O advogado e político Leôncio Paulo Cypriani – que continua sendo o ex-vereador mais votado da história de São João Batista – ainda precisa explicar aos desavisados porque, mesmo com a sexta maior votação do pleito de 2024, não foi eleito.
Ex-assessor jurídico do gabinete do prefeito Tiago Dalsasso (MDB), que não foi reeleito em Nova Trento, e apostador declarado, Cypriani dá conta, ainda, com bom humor, dos cerca de R$ 300 mil que perdeu nas bets da campanha. “Perdi porque não ganhei”, resume.
Das figuras de destaque na política regional, ele vem ao LINHA DE FRENTE, na VipSocial TV, nesta quinta-feira (22), falar dos bastidores eleitorais do Vale do Rio Tijucas e das causas e circunstâncias da sua participação no pleito. Imperdível!
Em seu portal, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) publica extensa reportagem sobre os 29 anos da urna eletrônica, criada, na versão dele, em 13 de maio de 1996. E ignora, mais uma vez, que Santa Catarina é o berço do voto eletrônico no Brasil, com início no 1º turno das eleições presidenciais de 15 de novembro de 1989, em Brusque, quando um microcomputador foi usado pela primeira vez para coletar os votos na 90ª seção eleitoral, montada no Fórum. Nela votaram 373 eleitores e a cidade virou notícia em todo país: foi a primeira a ter os resultados da votação logo após o encerramento, às 17 horas.
A iniciativa coube ao hoje ex-desembargador Carlos Prudêncio, na época juiz eleitoral, que escondeu a ação dos superiores após ser proibido de empregar tecnologia nas eleições. Ele, a propósito, é considerado inventor da urna eletrônica pela Assembleia Legislativa catarinense e pela Câmara de Vereadores de Brusque. Nas duas instituições, inclusive, já recebeu honrarias pelo feito e foi citado em solenidades.
O que antes era tratado com cautela, apenas entre as partes, tem ficado cada vez mais evidente. O distanciamento entre o prefeito Juliano Peixer (UNIÃO), de São João Batista, e seu principal aliado, o PROGRESSISTAS, cresce diuturnamente.
Ontem, a propósito, o presidente municipal do PP, vereador Fábio Norberto Sturmer, usou a tribuna do Legislativo para criticar a atuação do servidor de carreira Carlos Gonzaga Silveira, que tem auxiliado Peixer no atendimento ao público. “Nem sei o motivo de ainda estar ali”, questionou o parlamentar, e justificou o descontentamento alegando que o funcionário não trata a todos igualmente.
A ausência de um chefe de gabinete legalmente constituído, aliás, tem sido uma das principais divergências entre o prefeito e os progressistas. Enquanto o mandatário batistense argumenta sobre a economia na folha, os coligados reprovam o modelo adotado e exigem a nomeação de um correligionário no cargo.
Para mediar ações políticas, que tem sido uma dificuldade latente nesse início de governo, Peixer tem recorrido informalmente aos ditames de um ex-prefeito de município vizinho. Antes que a aliança com o PP imploda de uma vez por todas, diga-se de passagem.
Embora sejam mulheres e representem menos de um décimo do parlamento catarinense, fica evidente que as deputadas estaduais Ana Campagnolo (PL) e Ana Paula da Silva (PODE) não falam a mesma língua. Enquanto a ex-prefeita de Bombinhas se declara assumidamente feminista, a colega esvazia a pauta com frases do tipo “feminismo é um câncer”.
Dois projetos da liberalista, a propósito, atingem diretamente Paulinha. O mais recente, aprovado dias atrás, altera o regimento interno da Assembleia Legislativa e estabelece a obrigatoriedade do uso de traje passeio completo aos participantes das sessões realizadas no plenário da Casa – ou seja, proíbe roupas curtas, justas, transparentes ou com cortes que exponham partes do corpo. E que definitivamente contraria os padrões de figurino da bombinense.
