Passadas as eleições municipais, dois candidatos que haviam deixado seus cargos ao fim do prazo de desincompatibilização e obtiveram sucesso no processo eleitoral, em Tijucas, retornaram às funções nesta semana.
Um deles é o vereador eleito Ezequiel de Amorim (PSD), chamado para retornar à superintendência da FME (Fundação Municipal de Esportes), após nomeação assinada pelo prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD).
Osmar Adriano Filho, o Marinho, que esteve na função desde abril, foi exonerado do cargo e, mais tarde, nomeado para a chefia de Seção de Fiscalização e Preservação da Secretaria de Agricultura, Pesca e Meio Ambiente.
DIRETORA
A vereadora eleita Maria Edésia Vargas da Silva (PP), a Déda, foi novamente nomeada para a diretoria do Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor), órgão que comandou entre janeiro de 2021 e abril deste ano.
O prefeito Pedro Alfredo Ramos (MDB), de São João Batista, assinou ontem o decreto 5168/2024, que disponibiliza uma sala na sede da Fumab (Fundação Municipal do Meio Ambiente) e nomeia os membros da equipe de transição externa do sucessor, prefeito eleito JulianoPeixer (UNIÃO).
O processo tem coordenação do vereador e advogado Nelson Zunino Neto (PP), que conta com a companhia de personagens versados da política local e regional, como o ex-prefeito de Nova Trento, Orivan Jarbas Orsi (PSDB), e o ex-vereador Heriberto Eurides de Souza (PSC), a quem Pedroca venceu no pleito majoritário de 2020.
POSSIBILIDADES
Ainda no mesmo documento, destaque para a nomeação do ex-secretário municipal em Major Gercino e diretor do Hospital São José de Tijucas, MarcosMarcelino, cotado para assumir a gestão da Secretaria de Saúde.
Em atenção ao Blog, Marcelino se limitou a dizer que estará na equipe para “ajudar o prefeito eleito”, mas não confirma as especulações. Fontes ligadas à equipe também evitam comentar o tema. “Ainda não podemos falar em nomes”, revelou um dos ouvidos, que preferiu não se identificar.
A tradicional linhagem dos Souza, de Tijucas, comemora. De três candidatos nestas eleições, dois deles foram eleitos.
Resquícios, seguramente, das boas condutas dos saudosos José João Souza, o patriarca, um dos fundadores do MDB local e figura sempre lembrada na comunidade, e Edson Souza, vereador por cinco mandatos e com significativa folha de serviços prestados ao município.
Para a Câmara tijuquense, Flávio Henrique Souza (MDB) alcançou o objetivo. Com o número – 15500 – que acompanhou o irmão, Edson, por quase toda a vida pública, conquistou 595 votos e garantiu uma cadeira no Legislativo. Somou o apelo familiar ao prestígio nostálgico do Quiosque Pagode da Paz, que administrou por longo período na região central de Tijucas, e à experiência recente como vereador e diretor de Saúde em Bombinhas.
O dueto consanguíneo se completa com a eleição do sobrinho, o policial penal João Vitor de Souza, oitavo mais votado para a Câmara de Itapema e primeiro do PL, com 1.005 votos. Foi sua estreia nas candidaturas a cargos eletivos.
Para o outro filho de Seu ZéJoão envolvido na disputa, Evandro Souza, no entanto, a sorte não sorriu. Fora do nicho partidário do pai, filiado ao PP e na retaguarda do prefeito eleito Maickon Campos Sgrott, chegou a apenas 83 votos e ficou longe de ter o mesmo sucesso dos demais.
Recém-chegado à seara governista, o empresário SidneyMachado (PL), o NeydaTijusat, intermediou a compra de um automóvel para a prefeitura de Tijucas, através de uma emenda impositiva do deputado federal Jair Miotto (UNIÃO).
O veículo, a propósito, foi entregue pessoalmente pelo parlamentar ao prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD), nesta manhã, com as presenças do liberalista, da secretária de Educação – pasta beneficiada pela emenda -, SheilaDias, e do vice-prefeito eleito, RudneideAmorim (PSD).
RELAÇÃO
Especulou-se, porém, que a proximidade de Machado e Miotto poderia evidenciar a migração do empresário para o UNIÃO, partido partido base do governo Mariano Rocha e que deve compor a futura gestão de Maickon Campos Sgrott (PP).
Entretanto, o Blog apurou que Ney da Tijusat segue filiado ao PL e que a relação estreita com Miotto é oriunda da participação de ambos na Igreja do Evangelho Quadrangular, sem qualquer relação partidária.
