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Reprovação prenunciada

Postado em 2 de maio de 2022
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A ex-vereadora Rúbia Alice Tamanini Duarte — que deixou o comando da Secretaria Municipal de Assistência Social de São João Batista no início de janeiro e recebeu, sexta-feira (29), chamado do governo estadual para ocupar a secretaria adjunta de Estado do Desenvolvimento Social — não deve contar com o aval da Câmara Municipal para se afastar das funções de professora na Capital Catarinense do Calçado. A apreciação do parlamento foi marcada para hoje, e, na boca de urna, conjetura-se que ela não teria os votos necessários para ganhar a causa.

Sequer a bancada situacionista, sobretudo os vereadores do MDB, devem aprovar consonantemente a cessão da batistense para o Estado. Pesa contra ela o imbróglio, ainda velado, mas com capítulos cada vez mais sintomáticos, entre o prefeito Pedro Alfredo “Pedroca” Ramos (MDB) e seu antecessor, Daniel Netto Cândido (PODE), que fez a indicação da professora para o cargo que ocupou até mês passado no governo estadual.

ALTERNATIVA

Segundo consultoria jurídica do Blog, Rúbia não precisaria passar pelo crivo da vereança. Bastava pedir licença não remunerada ao prefeito em exercício Almir “Déi do Gás” Peixer (PSD) — com quem tem excelente relação — e aceitar a nomeação do governador Carlos Moisés da Silva (REPUBLICANOS) para a secretaria adjunta de Estado.

Mas, mesmo que a cessão seja reprovada na Câmara, ela teria, ainda, tempo para recorrer a esta opção.

BASTIDORES

Aos seus, intimamente, a ex-vereadora viria garantindo que seja qual for o resultado da votação no Legislativo batistense, vai aceitar o convite do governo estadual. Nos bastidores, especula-se que ela esteja apenas observando atitudes e posturas de aliados e oposicionistas para compreender a cena política do município e decidir que caminho tomar no futuro.

A exemplo de 2020, quando abriu mão de uma candidatura para contemplar o grupo que integrava, Rúbia se mantém na lista de cotações para a disputa da prefeitura nas próximas eleições da Capital Catarinense do Calçado.

DOIS PESOS

Caso semelhante passou pela Casa no ano passado, quando o Executivo pediu a cessão de outros dois servidores ao governo estadual, dentre os quais Rildo Vargas, tradicional correligionário do grupo governista. Na ocasião foram apenas três votos contrários — todos da bancada do PP — sob a justificativa de que não haveria fundamento legal para a transferência. Os demais vereadores, sem exceção, foram favoráveis.

Desta vez, a expectativa diz respeito à eventual mudança dos votos situacionistas e as motivações, alegações e satisfações a partir daí.