Em outra proposta, Ana Campagnolo pede o fim da bancada feminina na Alesc, movimento que tem coordenação da presidente estadual do PODEMOS. Como justificativa, ela argumenta que o grupo atual, composto por apenas duas mulheres – Paulinha e Luciane Carminatti (PT) –, não atinge o número legal de 1/8 das cadeiras do parlamento e serve apenas para “protagonismo simbólico”. Pois então…
Segundo seu presidente estadual, Kahlil Zattar, o NOVO cresceu 30% em Santa Catarina desde 2022 e pretende dobrar essa marca até 2026. E se depender da representação regional da legenda, que acompanha essa margem, a meta deve ser alcançada.
Sexta-feira (16), o partido reuniu presidentes de diretórios municipais, prefeitos e vereadores na Assembleia Legislativa para apresentar dados, reafirmar ideais e traçar planos para as próximas eleições. Da região, participaram a advogada Jadna Matias da Silva, coordenadora do NOVO na Grande Florianópolis, e a mãe, vereadora Lourdes Matias, de Bombinhas, mais os vereadores Lizandra Dadam, de Tijucas, e André de Oliveira, de Itapema.
Outras lideranças, além de Zattar, como o presidente nacional Eduardo Ribeiro, o deputado federal Gilson Marques e o deputado estadual Matheus Cadorin e o prefeito de Joinville, Adriano Silva, também estiveram no evento. Eles reforçaram os objetivos da legenda para 2026, com foco no aumento de cadeiras na Alesc e no Congresso Nacional.
As rusgas entre os ex-prefeitos Elmis Mannrich e Valério Tomazi prescreveram. A convenção do MDB de Tijucas, sábado (17), em que foram escolhidos presidente e vice-presidente do diretório municipal respectivamente, suplantou aquela fatídica de 2016, quando estiveram em trincheiras opostas para representar a legenda na disputa da prefeitura.
Ambos, a propósito, vinham, há tempos, tratando o caso como resolvido. E no fim de semana deram à militância emedebista mais uma prova de que a unidade do partido tem sido priorizada apesar dos pesares. A partir de agora precisam gerir, juntos, o MDB tijuquense pelos próximos dois anos.
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PELAS BEIRADAS
Mannrich, aliás, foi reconduzido à presidência do diretório municipal. Não por imposição, mas por falta de interessados no posto. Por diversas vezes, nas reuniões periódicas do partido, ele tentou passar o bastão. Mas foi convencido de que precisava se manter no comando por pelo menos mais um mandato.
A alternativa era, de fato, Tomazi, que, inclusive, estava disposto. A barreira, no entanto, seria uma rejeição velada de parte dos convencionais, sobretudo daqueles que receberam a carta de exoneração em 2016 por terem preterido o então prefeito na disputa interna pela candidatura à reeleição. Quem sabe em 2027…
O ano legislativo sequer chegou à metade e o vereador Eloir João Reis (PSD), o Lico, de Canelinha, já mudou o plano de findar a vitoriosa carreira política ao término do mandato na Câmara, em dezembro de 2028.
Durante entrevista ao programa LINHA DE FRENTE, ontem (15), Reis revelou que recebeu um “puxão de orelha” de apoiadores após sugerir a candidatura da própria irmã, a servidora pública aposentada Vera Lúcia Reis, ao parlamento canelinhense, como uma espécie de sucessão política.
A bronca provocou uma nova reflexão e o ex-prefeito passou a reconsiderar a ideia. “Disse e assumo, mas a comunidade e os eleitores dizem que não posso sair. Querem que eu seja candidato. Não estou morto. Já repensei e digo aos desavisados que não abandonarei a política e tomem cuidado, porque talvez posso não ser candidato a vereador, mas a outro cargo”, bradou.
Lico pontuou, inclusive, que agiu “no calor da emoção” durante a primeira sessão ordinária da atual legislatura, em fevereiro, quando revelou a intenção. “Me perdi. Me empolguei, foi no calor da emoção. Ninguém me disse nada. Eu disse e está dito. Mas é o povo que pediu”, reforçou.