FIDELIDADE
Defensor convicto do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, Machado pontuou, em atenção ao Blog, que pretende permanecer nas fileiras liberalistas enquanto a principal liderança direitista do país estiver junto à legenda. “Minha permanência do PL depende do nosso eterno presidente”, resumiu.
O prefeito eleito de Tijucas, Maickon Campos Sgrott (PP), não tem pressa para construir a equipe de governo da futura gestão. A tranquilidade do futuro mandatário é fruto da ausência de compromissos envolvendo cargos da administração.
Campos Sgrott garantiu, em entrevista ao programa LINHA DE FRENTE, na última quinta-feira (17), que não há nenhum nome definido para o secretariado e que as reuniões para tratar das indicações devem iniciar somente a partir de novembro, durante o processo de transição de governo.
“Dizer que o Maickon não tem nenhum nome em mente, obviamente não. Isso tenho há quatro anos. Alguns nomes entram, outros saem e outros ficam. Mas de maneira assertiva e transparente, não tem nenhum nome acertado ou apalavrado. Hoje, nada declarado. Em novembro, isso vai ter que começar a acontecer”, declarou.
NEGATIVO
As especulações de que o médico e ex-secretário municipal Rogério de Souza, e a professora e ex-vereadora Elizabete Mianes da Silva, estariam próximos de receberem um convite para comandar pastas da administração foram rechaçadas pelo prefeito eleito.
“Nenhum desses dois nomes ventilam na minha mente. Não externei nada e penso somente em novembro começar a fazer os convites. São especulações políticas. Mas, realmente, não tem nada disso”, garantiu Campos Sgrott.
POSITIVO
O nome do vereador reeleito Erivelto Leal dos Santos (PL), o Danone, segue em alta para o comando da FME (Fundação Municipal de Esportes). O futuro mandatário, a propósito, não poupou elogios ao colega de parlamento, embora integre a bancada oposicionista da Câmara. Entretanto, Campos Sgrott explicou que apenas as primeiras sondagens foram iniciadas e que não houve qualquer convite formal.
“Isso já vem de alguns anos. Então essa flor só voltou a florescer, pela capacidade técnica do Erivelto e o amor que ele tem, não só pelo esporte. Sempre admirei o jeito dele fazer oposição. Tem embasamento e assertividade. Sondar não quer dizer decidir. É um nome que une o político ao técnico de uma forma esplendorosa”, pontuou.
Como sempre acontece nos rescaldos da eleição, a equipe colegiada do prefeito eleito passa a ser o assunto das rodas de esquina e mesas de botequim da cidade. Em torno do próximo gestor de Tijucas, Maickon Campos Sgrott (PP), dois nomes, até o momento, vêm merecendo maior destaque.
Ambos com bagagem política e técnica, a professora e ex-vereadora Elizabete Mianes da Silva e o médico e ex-secretário municipal Rogério de Souza lideram as bolsas de apostas para os comandos das secretarias de Educação e Saúde respectivamente.
Bete entrou para o rol de confiança do prefeito eleito ainda em 2020, quando foi cabo eleitoral na bem-sucedida campanha de Sgrott ao Legislativo municipal. Depois, na presidência do progressista, teve rápida passagem pela direção geral da Câmara a convite do parlamentar. A relação se manteve firme nos últimos anos e foi estreitada nestas eleições. No portfólio, ela soma seis mandatos consecutivos na vereança e um período como secretária de Educação na primeira gestão de Elmis Mannrich (MDB).
Dr. Rogério, caso as conjeturas se confirmem, entraria na cota do partido, e por aclamação. Personagem marcante das fileiras do PP, tem respaldo social e político, vasto currículo profissional e uma folha consistente de serviços prestados a Tijucas e região. Empresário de sucesso, líder associativista, sempre cotado para a disputa da prefeitura no movimento cola-branca, comandou a Saúde municipal na década de 1990, durante o governo de Nilton de Brito (PP).
FAIXA BÔNUS
Ainda na seara das elocubrações, aparece o vereador Paulo César “Frango” Pereira (PSD) como alternativa para a gestão da Secretaria de Agricultura, Pesca e Meio Ambiente, atualmente sob comando de Odirlei Resini.
Paulo Frango tentou a reeleição ao Legislativo, mas não obteve sucesso. Entraria na cota do PSD, a pedido da regência local do partido. Pesa em favor do parlamentar a defesa incondicional ao governo na Câmara e o trato e conhecimento da comunidade agrícola do município.
Vitoriosos nas eleições municipais, os vereadores e próximos prefeito e vice-prefeito de Tijucas, Maickon Campos Sgrott (PP) e Rudnei de Amorim (PSD), agendaram para o próximo sábado (19) a celebração do resultado das urnas.
