quinta-feira, 21 de novembro de 2024 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Não “Tem”

Postado em 11 de outubro de 2024
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Foto: Divulgação

Um dos favoritos para alcançar uma das 13 cadeiras do Legislativo tijuquense, o ex-vereador e ex-secretário municipal de Tijucas, Vilson José Porcíncula (PP), o popular Tem, recebeu 495 votos e alcançou apenas a primeira suplência do partido.

Porcíncula comandou a Saúde, uma das principais pastas de qualquer administração, durante mais de sete anos, na gestão de Eloi Mariano Rocha (PSD). O fato, por si só, garantia o nome do ex-secretário nas primeiras fileiras das casas de apostas para o pleito.

Para efeito de comparação, outros ex-comandantes da pasta ou figuras que representavam a Saúde e pleitearam uma cadeira na Câmara, sempre tiveram sucesso, como Marilú Duarte Carvalho, em 2008, Luiz Rogério da Silva (in memorian) e Sérgio Murilo Cordeiro, em 2012, e, mais recentemente, Nadir Olindina Amorim, em 2020.

CAUSAS E CIRCUNSTÂNCIAS

Analistas da política tijuquense creditam o insucesso de Porcíncula a diferentes fatores. A participação em legislaturas passadas, por exemplo, que o tira do bloco de “novidades” no pleito, pode ter influenciado.

A exposição dos problemas da Saúde pública de Tijucas nos programas dos candidatos adversários à prefeitura certamente contribuíram. Além, obviamente, do massacre social ao atendimento no Hospital São José e ao fechamento da Maternidade Chiquinha Gallotti, muito embora não tenham relação direta com a gestão municipal.

Três: O filho adotivo

Postado em 6 de outubro de 2016
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No segundo semestre de 2008, Elmis Mannrich (PMDB) estava nos braços do povo. Em apenas três anos e meio, o prefeito de Tijucas ostentava o título informal de “melhor de todos os tempos” e caminhava a passos largos para a reeleição. Na retaguarda, sempre atenta e sagaz, a chefe de gabinete Flávia Fagundes filha do ex-prefeito Nilton “Gordo” Fagundes contribuía vigorosamente para a impressionante aprovação popular da administração municipal e, consequentemente, para a excelente imagem do chefe. Era ela quem fazia o atendimento aos pleitos da sociedade, encaminhava urgências ao prefeito, regia o colegiado municipal e cuidava pessoalmente de algumas demandas que pudessem ser terceirizadas. Chegava antes e saía da prefeitura depois de todos. Tinha pulso, jogo de cintura e vontade de trabalhar; além da fidelidade irreparável ao partido e, especialmente, ao patrão, a quem servia desde os tempos do escritório de advocacia.

Na carona desse ótimo momento, Fernando Fagundes (PMDB) despontava entre os jovens candidatos à Câmara na época. Filho de um dos políticos mais populares da história de Tijucas, peemedebista de berço, irmão da chefe de gabinete e frequente de inúmeros grupos sociais da cidade, tinha tudo para estrear bem nas concorrências eleitorais. Não deu outra. Em 5 de outubro daquele ano, ele recebeu 1.381 votos 20 a menos que a primeira colocada Marilú Duarte Carvalho (PMDB), então braço direito do secretário de Saúde à época, Walter Gomes Filho e conquistou, com virtudes sobejas, uma cadeira no Legislativo.

Mannrich estava reeleito e Fernando do Gordo na Câmara em 2009. Tudo parecia em ordem, não fosse a contestação dos métodos, inclusive pelos partidários, vereadores reeleitos e históricos, que, por ciúme ou por direito, passaram às objeções veladas. Formou-se, nos meses anteriores e anos seguintes à campanha, um elemento populário de que a estrutura municipal operava em função do irmão da chefe de gabinete. Alguns comissionados da prefeitura, inclusive, admitem quem eram mais valorizados se manifestassem apoio ao vereador e trabalhassem nesse sentido; e os demais parlamentares do partido, que não tinham as mesmas vantagens, começavam a ignorar alguns interesses da administração municipal na Câmara em razão dessa situação. Edson Souza e Elizabete Mianes da Silva eram, visivelmente, dois dos mais incomodados na época.

Fernando Fagundes continuou bem-sucedido nos pleitos eleitorais seguintes, sempre com expressiva votação. Neste, de 2016, era, flagrantemente, o candidato a vereador do candidato a prefeito. A esmagadora maioria dos cabos eleitorais do partido eram, e foram, também replicadores de votos para o edil reeleito; que, desta vez, somou 1.141 indicações e liderou, pela segunda vez consecutiva, a lista proporcional de classificados. O sucesso, porém, veio pela metade. Mannrich sofreu seu mais amargo revés, para tristeza de muitos e alegria de outros  principalmente de alguns que buscavam apenas a igualdade de privilégios nos seus governos anteriores.