Foto: Arquivo Pessoal

A iminente troca de comando no PL de Tijucas, prevista para este mês, deve ter desdobramentos no grupo que conquistou a segunda posição no pleito majoritário de 2024. O atual presidente do partido, Alberto Carlos “Tito” Dolorini, tem planos de, assim que passar o bastão, trabalhar na expansão do capital político com a inclusão de mais uma legenda ao projeto.

Com o ex-vereador Fernando Fagundes na presidência do PL, decidida internamente e avalizada na cúpula estadual do partido, Tito passaria, quase que automaticamente, a controlar o REPUBLICANOS no município. Os trâmites estariam adiantados e abonados pelo deputado federal Jorge Goetten, presidente estadual da legenda, que tem laços estreitos com o governador Jorginho Mello (PL) e teria pedido maior representação em Tijucas.

A manobra criaria estofo eleitoral para os projetos liberalistas em Tijucas, com vistas nas eleições gerais do ano que vem e consequências em 2028.

CORRENTE
Prova de que a reorganização do REPUBLICANOS não representaria uma divisão no PL municipal, ainda que alguns membros migrassem para a nova legenda, estaria na manutenção da noiva de Tito, Josiéli Pacheco, como vice-presidente do PL Mulher em Tijucas ao lado da irmã do governador, Filomena Mello.

Foto: Arquivo Pessoal

Prestes a completar um ano de filiação ao partido, o experiente ex-vereador Fernando Fagundes, o Fernando do Gordo, de Tijucas, que concorreu recentemente à vice-prefeitura, assumirá a presidência do PL no município.

Parlamentar de quatro mandatos consecutivos à época, Fagundes embarcou no projeto liberalista em março de 2024, durante a janela de filiações partidárias e após décadas de militância ativa nas fileiras emedebistas.

Segundo apurado pelo Blog, os detalhes da indicação foram tratados pessoalmente pelo governador Jorginho Mello (PL) – principal liderança da legenda no Estado. Na cúpula tijuquense, não houve qualquer objeção à proposta.

Fagundes foi apoiado por boa parte da executiva municipal, sobretudo pelo atual presidente do PL tijuquense, o empresário Alberto Carlos Dolorini, o popular Tito, que comanda a legenda na Capital do Vale desde o ano passado.

Foto: Arquivo Pessoal

A propalada pesquisa que definiria o candidato a prefeito do PL em Tijucas, acordada nas internas da legenda, pode nem ser realizada. Caso seja, não deve ter o peso que principalmente o empresário Thiago Peixoto dos Anjos e o ex-vereador Sidney Machado ansiavam que tivesse.

As novas diretrizes do processo passaram a ser sublinhadas nos últimos encontros da regência do partido, quando orientações para que os três pré-candidatos liberalistas buscassem um acordo que beneficiasse o grupo foram dadas. Independentemente do potencial de votos de cada um, a propósito.

Sobressaem-se, portanto, teorias de que o representante do PL na concorrência majoritária sempre foi o vereador Fernando Fagundes e que aquela conversa decisiva entre o ex-emedebista e o governador Jorginho Mello na véspera da transferência era a garantia para que os procedimentos internos fossem apenas protocolares.

Se antes uma suposta preferência por Fagundes era tratada com discrição, a situação mudou desde que o atual presidente do partido em Tijucas, Alberto Carlos Dolorini, o Tito, foi empossado, há cerca de um mês.

A interferência direta do ex-vereador e ex-deputado estadual André Dadam, que tem muita proximidade com um dos filhos do governador, também passou a ser mais frequente no seio liberalista tijuquense. Ele seria outro que defende a escolha de Fagundes como candidato a prefeito sem a prévia da opinião pública.

Sobre a mesa, estão os argumentos de que o vereador por quatro legislaturas consecutivas teria melhor relacionamento nas esferas superiores do poder e que viria trabalhando mais em prol do PL, com filiações e adesões de lideranças, em comparação aos concorrentes internos.

Consultados pelo Blog, os outros dois pré-candidatos a prefeito do partido, Thiago Peixoto dos Anjos e Sidney Machado, disseram, cada um a seu modo, que continuam acreditando no que foi acordado, que a melhor forma de escolha do candidato segue sendo a pesquisa e que também têm garantias, tanto da regência local do PL quanto do governador, sobre a transparência do processo.