terça-feira, 23 de abril de 2024 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Burocracia e autonomia

Postado em 13 de junho de 2018
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Foto: Ana Maria Leal da Veiga

O deputado estadual Serafim Venzon (PSDB) organizou, ontem, uma reunião entre o governador Eduardo Pinho Moreira (MDB) e os secretários de Saúde de municípios do Vale do Rio Tijucas. A comitiva expôs ao chefe do Executivo estadual os problemas enfrentados nas cidades, como a burocracia e a demora para resolução das cirurgias eletivas.

Recentes alterações no sistema da Secretaria de Estado da Saúde travaram ainda mais a fila para os procedimentos cirúrgicos não emergenciais. Com as novas regras, o posto de saúde passa a ser, obrigatoriamente, a única porta de entrada das pessoas que precisam de atendimento público. E a insatisfação é compartilhada pelos gestores da Saúde nos municípios, que pedem mais autonomia. “Os secretários estão com as mãos atadas. Não conseguem decidir se resolvem ou não um pedido de autorização para cirurgias”, justifica Venzon.

Sete: O aviso das urnas

Postado em 18 de outubro de 2016
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Após curta e tumultuada campanha, resquício de uma pré-convenção desgastante que deixou profundas cicatrizes no PMDB de Tijucas, o engenheiro Valério Tomazi (PMDB) elegeu-se prefeito em 2012. Além da valiosa continuidade, os periquitos ainda receberam outro presente das urnas: a advertência subliminar de que a ideia da “mudança” já permeava os sentidos dos tijuquenses. A magra diferença de votos entre vitoriosos e vencidos era um recado que pedia uma análise detalhada.

Talvez o próprio candidato situacionista tenha percebido que essa transformação seria necessária e salutar. Tanto que tempos antes da votação e, principalmente depois dela, lançou o compromisso público de optar por “perfis técnicos” na condução das pastas da administração municipal. A população comprou a proposta; e aplaudiu. Na prática, porém, a história foi outra. Em 28 de dezembro de 2012, ainda na transição de governo, Tomazi convocou uma coletiva de imprensa para apresentar o novo (?) colegiado. Apenas seis nomes anunciados para as 16 repartições da estrutura municipal não participavam efetivamente do primeiro e segundo escalões da gestão que terminava naquele ano. Antônio Cantalício Serpa, Cláudio Thiago Izidoro, José Teotônio “Zé Pequeno” da Silva FilhoOscar Luiz Lopes, Sivonei Simas e Wilson Bernardo de Souza foram as novidades.

Faça-se um adendo na nomeação de Zé Pequeno como secretário de Obras, Transportes e Serviços Públicos. Ele apenas assumiu oficialmente, em 1º de janeiro de 2013, mas não permaneceu no cargo por problemas de saúde. Gestora da pasta na administração anterior, Eliane Tomaz voltou a ocupar o posto. Portanto, 11 nomes do colegiado de Elmis Mannrich (PMDB) se realocavam no então novo governo.

Tomazi, que pregou “mudança” e deu esperanças àqueles que ansiavam por outros rostos e procedimentos na condução das demandas do município, deixou claras impressões de que sua autonomia era limitada. Cumulativamente, o próprio PMDB começava a zerar o saldo com o eleitorado tijuquense e trocava o recado das eleições por mais quatro anos de endosso ao seu quadro íntimo.

Em 2 de outubro deste ano, as urnas disseram novamente que gostariam de ver caras novas, condutas e horizontes diferentes no trato do patrimônio público. E foi épico. Os rumos alternativos poderiam começar em casa; se a mensagem do processo eleitoral de 2012 não fosse ufanamente desconsiderada, por imperícia ou impotência. A oposição parece ter assimilado melhor o aviso, e lançou o slogan “mudar faz bem” durante a campanha. Era tudo o que os tijuquenses queriam. Havia quatro anos.