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Dois: A ressurreição de Lázaro

Postado em 5 de outubro de 2016
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Candidato a vice-prefeito vencido nas eleições de 2004 pelo PSDB, o genuinamente cola-branca Luiz Rogério da Silva passou os três anos seguintes em Brasília, como assessor do então deputado federal Djalma Berger. À época no emergente PSB, ele recebeu um convite inusitado: disputar as eleições municipais de Tijucas como candidato a vice-prefeito do ex-adversário Elmis Mannrich (PMDB), que iria à reeleição. As indicações partiram do ex-prefeito Nilton “Gordo” Fagundes, que se alinhava fortemente à administração municipal, e da então secretária de Educação, Elizabete Mianes da Silva. As costuras começaram na Câmara, com o vereador Sérgio Murilo Cordeiro, que ainda era oposição e muito próximo de Rogerinho. Gordo e Bete sustentavam que dificilmente perderiam a eleição se os dois líderes oposicionistas fossem aliados naquela feita.

Mannrich e o PMDB tiveram a primeira chance de anular dois dos seus principais adversários. Mas preferiram oxigenar a carreira política de Silva e dar guarida a Cordeiro, que anunciava aos quatro ventos suas diferenças com o PT e com Roberto Vailati, candidato no pleito majoritário pela oposição em 2008. A dupla Elmis & Rogerinho venceu, com a maior diferença de votos da história (6.252), a eleição pela prefeitura de Tijucas; e Serginho recebeu, a partir de 2009, como prêmio pela lealdade na campanha, o comando da Secretaria Municipal de Saúde, para desgosto nefando dos peemedebistas históricos. O abrigo, com pompa e circunstância, aos ex-adversários – um na vice-prefeitura e outro numa das principais pastas do governo –, passou a ser um problema que o prefeito e a cúpula do partido se obrigaram a administrar desde então. O desconforto, de parte a parte, era nítido.

Eleita pela primeira vez à Câmara Municipal, a professora Lialda Lemos (PSDB), que se transformaria na mais severa crítica dos governos peemedebistas nos últimos tempos, escolheu sua primeira vítima naquela legislatura. Dela, o então vice-prefeito recebeu a alcunha de Lázaro, o personagem bíblico ressurgido da morte.

Rogerinho se reergueu. Serginho seguiu forte. Ambos certamente têm gratidão à assistência do PMDB numa das fases decisivas das suas carreiras públicas; e domingo (2 de outubro de 2016), de volta às suas origens, foram respectivamente responsáveis pelo marketing e pela coordenação geral da campanha do professor Elói Mariano Rocha (PSD), vitorioso na mais catastrófica participação dos periquitos nas eleições majoritárias de Tijucas.

4 Comentários em “Dois: A ressurreição de Lázaro”

  1. Aguia que sobrevoa disse:

    O “estrategista” sempre se gabou, em rodas de conversa regada à cevada e em conversinhas ao pé de ouvido, que sabia ANULAR seus mais fortes opositores… Fez isso algumas vezes… Mas, ao que parece, inebriado pelos ares etílicos, deixou de avaliar os riscos que a competição pelos votos contém… É fato que as geleiras acabaram por “sugerir” que os ditos personagens, eles e ela, buscassem um período sabático (pelo menos no pleito). Conta-se nas mesmas rodas de Baco, algumas até pouco conhecidas, na periferia, que os dois “moços”, em face da dedicação de bastidor, teriam costurado suas presenças (ilustradas) no staff de primeiro escalão do professor, enquanto ela, com as benesses do patrono perdulário, teria exigido um “prêmio de consolação” na área assistencial do (futuro, e agora descartado) governo… Né?

  2. Rita de Cassia disse:

    Na minha humilde opinião os dois Rogerinho vulgo Lazaro e Serginho assinaram sua despedida para qualquer chance de majoritária, pois o PMDB só os que e outros que se assim se dispulserem para coajuvantes deles nunca vão ser atores principais.
    Eles entram com a bunda e o PMDB com pé.

  3. Antonio lopes disse:

    A campanha do Sr.Eloi Mariano Rocha pautada pela MUDANÇA, será que vai dar Cargos em Comissão para os 4 ex-presitentes da Câmara que estão com seus bens indisponíveis pelo Ministério Público e alguns Vereadores que não se elegerão, então não é mudança e retrocesso!!

    1. Aguia que sobrevoa disse:

      Por enquanto, só especulações… E muita bravata nas bolsas de apostas… Quem viver, verá!

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