sexta-feira, 5 de dezembro de 2025 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

O cisma azul

Postado em 24 de outubro de 2025
Fotos: Divulgação

Tão habituado a marchar sob a mesma bandeira, o PL catarinense vive agora um racha que promete ecoar no Vale do Rio Tijucas. No centro da disputa está o nome da deputada federal Caroline De Toni (PL-SC) — até pouco tempo unanimidade entre prefeitos da região como escolha natural para o Senado — e o governador Jorginho Mello (PL), que decidiu antecipar o jogo e declarar preferência por outro nome na corrida de 2026.

Entre a cruz e a espada, as lideranças do Vale precisarão de mais que prudência. Será preciso cálculo político e sangue frio. Como o Blog já havia adiantado, nomes como Maickon Campos Sgrott (PP), de Tijucas, Diogo Francisco Alves Maciel (PL), de Canelinha, Joel Orlando Lucinda (MDB) e o vice Ailto Neckel de Souza (PL), de Porto Belo, Carlos Alexandre “Xepa” de Souza Ribeiro (PL), de Itapema, e Alexandre da Silva (PSD), de Bombinhas, alinharam-se à parlamentar. Todos, até aqui, seguem firmes na defesa de Carol.

Mas o tabuleiro virou quando Jorginho anunciou publicamente apoio a Carlos Bolsonaro (PL) para o Senado, em dobradinha com Esperidião Amin (PP). A reação de De Toni foi imediata e pública. Em entrevista a uma rádio de Xanxerê, ela declarou que será candidata ao Senado mesmo que precise deixar o PL. A deputada revelou que o governador, pessoalmente, havia lhe prometido a vaga olhando em seus olhos e na sua casa.

O enredo ganhou mais tempero quando Carlos Bolsonaro compartilhou, em suas redes, um vídeo de apoio à própria De Toni, declarando que ambos pretendem “quebrar algumas barreiras juntos”. A mensagem, ainda que ambígua, colocou mais uma brasa no fogo já aceso entre a base do governador e a ala fiel à deputada.

Enquanto o embate se desenrola em escala estadual, os prefeitos da região ficam em sinuca de bico. A quem seguir? Ao governador, que distribui as chaves do cofre estadual, ou à deputada que conquistou o eleitorado com discurso ideológico e lealdade à família Bolsonaro?

A resposta, por enquanto, está no campo das apostas.

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