sexta-feira, 3 de maio de 2024 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Seis: O projeto Valério

Postado em 14 de outubro de 2016
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A aprovação de Elmis Mannrich (PMDB) já não era a mesma em 2012. As comparações com o glorioso primeiro mandato, quando os níveis de aceitação popular ultrapassavam a impressionante marca de 70%, eram inevitáveis. Tijucas queria mais do mesmo, mas a resposta ficou aquém das expectativas. O importante asfaltamento da Avenida Bayer Filho, que começou no fim do quadriênio inicial, não teve sequência; e a ponte do Porto do Itinga, que caiu com as fortes chuvas de 2011, chegou a receber uma irônica festa de aniversário de desabamento um ano depois. Além disso, as discussões que se iniciavam sobre as obras do esgoto sanitário e a malquista  mas necessária  estação de tratamento de resíduos desgastavam, em doses homeopáticas, a imagem do governo municipal. Mesmo assim, o prefeito ainda contava com expressiva popularidade, relações sólidas no Estado e em Brasília, e gordura para transferir ao afilhado na sucessão municipal, o então vereador Valério Tomazi (PMDB).

O candidato da situação, porém, não estava pronto. Muito pelo contrário, aliás. A coordenação de campanha era temerosa quanto à desenvoltura de Tomazi, a dificuldade de se expressar com clareza e de conquistar naturalmente o eleitorado. Mannrich, entretanto, topou um novo desafio: comprovar sua supremacia política e eleger o sucessor mesmo diante desses obstáculos. Era o compromisso com Paulo Bornhausen, relatado com detalhes no episódio “Quatro: O partido em duas frentes“, e, naquela feita, repetido diante do espelho. Oposicionistas mais severos chegavam a afirmar que o então prefeito havia assumido essa necessidade porque temia que adversários vasculhassem as gavetas da prefeitura no ano seguinte, mas essa é uma discussão para balcões de botequim ou para o Ministério Público. A verdade é que o representante do governo na corrida eleitoral de 2012 precisou ser lapidado; inclusive com orientações de postura, de oratória e, mais intimamente, de imagem pessoal.

Somava-se às imperfeições do postulante situacionista à prefeitura, a ruptura no seio do PMDB também evidenciada no quarto capítulo da série. Mais próximos do presidente Marcio Rosa não acompanhariam Tomazi, a não ser que fossem convencidos por algumas sedutoras cifras. E foram. Tanto que, mesmo diante de uma eleição teoricamente fácil o candidato de oposição, Adalto Gomes (PT), não representava uma ameaça consistente , aquela campanha se alocou no ranking das mais caras da história de Tijucas, com mais de R$ 1 milhão despendidos em favor da dupla Valério & Ailton. De acordo com gente ligada ao processo, os recursos para o custeio das despesas vieram de inúmeras fontes, sobretudo das reservas pessoais do próprio candidato a vice-prefeito da época, empresário Ailton Fernandes (PSD), que, desconfiado, sempre perguntava: “Pra que mais dinheiro? A eleição está a perigo?”.

Pelos números finais daquele 7 de outubro, Fernandes tinha alguma razão em questionar. O adversário, que começou desacreditado, surpreendeu e assustou. Tomazi manteve as dificuldades, na campanha e nos quatro anos seguintes. Não ostentava grande popularidade, e pouco melhorou ou, quem sabe, até retrocedeu nesse quesito. Não era um político brilhante, e continua no mesmo patamar. Mas serviu para o projeto pessoal de Mannrich e do PMDB; e, porque favoreceu também quis ser favorecido com a oportunidade de concorrer à reeleição neste ano. Não conseguiu, foi tolhido numa erosiva pré-convenção, e fez oposição velada. Fechou as portas da prefeitura para o tutor, ora candidato na sua vez; e atrapalhou o quanto pode. A conta das escolhas de outrora chegou há 12 dias. E veio alta, baseada em, pelo menos, “15 motivos” cruciais. A série, no blog, vem contando essa história.

Tudo ou nada

Postado em 26 de setembro de 2016
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A banca de apostas está aberta. Com localização estratégica, fica próxima ao posto de saúde – para quem sentir palpitações ou aumento de pressão –, e também da rodoviária – para quem pensar em desaparecer por algum tempo.

Naquele balcão, empresários e caixas-altas da cidade vêm deixando os seus “maços de certezas” para, quem sabe, tirar dobrado às 17h do próximo domingo. Pois, então?!

Cheque em branco

Postado em 29 de agosto de 2016
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Pelo menos dois candidatos a vereadores em Tijucas – certamente ignorantes à legislação – consideraram desistir do pleito porque não teriam recebido sinal verde do partido para usar os R$ 19.086,44 do limite de gastos para a campanha, determinados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nas suas estultas compreensões, eles imaginaram que receberiam o dinheiro para gastar como quisessem durante o período eleitoral.

Melhor, sem qualquer dúvida, que abandonassem a candidatura antes de repetir empenhos como aquele registrado em 2012, quando um postulante à Câmara diligenciou R$ 400 num prostíbulo das redondezas. Pois, então?!

Jogo perdido

Postado em 22 de abril de 2016
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É muita chinelagem! Enquanto os selecionados de Poço Fundo e Família duelavam no gramado do Galeão, em Canelinha, pela primeira rodada do Campeonato Municipal, dias atrás, alguém invadiu os vestiários do estádio e afanou dinheiro e aparelhos celulares dos atletas.

Um dos jogadores, inclusive, havia recebido o pagamento pelo mês de trabalho naquela data e, por ter mantido a féria na carteira, deu mais azar que os outros. É de chorar!

Faz tempo

Postado em 22 de fevereiro de 2016
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Há quem esteja mais interessado em ver as cifras que os políticos certamente despejarão às vésperas do pleito que, propriamente, em saber quem serão os candidatos de fato.

Mas nem é preciso esperar muito. As descargas já estão pela cidade há algum tempo. Pelo menos é o que garante um comerciante de Tijucas que desconta frequentemente cheques de um conhecido deputado federal da região e cobra gordas comissões do vereador que repassa a folha. Pois, então?!