Movimentado
Canelinha foi o palco de um encontro, ontem, de lideranças do Partido Liberal com a ala feminina do partido, batizado como PL Mulher. O movimento vem ganhando força no Vale do Rio Tijucas e segue sendo estruturado em quase todos os municípios.
O prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (PL) foi o anfitrião do evento, que contou com a presença da deputada estadual Ana Caroline Campagnolo, presidente estadual da ala feminina do PL, e da vereadora Maryane Mattos, de Florianópolis, responsável pela coordenação do movimento.
A organização aproveitou a reunião para trazer a vivência de importantes figuras femininas na política, com temas baseados nos quatro pilares que vêm sendo defendidos pelo PL em todo o Brasil: Deus, Pátria, Família e Liberdade.
O grupo pretendia, ainda, estreitar as relações com as executivas municipais da região, fortalecendo laços e pavimentando caminhos para 2024, já pensando na construção de nominatas.
Além de Alves Maciel, que pretende concorrer à reeleição no ano que vem, estavam presentes os pré-candidatos a prefeito de São João Batista, Felipe Lemos (PL), e de Tijucas, Thiago Peixoto dos Anjos (PL).
Como mulher e feminista, não posso deixar de expressar minha indignação e decepção com a postura retrógrada e excludente demonstrada neste encontro do PL Mulher.
É inacreditável que em pleno século 21, um partido político considere adequado estruturar um movimento para mulheres baseado em pilares como “Deus, Pátria, Família e Liberdade”. Isso soa paternalista e limitante.
Onde estão pautas verdadeiramente importantes para nós mulheres, como combate à violência doméstica, igualdade salarial, saúde e direitos reprodutivos? Essas bandeiras conservadoras em nada representam as mulheres de hoje.
Além disso, causa repúdio que um evento para mulheres seja organizado e liderado majoritariamente por homens. Nós, mulheres, não precisamos de tutela masculina para tratar de nossos interesses e demandas.
Esse tipo de postura demonstra que o PL está completamente desconectado da realidade e das lutas feministas atuais. Usar o nome de um movimento feminino para promover ideias retrógradas é inaceitável.
Espero que as mulheres de Santa Catarina, e do Brasil, rejeitem esse tipo de iniciativa e busquem partidos e políticos verdadeiramente comprometidos com a equidade de gênero e o empoderamento feminino. Já passou da hora de termos mais mulheres no poder para defender nossos direitos e conquistas.