A Festa da Vitória acontecerá nas instalações do CTG Fogão de Lenha, no bairro Praça, local onde justamente a dupla se apresentou como representante da continuidade, em convenção partidária, meses atrás.
“Será um momento muito importante para a família 11 prestigiar, receber você e poder registrar esse momento juntos”, convidou Sgrott. “Fica o convite para que as famílias venham almoçar conosco”, complementou o futuro adjunto.
FESTA SILENCIOSA
Sgrott e Amorim, entretanto, pediram aos convidados que evitem qualquer tipo de barulho ao longo da celebração. “Como fizemos durante toda a campanha. Sem fogos, sem buzinaço e sem bagunça pela cidade. Levamos isso muito a sério”, pontuou o prefeito eleito.
Um dos favoritos para alcançar uma das 13 cadeiras do Legislativo tijuquense, o ex-vereador e ex-secretário municipal de Tijucas, Vilson José Porcíncula (PP), o popular Tem, recebeu 495 votos e alcançou apenas a primeira suplência do partido.
Porcíncula comandou a Saúde, uma das principais pastas de qualquer administração, durante mais de sete anos, na gestão de Eloi Mariano Rocha (PSD). O fato, por si só, garantia o nome do ex-secretário nas primeiras fileiras das casas de apostas para o pleito.
Para efeito de comparação, outros ex-comandantes da pasta ou figuras que representavam a Saúde e pleitearam uma cadeira na Câmara, sempre tiveram sucesso, como Marilú Duarte Carvalho, em 2008, Luiz Rogério da Silva (inmemorian) e Sérgio Murilo Cordeiro, em 2012, e, mais recentemente, Nadir Olindina Amorim, em 2020.
CAUSAS E CIRCUNSTÂNCIAS
Analistas da política tijuquense creditam o insucesso de Porcíncula a diferentes fatores. A participação em legislaturas passadas, por exemplo, que o tira do bloco de “novidades” no pleito, pode ter influenciado.
A exposição dos problemas da Saúde pública de Tijucas nos programas dos candidatos adversários à prefeitura certamente contribuíram. Além, obviamente, do massacre social ao atendimento no Hospital São José e ao fechamento da Maternidade Chiquinha Gallotti, muito embora não tenham relação direta com a gestão municipal.
O prefeito eleito de Tijucas, Maickon Campos Sgrott (PP), já tem um primeiro desafio na gestão municipal, que tem início em exatos 86 dias: trabalhar junto a um Legislativo com oposição em ampla maioria.
Do grupo do futuro mandatário, foram cinco eleitos. Maurício Poli (UNIÃO), Nadir da Saúde (PSD) e Ezequiel de Amorim (PSD), colegas de Sgrott no parlamento, carimbaram o passaporte para a próxima legislatura. Além do trio, Júlio César Bucoski (PP) e Maria Edésia da Silva Vargas (PP) completam a bancada situacionista.
Por outro lado, a trincheira oposicionista, por ora, será composta por Zezinho da Associação, Erivelto Danone, Esaú Bayer e Renato Laurindo, do PL, Cláudio do Jornal, Flávio Souza do Quiosque-Saúde e Fabiano Goleiro, do MDB, e Lizandra Dadam, do NOVO.
No fim das contas, e para bem de uma verdade que jamais será absoluta, todas as pesquisas publicadas em Tijucas estiveram corretas ou redondamente erradas. Acertaram de acordo com o momento em que foram realizadas ou se perderam na margem de erro, que, mostrou-se nas urnas, antecipavam um equilíbrio que os mais céticos sempre duvidaram.
Foram 616 votos de diferença entre o vencedor, vereador Maickon Campos Sgrott (PP), e o primeiro vencido, empresário Thiago Peixoto dos Anjos (PL). A distância para o ex-prefeito Elmis Mannrich (MDB), que se previa capaz de movimentar a disputa no voto a voto com quem quer que fosse, é que talvez tenha sido o ponto discrepante da maioria dos levantamentos contratados por todos os grupos.
Pouca gente imaginou, mesmo com o crescimento populacional do município e com a diversificação do eleitorado – que não se conhece mais a olho nu –, que haveria espaço para que três movimentos, assim como nas grandes cidades, chegassem ao pleito com chances claras e dependentes de pequenos percentuais para a glória ou o fracasso.
Venceu o favorito, com méritos, claro! Mas quem pode negar, agora, que os outros dois eram, cada qual no seu momento e fora da bolha, favoritos também?
Fotos: Arquivo Pessoal
