sexta-feira, 5 de dezembro de 2025 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Passo medido

Postado em 6 de novembro de 2025
Fotos: Arquivo

Quem esperava ver Diogo Francisco Alves Maciel (PL) embarcar de cabeça na turbulência que sacode o PL catarinense entre Caroline De Toni e Carlos Bolsonaro na disputa pelo Senado, pode tirar o cavalinho da chuva. O prefeito de Canelinha segue pelo caminho do pragmatismo com cautela e silêncio. E há uma conta quase matemática nessa postura.

A novela interna ganhou novos capítulos nos últimos dias, com a deputada Ana Caroline Campagnolo vestindo a camisa de Carol e criticando a possível candidatura do filho do ex-presidente por Santa Catarina, questionando a importação de nomes de fora do estado. Argumento conhecido, barulho grande, ânimos à flor da pele.

Mas, longe dos holofotes e das brigas ideológicas, Maciel segue no compasso de espera. Ele, assim como outros prefeitos da região, já havia respaldado o nome de De Toni – porém agora observa o jogo com atenção redobrada. Não pretende subir o tom, nem criar desconforto com Jorginho Mello. Ao contrário: garante que, quando chegar a hora, distribuirá o “santinho” com os nomes indicados pelo governador, seja qual for a escalação.

Há, contudo, um ponto sensível no cálculo. Maciel demonstra preferência para que De Toni deixe a corrida à Câmara Federal. Não por discordância política, mas por lógica eleitoral. Sem ela na disputa, o campo de votos se abre e fortalece personagens que orbitam mais perto de sua estratégia – como Zé Trovão –, distante da sombra de uma candidata competitiva no mesmo nicho.

Paciência, leitura de cenário e passos contados. Pragmatismo não faz barulho, mas costuma ser fundamental para a sobrevivência política.

Água no chopp

Postado em 21 de outubro de 2025
Fotos: Divulgação

Ao que tudo indica, o movimento articulado por prefeitos da região em torno da deputada federal Caroline De Toni (PL-SC) — capitaneado por nomes como Maickon Campos Sgrott (PP) de Tijucas, Diogo Alves Maciel (PL) de Canelinha, Joel Orlando Lucinda (MDB) e seu vice Ailto Neckel de Souza (PL), de Porto Belo, além de Alexandre da Silva (PSD), de Bombinhas — deve perder fôlego antes mesmo de decolar.

O motivo? O governador Jorginho Mello (PL) jogou um balde de água fria na articulação ao confirmar que o nome para o Senado em sua chapa de reeleição será Carlos Bolsonaro (PL). Sem meias palavras, o chefe do Executivo estadual destacou que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro lidera todas as pesquisas internas e, portanto, é “candidato natural” ao cargo.

Apesar de não poupar elogios a De Toni, que vinha sendo a aposta preferida dos prefeitos locais, Jorginho foi categórico: o segundo espaço da majoritária ficará com o senador Esperidião Amin (PP-SC). E ainda trouxe um novo ingrediente à disputa. O posto de vice, segundo ele, será destinado ao MDB, numa composição que reforça o pragmatismo político do governador e amplia o arco de alianças.

Nos bastidores, a fala de Jorginho caiu como uma ducha gelada entre os apoiadores de Carol. Irritados com o veto velado à candidatura da deputada, aliados teriam ventilado a possibilidade de sua migração para o NOVO, com eventual apoio à candidatura de João Rodrigues (PSD), caso o PL mantenha as portas fechadas. A própria parlamentar, em declarações recentes, admitiu que não descarta a mudança para garantir espaço na disputa.

Com o cenário cada vez mais desenhado, restará aos prefeitos da região, especialmente os do PL, aguardar o desenrolar e, talvez, contentarem-se com o que vier da cúpula estadual. A política, afinal, também é um jogo de hierarquias e tempos e, por ora, o poder está nas mãos de Jorginho.

Saiba mais sobre o apoio dos prefeitos da região:

Desagravo