O prefeito de Porto Belo, Emerson Stein (MDB), tem que quebrar a cabeça para manter o título de Capital Catarinense dos Transatlânticos no município. A vizinha Balneário Camboriú, que vem, cada vez mais, monopolizando atenções e interesses na região, acaba de conseguir licença ambiental prévia do IMA (Instituto do Meio Ambiente) para o BC Port – projeto de um porto de transatlânticos com permissão para duas atracações simultâneas de navios de cruzeiro. O investimento é de R$ 318 milhões.

Se a frequência de escalas em Porto Belo já vinha oscilando temporada após temporada, com mais essa, agora…

Finalmente, a Receita Federal terá um posto no píer de Porto Belo enquanto transatlânticos de turismo estiverem atracados na cidade.

Por décadas, a falta de alfandegamento na Capital Catarinense dos Transatlânticos tirava da cidade e até de Santa Catarina dezenas de escalas de navios que vinham da Argentina e do Uruguai. Com o novo ponto cerca de 100 cruzeiros que saem dos vizinhos países poderão atracar na cidade nesta próxima temporada, a partir de novembro.

Presidente da Abremar (Associação Brasileira de Empresas Marítimas), Marcos Ferraz confirmou, ontem, no evento de apresentação das ações para o desenvolvimento econômico de Porto Belo, no Hotel Morro do Sol, notícia que Léo deu no blog e na coluna do Notícias do Dia, de que a legislação, os impostos e a falta de estrutura estão afastando os navios de cruzeiro dos destinos brasileiros e levando para a China, o novo mercado dessa modalidade.

Mais otimista, o presidente da Fumtur (Fundação Municipal de Turismo) de Porto Belo, Claudio Souza, diz, exclusivamente ao colunista, que as dez escalas de cruzeiros da temporada 2014/2015 foram revertidas para 21 no último verão; e que a Capital Catarinense dos Transatlânticos continua liderando o mercado do turismo náutico no Estado.

Os prognósticos não são os melhores para a próxima temporada de cruzeiros em Porto Belo. Devido aos altos custos das operações no Brasil, entre taxas portuárias, praticagem, alimentos, bebidas, impostos e infraestrutura, levantamentos das empresas de viagens náuticas revelam que fica – entre 35% e 40% – mais em conta levar os transatlânticos para o Caribe e a China.

Daqueles míseros 10 navios que aportaram na região na temporada 2015/2016, apenas a metade é prevista para o próximo verão.