Foto: Arquivo Pessoal

Longe da prefeitura após 12 anos de presença governista, o MDB de São João Batista tem enfrentado dificuldades em encontrar conforto e aconchego na ala de oposição ao prefeito Juliano Peixer (UNIÃO).

A tradicional legenda, aliás, corre risco de enfrentar um processo eleitoral interno para definir quem comandará as ações do grupo no próximo biênio. A disputa, aliás, divide o partido em três partes.

Em um dos blocos, o ex-prefeito Pedro Alfredo Ramos, o Pedroca, quer manter o protagonismo entre os emedebistas e presidir o partido. Porém, enfrenta na outra ponta um de seus principais aliados no governo, o ex-secretário municipal Gélio de Oliveira. A tríade é completa pelo suplente de vereador, Milson da Silva, que também se coloca no pleito.

ESPECULAÇÕES

No ninho emedebista, especula-se que a pré-candidatura de Pedroca à presidência do partido tenha relação direta com os objetivos do notável empresário Laudir José Kammer, o Alemão, que estaria propenso a retomar o prestígio de outrora junto à legenda.

Oliveira, por sua vez, teria a intenção de disputar a Prefeitura de São João Batista em 2028 e, para pavimentar o caminho até a candidatura, precisaria trabalhar pelo fortalecimento do grupo. Alcançar o comando do partido seria o primeiro passo.

BOMBEIROS

Lideranças emedebistas foram acionadas e já trabalham para evitar um racha e encontrar um consenso que agrade as partes. Entre os envolvidos, está o ex-prefeito Tiago Dalsasso, de Nova Trento, enviado pelo secretário de Estado da Infraestrutura e deputado estadual licenciado, Jerry Comper, para evitar a cizânia. Pois então…

Foto: Arquivo pessoal

Parte do PP de São João Batista vem cuspindo abelhas africanas contra o líder do partido na Câmara, vereador Jardel Corrêa (PP). E os demais progressistas locais seguem estupefatos, incrédulos, com a decisão, exclusivamente dele, de salvar o ex-prefeito Pedro Alfredo Ramos (MDB) das garras do TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Bastava apenas um parecer desfavorável, justamente o do mais celebrado dos pepistas no Legislativo, para configurar dois terços do parlamento na primeira votação e para que o governo passado, tão esbordoado por sua grege, recebesse a mácula das contas rejeitadas. O tiro de misericórdia, no entanto, não foi dado.

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JUSTIFICATIVA
Segundo apurou o jornal Correio Catarinense, Corrêa teria acatado a recomendação do TCE, que pedia aprovação, com ressalvas, das contas do exercício de 2023 da prefeitura de São João Batista. O periódico publicou, ainda, que o líder do PP na Câmara teria consultado o departamento jurídico do Legislativo antes de tomar a decisão.

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BASTIDORES
Fontes do Blog, entretanto, dão conta de um estranhamento entre Corrêa e o presidente do partido e colega de parlamento Fábio Norberto Sturmer antes da sessão.

De acordo com a rádio corredor, o líder do PP na Câmara teria ficado muito contrariado com a ordem do comandante pepista – de que nenhum dos correligionários usasse a palavra livre durante a votação.

A claque progressista, à boca pequena, especula que Corrêa tenha votado a contragosto da legenda apenas por birra.

Foto: Luan Lucas | Arquivo Linha de Frente

As contas do ex-prefeito Pedro Alfredo Ramos (MDB), o Pedroca, de São João Batista, referentes ao exercício de 2023, foram aprovadas em segunda votação, ontem (28), após apreciação da Câmara de Vereadores.

Seis parlamentares batistenses optaram por acompanhar a recomendação do TCE-SC (Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina), que também aprovou os dados da administração, apesar de algumas ressalvas. Entre eles, o ex-vice-prefeito Almir Peixer (MDB), o popular Déi do Gás.

Votaram pela aprovação, ainda, José Leopoldo Silveira (MDB), o Zéca do Carmelo, Kristiani Caxias e Silva (PODE), Teodoro Marcelo Adão (MDB), Mário Antônio Garcia Teixeira (PL) e Jardel Corrêa (PP). O último, a propósito, é líder do Progressistas na Câmara, mas deixou a animosidade partidária em segundo plano e optou por validar os números apresentados.

O presidente do Legislativo batistense, Gustavo Grimm (PL), votou contra o projeto que aprovava os balanços do terceiro ano da gestão de Pedroca, acompanhado de Alexandre Peixer Baltazar (UNIÃO), o Barata, Fábio Norberto Sturmer (PP), o Fábio da Ravel, Matheus Gonçalves (PSD) e Ronaldo Melo (PP), o Cocada.

