O cisma azul
Fotos: Divulgação
O Partido Liberal, tão acostumado a marchar sob a mesma bandeira, vive agora um racha que promete ecoar até o Vale do Rio Tijucas. No centro da disputa está o nome da deputada federal Caroline De Toni (PL-SC) — até pouco tempo, unanimidade entre prefeitos da região como escolha natural para o Senado — e o governador Jorginho Mello (PL), que decidiu antecipar o jogo e declarar preferência por outro nome na corrida de 2026.
Entre a cruz e a espada, as lideranças do Vale precisarão de mais que prudência. Será preciso cálculo político e sangue frio. Como o blog já havia adiantado, nomes como Maickon Campos Sgrott (PP), de Tijucas; Diogo Alves Maciel (PL), de Canelinha; Joel Orlando Lucinda (MDB) e o vice Ailto Neckel de Souza (PL), de Porto Belo; Carlos Alexandre “Xepa” Ribeiro (PL), e Alexandre da Silva (PSD), de Bombinhas, alinharam-se à parlamentar. Todos, até aqui, seguem firmes na defesa de De Toni.
Mas o tabuleiro virou quando Jorginho Mello anunciou publicamente apoio a Carlos Bolsonaro (PL) para o Senado, em dobradinha com Esperidião Amin (PP). A reação de De Toni foi imediata e pública. Em entrevista a uma rádio de Xanxerê, afirmou que será candidata ao Senado mesmo que precise deixar o PL. A deputada revelou que o governador, pessoalmente, havia lhe prometido a vaga olhando em seus olhos e na sua casa.

O enredo ganhou mais tempero quando Carlos Bolsonaro compartilhou, em suas redes, um vídeo de apoio à própria De Toni, declarando que ambos pretendem “quebrar algumas barreiras juntos”. A mensagem, ainda que ambígua, colocou brasas no fogo já aceso entre a base do governador e a ala fiel à deputada.
Enquanto o embate se desenrola em escala estadual, os prefeitos da região ficam entre a cruz e a espada. A quem seguir — ao governador que distribui as chaves do cofre estadual ou à deputada que conquistou o eleitorado com discurso ideológico e lealdade à família Bolsonaro?
A resposta, por enquanto, está no campo das apostas.
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