Sete: O aviso das urnas
Após curta e tumultuada campanha, resquício de uma pré-convenção desgastante que deixou profundas cicatrizes no PMDB de Tijucas, o engenheiro Valério Tomazi (PMDB) elegeu-se prefeito em 2012. Além da valiosa continuidade, os periquitos ainda receberam outro presente das urnas: a advertência subliminar de que a ideia da “mudança” já permeava os sentidos dos tijuquenses. A magra diferença de votos entre vitoriosos e vencidos era um recado que pedia uma análise detalhada.
Talvez o próprio candidato situacionista tenha percebido que essa transformação seria necessária e salutar. Tanto que tempos antes da votação e, principalmente depois dela, lançou o compromisso público de optar por “perfis técnicos” na condução das pastas da administração municipal. A população comprou a proposta; e aplaudiu. Na prática, porém, a história foi outra. Em 28 de dezembro de 2012, ainda na transição de governo, Tomazi convocou uma coletiva de imprensa para apresentar o novo (?) colegiado. Apenas seis nomes anunciados para as 16 repartições da estrutura municipal não participavam efetivamente do primeiro e segundo escalões da gestão que terminava naquele ano. Antônio Cantalício Serpa, Cláudio Thiago Izidoro, José Teotônio “Zé Pequeno” da Silva Filho, Oscar Luiz Lopes, Sivonei Simas e Wilson Bernardo de Souza foram as novidades.
Faça-se um adendo na nomeação de Zé Pequeno como secretário de Obras, Transportes e Serviços Públicos. Ele apenas assumiu oficialmente, em 1º de janeiro de 2013, mas não permaneceu no cargo por problemas de saúde. Gestora da pasta na administração anterior, Eliane Tomaz voltou a ocupar o posto. Portanto, 11 nomes do colegiado de Elmis Mannrich (PMDB) se realocavam no então novo governo.
Tomazi, que pregou “mudança” e deu esperanças àqueles que ansiavam por outros rostos e procedimentos na condução das demandas do município, deixou claras impressões de que sua autonomia era limitada. Cumulativamente, o próprio PMDB começava a zerar o saldo com o eleitorado tijuquense e trocava o recado das eleições por mais quatro anos de endosso ao seu quadro íntimo.
Em 2 de outubro deste ano, as urnas disseram novamente que gostariam de ver caras novas, condutas e horizontes diferentes no trato do patrimônio público. E foi épico. Os rumos alternativos poderiam começar em casa; se a mensagem do processo eleitoral de 2012 não fosse ufanamente desconsiderada, por imperícia ou impotência. A oposição parece ter assimilado melhor o aviso, e lançou o slogan “mudar faz bem” durante a campanha. Era tudo o que os tijuquenses queriam. Havia quatro anos.
Não foi por falta de avisos e de conselhos…
Pessoas bem próximas de Valério – de antes e da própria campanha – alertaram (e repetiram, como mantras, durante os meses que se seguiram, nos três primeiros anos da gestão) que a “presença” dos fantasmas de Elmis (representados no staff mantido) iria impedir qualquer tentativa de “descolar” a administração nova, da velha…
Não deu outra! Tudo o que se fazia nos “bastidores”, os pombos levavam para o ninho do ex-alcaide… E ele os orientava…
Tem mais ingredientes nesse angu… O ex também boicotou (como pôde) as ações “externas” de Valério nos gabinetes das secretarias de Estado e na Assembleia Legislativa.
Por ter confiado (cegamente) no ex, Valerio fez uma administração baseada no que “ele” queria, até chegar ao desgaste (interno e externo). O resultado da convenção foi natural, portanto…
Só não contava “ele” que Valério fosse, ferido, trabalhar pela verdadeira mudança…
Quem pagou pra ver, desembolsou bastante…
Avisado o mesmo foi pois deixou a Flávia e o Elmis montar o diretório somente com nomes escolhidos a dedos!Tinha cada um que estava no PMDB fazia alguns meses, e deixando outros velhos Pemdebistas de fora por causa do risco de perder, como aconteceu com o Márcio Rosa, pois só a familia do gordo tinha 6 votos e ainda assim roubaram a eleição do Márcio, e o castigo veio a cavalo mangá larga.