Foto: Luan Lucas | Arquivo

O comandante do 31º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Eder Jaciel de Souza Oliveira, deixará a função nesta sexta-feira (15), em ato oficial realizado na sede do BPM, situado em Itapema.

O anúncio foi feito nesta tarde, em decisão confirmada pelo comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, e pelo comandante do 3º Comando Regional de Polícia Militar, coronel Jefferson Schmidt.

Eder Jaciel ganhou notoriedade em toda a região após um intenso trabalho de combate à criminalidade, sobretudo quando coordenou o enfrentamento ao crime organizado na localidade do Jardim Progresso, em Tijucas.

Segundo apurado pelo Blog, o tenente-coronel cogitava ir para a reserva da Polícia Militar, após cerca de 24 anos de serviços prestados à instituição. Entretando, poderá assumir outro batalhão. O novo comandante do 31º BPM será o tenente-coronel Edio Francisco Fiorentini Júnior.

A Polícia Militar de Santa Catarina anunciou que Eder Jaciel de Souza Oliveira assumirá o comando do 12º Batalhão de Polícia Militar, com sede em Balneário Camboriú, substituindo o tenente-coronel Rafael Vicente. 

O combate intensivo à insegurança no município, o revide em mesmo tom à violência, o contra-ataque oportuno às forças do crime e os discursos firmes e pontuais em favor da Lei e da ordem transformaram o major Éder Jaciel de Souza Oliveira, comandante da Polícia Militar de Tijucas desde 27 de fevereiro, na esperança – já sentida – de paz para a população da Capital do Vale. Feito que, impressionantemente, deve render ao militar, com pouco mais de 40 dias na cidade, o título de Cidadão Honorário de Tijucas conferido pela Câmara Municipal.

A solicitação é assinada por toda a bancada situacionista. O galardão será entregue ao comandante da PM na sessão solene do Legislativo tijuquense, na semana do município, em junho. E deve ser um recorde histórico. Jamais alguém com tão pouco tempo de serviços prestados a Tijucas recebeu o mérito. Na justificativa da proposta, porém, os parlamentares incluem o “papel fundamental” do homenageado “no comando da Operação Ragnarök, que desarticulou um grupo de criminosos que dominava o tráfico de drogas na cidade” em outubro de 2016.

Uma comitiva de prefeitos e autoridades da região está, agora, em audiência com o secretário estadual de Segurança Pública, César Augusto Grubba, em Florianópolis. Todos os chefes dos Executivos municipais do Vale do Rio Tijucas – com exceção do canelinhense Moacir Montibeler (PMDB) –, além de vereadores e presidentes das Câmaras da região, reuniram-se, agora à tarde, na casa de campo do presidente do Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto) de Tijucas, empresário Jilson José de Oliveira, no Sul do Rio, e, de lá, partiram em comboio para o encontro.

As reivindicações são antigas e recorrentes: maior policiamento no Vale e combate ostensivo à criminalidade que vem crescendo assustadoramente nos cinco municípios da província.

Para muitos titulares do PMDB estadual, parece que Elmis Mannrich (PMDB) ainda é o prefeito de Tijucas. Por prestígio ao ex, ou por distância do atual, Valério Tomazi (PMDB), representantes do partido no governo e na Assembleia têm recebido frequentemente o presidente municipal do PMDB para tratar, pasme!, de demandas do município.

Um dos casos está registrado no Facebook do deputado estadual Aldo Schneider (PMDB), hoje. O parlamentar relata que recebeu Mannrich e o vereador Fernando Fagundes (PMDB) para, juntos, encontrarem o secretário estadual de Segurança Pública, César Grubba, e solicitarem maior eficiência no combate à violência e criminalidade na Capital do Vale.

A respeitada Revista Exame publicou, em 2014, um ranking dos municípios mais violentos do país. Embora pequena, Tijucas era a quarta colocada em Santa Catarina. Foram consideradas, para o estudo, as taxas de assassinatos nas cidades com mais de 10 mil habitantes em todo o território brasileiro.

Antes e depois dessa publicação, entidades de classe e lideranças políticas locais realizaram seguidas romarias à porta da Secretaria Estadual de Segurança Pública, e tiveram audiências pessoais com o secretário César Grubba. De lá para cá, nada mudou. O mesmo – e irrisório – contingente policial segue à disposição dos tijuquenses; os homicídios continuam quebrando lamentáveis recordes de tempos em tempos na cidade; e quase nenhum desses crimes tem resolução.

Tristes de nós, que estamos à mercê dessa revoltante estatística. Pior para famílias como a do jovem Bruno Pereira, vitimado pela covardia de um marginal ontem, sem direito à defesa e com mil sonhos por realizar. Até quando, autoridades? Até quando?