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Música triste

Postado em 22 de outubro de 2019
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A cidade, uma região inteira, a arte, a cultura, uma legião de admiradores e a noite perderam, de uma só vez, um ilustre e digno representante. O excepcional Kaio Berlinck deu o último falsete no domingo (20) de madrugada, nos braços da mulher, professora Rosimere Furtado. Partiu como queria, sem dor ou sofrimento; mas, para os amigos, fãs e familiares, muito cedo, aos 66 anos, sem pontear mais uma vez o violão ou contar outra anedota.

Foi um dos melhores. Na seresta, nas cordas, no ritmo, na alegria, na sensibilidade e no carisma. Era artista no mais amplo sentido da palavra; de alma, de berço, de vida. Fez história nos palcos e na boemia, na sociedade e além-fronteiras com o Café no Bule — batizado e propalado nas apresentações na tevê, no Programa do Ratinho, no SBT —, e marcou uma geração. A música, em Tijucas e região, tem dois períodos: um antes, e outro depois dele.

Foi-se embora o Kaia multifacetado, que tocava, cantava, animava, interpretava, fazia rir; o Kaia seresteiro, boêmio que não bebia, do samba, da Mere, do Velho Berlinck, da loja de som, dos gestos simples, da gargalhada gostosa, das histórias hilariantes, dos palcos grandes e menores, de amigos em toda parte, de Tijucas, e, agora, da saudade. Que tristeza!