denominou “nosso time” o grupo de sete dos nove parlamentares atuais. A postagem partiu de uma reunião no gabinete do prefeito Alexandre da Silva (PSD).

Embora se apresentem como “independentes”, passa por evidência que a dupla Lourdes Matias (NOVO) e Atila Ueliton “Boca” Rodrigues de Oliveira (PL) venha sendo enquadrada como oposição no Legislativo bombinense. E, especialmente, que não haja qualquer intenção, de parte a parte, pela unidade.

Lurdinha e Boca, a propósito, devem ter trabalho dobrado durante a legislatura se quiserem que a tarefa de fiscalização do empenho dos recursos e atos do Executivo seja, de fato, atribuição da Câmara nestes próximos quatro anos. A lealdade do citado “nosso time” não deixa dúvidas.

Foto: Arquivo Pessoal

Os preceitos do NOVO foram postos à prova mais uma vez em Bombinhas, na eleição para a presidência da Câmara Municipal. Única novista com mandato local, a vereadora Lourdes Matias presidiu a sessão solene de posse – por ser a mais idosa entre os parlamentares eleitos –, semana passada, e marcou a posição do partido na concorrência interna.

Apoiada no regimento, nomeou o colega Atila Ueliton “Boca” Rodrigues de Oliveira (PL), que teria os mesmos ideais de independência no Legislativo, para secretariar os trabalhos da mesa. Ainda que fossem votos vencidos, ambos rejeitaram a única chapa inscrita no certame, liderada pelo vereador governista Claudio Rogério Espindola (PP) e eleita no cômputo final.

Nas redes sociais, o NOVO informou que “o trabalho de fiscalização já iniciado após as eleições será intensificado”, e que um canal de denúncias anônimas será disponibilizado para envio de demandas pela comunidade. Neste momento, a advogada e voluntária Jadna Matias da Silva, filha da vereadora Lurdinha e candidata na recente eleição majoritária do município, é quem vem recebendo os pleitos locais no número (47) 99628-1977.