Vinho, água e memórias

Vinte anos depois, os “pais” da municipalização da água em São João Batista voltaram a se reunir. O encontro juntou o ex-prefeito Aderbal Manoel dos Santos (PP), o advogado Nelson Zunino Neto e o engenheiro Valnei José Beckhauser, trio que em 2005 desafiou a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) e tomou para si o controle do abastecimento do município.
Durante a conversa, regada a algumas garrafas de bom vinho, semana passada, revisitaram as fases do processo. Na época, São João Batista sofria com a escassez. Investimentos minguados, torneiras secas e um humor popular cada vez mais áspero.
O desfecho entrou para a crônica local. Em 1º de setembro de 2005, a Casan deixava de mandar. Poucos dias depois, a lei sancionada criava oficialmente o Sisam (Serviço de Infraestrutura, Saneamento e Abastecimento de Água Municipal). A partir dali, vieram a captação da Vargem Pequena, a nova estação no Centro e a expansão da rede, que hoje cobre 98% da Capital Catarinense do Calçado.
Duas décadas depois, o Sisam se tornou vitrine estadual e, inclusive, serviu de inspiração para a vizinhança, como, por exemplo, Canelinha, que seguiu o modelo com o Semais (Serviço Municipal de Água, Infraestrutura e Saneamento).