As disputas pelo poder têm as suas particularidades. De cabo a rabo, o Vale do Rio Tijucas inteiro, às vésperas das campanhas eleitorais, tem prefeitos e vices que não se entendem politicamente. Em casos mais extremos, sequer se cumprimentam.

O prefeito Valério Tomazi (PMDB), de Tijucas, está neutro; mas poderia não estar. Seu vice, Ailton Fernandes (PSD), no entanto, conforme registrado na nota “Lá e cá“, já começa a participar do movimento de oposição com vistas nas eleições deste ano.

A situação em Canelinha, a propósito, é a mais crítica. O prefeito Antônio da Silva (PP) não aceita, por nada, que seu vice, Eloir João Reis (PSDB), concorra à prefeitura. Os dois, aliás, parecem estranhos um ao outro nas aparições públicas.

Destacada na nota “Versus“, a divergência política entre o prefeito Daniel Netto Cândido (PSD) e o vice, Élio Peixer (PMDB), também é evidente. Enquanto o chefe do Executivo municipal se lança em campanha pela reeleição, o adjunto manifesta apoio à oposição.

Em ocorrência trágica, o vice-prefeito de Major Gercino, Nésio Fernando Dellagnolo (PSD), morreu desencantado com a política e em guerra declarada ao prefeito João David (PDT).

Por fim, em Nova Trento o prefeito Gian Francesco Voltolini (PP) e seu vice, Josemar Guilherme Franzói (PSDB), entraram na rota das colisões partidárias e já discutem os termos de um eventual divórcio pré-eleitoral.

Enfim, e agora com o apoio do prefeito Antônio da Silva (PP), não tem para mais ninguém: o vice-prefeito Eloir João Reis, popular Lico (PSDB), é quem deve concorrer à prefeitura pela situação no pleito que se avizinha.

Resta, portanto, definir o vice da chapa. Estão na disputa o secretário de Obras do município, vereador licenciado Francisco Honorato Cardoso Filho, o Chico (PSD); o advogado Diogo Francisco Alves Maciel (PP); e os vereadores Eduardo Furtado (PSB) e Abel Grimm (PP).

O vice-prefeito de Canelinha e pré-candidato na disputa majoritária deste ano, Eloir João Reis, popular Lico, decidiu permanecer no PSDB. O “fico” foi decretado em reunião na casa do ex-prefeito de Nova Trento, Orivan Jarbas Orsi (PSDB), sábado (19).

O adjunto canelinhense, que considerava concorrer à prefeitura da Cidade das Cerâmicas pelo PSD, atendeu aos apelos do deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-SC) e do deputado estadual Vicente Caropreso (PSDB), e resolveu desfazer as malas.

A inflexibilidade do prefeito Antônio da Silva (PP) quanto à negativa de apoio ao vice, Eloir João Reis, o Lico (PSDB), na concorrência majoritária deste ano em Canelinha, parece ganhar contornos mais suaves nos últimos dias. O mandatário vem se desfazendo da postura irredutível, e já fala na possibilidade de acompanhar o adjunto numa provável empreitada à sucessão municipal.

Tonho, de fato, queria o advogado Diogo Francisco Alves Maciel (PP) como candidato. Mas está percebendo que, em caso de três candidaturas – uma vez que Lico migraria para o PSD e concorreria à prefeitura de qualquer maneira –, as possibilidades de manutenção do poder ficariam bastante comprometidas.

Foto: Divulgação

Ainda que contendores íntimos – ambos querem a candidatura à concorrência majoritária nestas eleições –, o vice-prefeito Eloir João Reis, popular Lico (PSDB), e o vereador Antônio Carlos Flores, o Toninho (PSDB), que são amigos independente das divergências, trabalham conjuntamente pelos interesses de Canelinha.

Hoje, por exemplo, estão em Brasília, pleiteando recursos para o município e levando empenhos aos parlamentares afins, como o deputado federal Marco Tebaldi (PSDB/SC), a quem emolduram na foto.

Dois dias depois de autorizar a exposição de painéis publicitários do Costelaço do Júnior Seco nos portais de acesso à cidade, o vice-prefeito – e prefeito em exercício – de Canelinha, Eloir João Reis, popular Lico (PSDB), ordenou que os anúncios fossem removidos. Pesou a pressão imposta pela Rádio Canelinha FM, que tem a vereadora oposicionista Neli Ferreira (PMDB) como concessionária.

Na simpática Cidade das Cerâmicas dizem que prefeito não é quem tem a caneta, mas aquele, ou aquela, que tem o microfone. Pois, então?!

Embora seja, consensualmente, o postulante mais adequado à sucessão municipal de Canelinha pela situação, conte com a simpatia do prefeito Antônio da Silva (PP), ostente boas relações no Estado e em Brasília, e tenha liderado as urnas nas duas últimas eleições proporcionais, o vereador Antônio Carlos Flores, popular Toninho da Casan (PSDB), está num imbróglio com o vice-prefeito Eloir João Reis, o Lico (PSDB), de quem é amigo e correligionário.

Ambos querem a mesma coisa: a candidatura ao cargo máximo do município. O vereador apresenta excelentes predicados; e o adjunto mostra pesquisas pré-eleitorais.