segunda-feira, 13 de outubro de 2025 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Contenção de danos

Postado em 8 de outubro de 2025
Foto: Divulgação

Horas após o estopim da “Operação Unificação”, investigação que apura supostas contratações diretas irregulares na coleta de resíduos em Porto Belo, a Prefeitura correu para conter o desgaste político. Em nota oficial, divulgada ainda na quarta-feira (8), o tom foi de defesa e controle de danos.

O texto surgiu logo após informações do afastamento cautelar do secretário de Obras, Fernando Amadeu Raulino, e do presidente da Famap, Francis Francisco Lopes Pinheiro, ambos alvos da operação.

Na nota, o Executivo tenta justificar a escolha da empresa Wanat, responsável pela coleta seletiva e orgânica e apontada pela investigação por possível vínculo familiar entre os sócios. A prefeitura sustenta que as contratações emergenciais foram motivadas por “necessidade pública”, após falhas recorrentes da antiga prestadora, que teria deixado lixo acumulado nas ruas.

Em vídeo, o prefeito Joel Lucinda (MDB) reforçou o discurso de transparência. Disse que os celulares dos secretários foram apreendidos para análise, mas negou qualquer irregularidade: “Não temos nada a esconder”.

Segundo a administração, a rescisão do contrato anterior ocorreu porque a antiga empresa “não possuía equipamentos adequados”, comprometendo a eficiência da coleta. A nota encerra com a Procuradoria-Geral do Município afirmando que, “até o momento, não há comprovação de irregularidades” nos contratos investigados.

O governo aposta no tempo, e na narrativa técnica, enquanto a apuração avança sob a lupa da Polícia Civil e do Ministério Público.

Brincadeira sem graça

Postado em 12 de novembro de 2018

A zombaria do advogado Joel Eliseu Galli no Facebook, na segunda-feira pós-eleição (29 de outubro), não teve graça. Pelo menos para o Ministério Público Estadual, que requereu o indiciamento do autor do controverso vídeo que convidava integrantes dos movimentos Sem Teto e Sem Terra a invadirem apartamentos e terrenos de Itapema sob o argumento de que “Deus está acima de tudo, e está autorizando”.

A promotora Carla Mara Pinheiro, da 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Itapema, definiu o ato como “incitação à prática dos crimes de invasão de domicílio e esbulho possessório”, ambos do Código Penal, além de crime contra “a proteção de bens imóveis vinculados ao Sistema Financeiro de Habitação”.

De acordo com o documento da promotoria, “a prática perpetrada pelo autor do fato tipifica o delito previsto no artigo 286 do Código Penal, cuja pena prevista varia de três a seis meses de detenção”.

DEFESA

Galli, de pronto, se defendeu. Encaminhou resposta ao Juizado Especial Criminal da Comarca de Itapema com a justificativa de que o vídeo, que ganhou repercussão nas redes sociais, tratava-se de uma “provocação e não uma convocação”, “com conteúdo jocoso, irônico e sarcástico”.

No ofício, o advogado pontua, ainda, que “se o governo do ‘coiso’ – termo de referência ao presidente eleito Jair Messias Bolsonaro (PSL) – nem iniciou formalmente e a repressão ganha contornos de censura criminalizante, devemos ser temerosos quanto ao futuro”, e pergunta “se uma brincadeira, de bom ou mau gosto, acaba transformada em processo judicial, o que nos espera amanhã?”

Por fim, o ex-procurador do município de Itapema pede que o Ministério Público inicie, também, “procedimento penal em desfavor daqueles que o ameaçaram nos comentários registrados no vídeo” e termina a carta com o jargão de campanha de Bolsonaro: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

Julgamento antecipado

Postado em 6 de abril de 2017

Formalizada por um munícipe de Tijucas, uma denúncia contra os quatro vereadores reeleitos que continuam investigados na famigerada Operação Iceberg chegou ao Ministério Público. Em argumentos fundamentados na moral e na ética, o autor pediu que os parlamentares fossem preventivamente afastados do cargo.

Inicialmente, o MP rejeitou; mas o cidadão, servidor público federal, recorreu à Promotoria, em Florianópolis, e planeja, na sequência, acionar a mesa diretora da Câmara Municipal para que o próprio parlamento decida pela suspensão ou manutenção dos mandatos dos réus no citado processo, com base no Regimento Interno da Casa. De acordo com fonte fidedigna do blog, o presidente do Poder Legislativo do município, vereador Elói Pedro Geraldo (PMDB), deve receber o requerimento nas próximas horas.