Foto: Prefeitura de SJB

O descontentamento da representação progressista com as ações do prefeito Juliano Peixer (UNIÃO), apesar da aliança, corre em rastilho de pólvora na seara política de São João Batista. E, com o assunto em pauta, pipocam evidências nas reuniões de botequim e rodas de esquina.

A “absurda” inexistência de um chefe de gabinete na prefeitura – reclamada veladamente por caciques do PP – tem, nos bastidores, razão de ser o calcanhar de Aquiles da coalizão. Os pepistas ansiavam que o cargo fosse destinado a Angela Maria Soares, candidata a vereadora do partido em 2024, a quem antes teriam tentado encaixar no comando da Secretaria de Assistência Social. Peixer, no entanto, deu de ombros à primeira indicação e tem feito o mesmo nos apelos derradeiros.

Não bastasse, o prefeito, ainda que oficialmente mantenha o posto inabitado, tem usado o servidor de carreira Carlos Gonzaga Silveira na função. Questão que agrava a reprimenda do PP, uma vez que o disposto funcionário era, assumidamente, cabo eleitoral e dos principais entusiastas da reeleição do ex-prefeito Pedro Alfredo Ramos (MDB).

O acolhimento fraterno a Gonzaga e o enjeitamento de Angela Soares, mais a postergação do prometido pente fino nos atos administrativos do antecessor – cobrado sistematicamente por situacionistas na Câmara –, colocam a pulga na orelha dos aliados e sugerem que a oposição entre Peixer e Pedroca, que dividiram parte da gestão passada, tenha sido apenas engodo de campanha para militâncias emocionadas.

Foto: Arquivo Pessoal

O que caciques do PP batistense mais receavam não tardou. Eles têm sentido, ainda sem maiores protestos, as agruras da coadjuvação em um governo que esperavam, entusiasmados, que seria fifty-fifty.

As críticas progressistas, a propósito, são veladas e não passam da boca pequena. Entre si, os partidários mais assíduos reclamam da manutenção de parte da equipe que frequentou o quadro comissionado da gestão de Pedro Alfredo Ramos (MDB), tão combatida por eles, e da falta das “grandes mudanças” acordadas com o prefeito aliado Juliano Peixer (UNIÃO) no ínterim da campanha. Alguns, inclusive, consideram absurda a inexistência, na atual administração, de um chefe de gabinete – que poderia descentralizar a atuação do mandatário batistense e, quem sabe, melhorar o trânsito pepista no paço.

Para os correligionários, o silêncio do líder-mor do PP em São João Batista, ex-prefeito Aderbal Manoel dos Santos, tem sido ensurdecedor. O empresário, figura crucial na eleição de Peixer, vem preferindo a abstenção e se atendo exclusivamente aos negócios.

Foto: Prefeitura de SJB

Alvo de críticas na gestão de Pedro Alfredo Ramos (MDB), em São João Batista, os gastos com produções de vídeos institucionais também estarão presentes nos balancetes da administração de Juliano Peixer (UNIÃO).

Pedroca, enquanto prefeito, lançou uma licitação com custos anuais estimados em R$ 160 mil que, durante o processo licitatório, chegaram a R$ 121 mil. Peixer, agora, também lançou um edital para contratação de uma produtora de vídeos, com orçamento de R$ 142 mil ao ano, sob a alegação de que é preciso divulgar “as coisas boas do município”.

Entre 2021 e 2024, porém, parlamentares de oposição, que hoje integram o governo, criticaram massivamente o gasto dos recursos públicos com a publicidade e chegaram a denunciar o caso ao Ministério Público. À época, a propósito, chegaram a contestar o vencedor da licitação e classificar o processo como “baralho de cartas marcadas”. Pois então…

Foto: Correio Catarinense

De acordo com o TCE (Tribunal de Contas do Estado), o ex-diretor da Fube (Fundação Batistense de Esportes), Alexandre “Neneca” Feller, precisa ressarcir os cofres públicos de São João Batista em quase R$ 20 mil. O motivo seria o imóvel onde funciona a Creche Municipal Ignez Raitz Costa, pertencente a ele, alugado ao município.

Segundo a legislação, Neneca, que participava do primeiro escalão do governo de Pedro Alfredo Ramos (MDB), estaria impedido de celebrar acordos comerciais com a administração municipal.

Ao jornal Correio Catarinense, o ex-diretor garantiu que não recebeu qualquer notificação do TCE e que o contrato com o município, à época, foi assinado com aval do departamento jurídico da prefeitura. “O que foi verificado é que eu não poderia alugar um imóvel para a minha pasta, mas para outra secretaria isso seria possível”, explicou.