MÁGOAS PASSADAS
Dono do mais pomposo currículo político entre os vereadores canelinhenses, o peessedista ficou fora do sistema de rodízio da presidência do Legislativo, organizado e implementado por outros cinco integrantes da bancada governista.
Embora quisesse comandar o parlamento e tivesse cobrado “respeito” dos colegas, o ex-prefeito e ex-vice-prefeito não foi contemplado no acordo. No entanto, Lico garante que manterá a postura de apoio ao governo de Diogo Francisco Alves Maciel (PL).
“Não vou negar que queria ser presidente um ano. Eles tinham a maioria pra compor sem o meu voto e tudo bem. Sou amigo e estou lá para ajudar. Eu fiquei triste, mas sei respeitar. Apoio tudo o que for necessário. Se tiver que votar contra e chamar a atenção da municipalidade, eu chamo, porque não tenho rabo preso com ninguém”, declarou.
O consenso das lideranças locais decidiu que o vereador Giliardi José Scaburi deve comandar o MDB de Porto Belo no biênio 2025-2026. Mais votado para a Câmara Municipal nas eleições recentes, ele conta com a chancela do secretário de Estado do Meio Ambiente, Emerson Stein, e do prefeito Joel Orlando Lucinda.
Pesou em favor do parlamentar, além dos 835 votos alcançados em 2024, o histórico familiar, de membros tradicionalmente emedebistas, e a dedicação e atuação destacada no partido tanto nas conquistas quanto nos insucessos.
Neste sábado (17), o MDB portobelense se reúne em convenção para deliberar sobre o diretório e eleger a nova executiva municipal.
A cobrança sistemática por mais transparência nas contas e nos serviços públicos prestados pelo município virou uma bandeira da experiente vereadora Lourdes Matias (NOVO) nestes primeiros meses de legislatura.
Dias atrás, a novista cobrou informações acerca da destinação dos valores arrecadados com a contestada TPA (Taxa de Preservação Ambiental). Nesta semana, a parlamentar protocolou no Legislativo um pacotão de projetos de Leis que, caso sancionadas, serão determinantes para garantir o acesso às informações do município.
As propostas contemplam diferentes áreas da administração municipal, como as secretarias de Educação, Saúde e Obras, além dos setores de Contratação e Licitação. Na Casa, os projetos tramitam com os números 8, 9, 10, 11, 12 e 13 de 2025.
“Onde não existe transparência, existe corrupção. O pacote de Leis aumentará a transparência e diminuirá os privilégios. Os projetos desse pacote anticorrupção vão coibir o famoso toma lá, dá cá, o fura-filas, as ausências injustificadas de profissionais da Saúde, os descumprimentos de contratos de obras e serviços públicos… Beneficiando, assim, o cidadão bombinense”, explicou a vereadora.
Por mais que não pareça, foi por acaso que os ex-prefeitos ElmisMannrich (MDB) e ValérioTomazi (MDB) se encontraram no gabinete do presidente da Câmara Municipal de Tijucas, vereador CláudioEduardodeSouza (MDB), dias atrás. Um chegou antes, e o outro, sem saber, pouco mais tarde.
A pauta principal, evidentemente, foi a política local, o alinhamento do MDB e, em caráter especial, as eleições internas do partido, agendadas para sábado (17) na convenção municipal. Mannrich deve ser reconduzido à presidência para o biênio 2025-2026, e Tomazi, que foi especulado no posto, estaria de acordo.
O vereador anfitrião, a propósito, escreveu nas redes sociais que foi “uma honra poder trocar ideias com pessoas que tanto fizeram pelo município”, mas, ao Blog, revelou que “a alegria maior foi ver que estavam na mesma sintonia”. Souza pontuou, ainda, que defende a “história das lideranças do MDB” como critério basal para o comando do diretório.