O processo foi abordado na Câmara Municipal em manifestação do vereador Fábio Norberto Stürmer (PP) e confirmado pelo procurador geral do município, Cássio Gaboardi Lucas.

A creche continua no mesmo endereço, mas, agora, para os órgãos controladores, de maneira regular, uma vez que o proprietário do imóvel deixou de compor o colegiado municipal na conclusão da gestão anterior.

Foto: Arquivo Pessoal

A competente jornalista Dirleni Dalbosco, de Nova Trento, reconhecida especialmente pelo trabalho desenvolvido no comando da Diretoria de Comunicação da Prefeitura de São João Batista, ocupa, desde fevereiro, um cargo na secretaria parlamentar da Assembleia Legislativa.

Com a experiência de trabalhar ao lado dos ex-prefeitos Daniel Netto Cândido (PSD) e Pedro Alfredo Ramos (MDB), a neotrentina chegou a comandar a comunicação do Detran (Departamento Estadual de Trânsito de Santa Catarina) e, mais recentemente, atuou na FCDL (Federação Catarinense de Dirigentes Lojistas).

De volta à política, a jornalista serve agora ao deputado estadual Silvio Cardoso Júnior (PRD), o Júnior Cardoso, que assumiu a cadeira no parlamento em dezembro, após a renúncia de Egídio Maciel Ferrari (PL), o Delegado Egídio, que se elegeu prefeito de Blumenau nas eleições de 2024.

Foto: Luan Lucas

Contrariando todos os prognósticos, o presidente do Poder Legislativo de São João Batista, Gustavo Grimm (PL), não planeja dar continuidade à carreira política e pode, inclusive, finalizar a vida pública ao término do mandato de vereador, em 2028.

Em entrevista ao programa LINHA DE FRENTE, ontem à noite (13), Grimm rejeitou qualquer possibilidade de concorrer ao Executivo no pleito vindouro e revelou que também não tentará a manutenção do cargo de vereador por mais quatro anos.

“Posso falar tranquilamente. Isso muda, não porque estou escondendo, mas porque depende de muitas situações. Mas eu vejo que não. É um fardo alto, pesado, vejo o que o Juliano (Peixer, prefeito de São João Batista) está passando ao tentar fazer o que é correto. São muitos desafios que ele enfrenta, em uma cidade relativamente pequena”, afirmou o vereador.

Apesar de ter se colocado à disposição do PL, em uma concorrência interna com o presidente municipal da legenda, o empresário Felipe Lemos – que acabou concorrendo à prefeitura em 2024 -, Grimm afirmou que quis, com a pré-candidatura, dar ao eleitor batistense uma alternativa aos nomes dos ex-prefeitos Daniel Netto Cândido (PSD) e Pedro Alfredo Ramos (MDB), o Pedroca, que já apareciam como opções aos eleitores.

“Me coloquei à disposição porque não queria nem Pedroca e nem Daniel. Queria que a cidade tivesse uma escolha diferente e não ficasse neles. Não era uma obsessão minha. Pra ser candidato ao Executivo, tem que batalhar muito. Já é uma vitória. Tem que querer muito e não me vejo com essa disposição hoje. Não me vejo nem indo à reeleição como vereador. Fiz minha contribuição, está tudo certo e acho que oito anos é o suficiente”, pontuou.

Foto: Arquivo | Prefeitura de SJB

O neotrentino Salvio Osmar Tonini responde, desde a última quinta-feira (6), pela secretaria adjunta de Saúde em São João Batista. O decreto funcional com a nomeação foi assinado pelo prefeito Juliano Peixer (UNIÃO) e publicado no mesmo dia em Diário Oficial.

Para Tonini, servir à prefeitura do município vizinho não é uma novidade. No passado, chegou a comandar a própria Saúde, durante a gestão de Aderbal Manoel dos Santos (PP) e, mais recentemente, foi assessor de Gabinete e secretário de Administração de Pedro Alfredo Ramos (MDB), o Pedroca.

Na Terra de Santa Paulina, o novo adjunto comandou o Turismo e dirigiu a Defesa Civil no governo de Gian Francesco Voltolini (PP). Nas eleições de 2024, coordenou a vitoriosa campanha de Maxiliano de Oliveira (PL), o Max, à prefeitura.

JUSTIFICATIVAS

Os mais atentos ao cenário político da Capital Catarinense do Calçado não deixaram passar batido o fato de um ex-integrante da trincheira adversária – embora tenha deixado o grupo quase um ano antes do pleito passado -, ser nomeado para o alto escalão do novo governo e criticaram a escolha.

Uma fonte ligada à administração ouvida pelo Blog explicou que a nomeação atende a uma necessidade da pasta. “Experiência em Saúde”, resumiu.