quinta-feira, 20 de novembro de 2025 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Slogan clonado

Postado em 17 de novembro de 2025
Foto: Arquivo

Nem sempre a inspiração vem do zero. No caso em questão, bastou um Ctrl + C e Ctrl + V. O prefeito de Nova Trento, Maxiliano de Oliveira (PL), resolveu beber na mesma fonte do vizinho Daniel Netto Cândido (PSD) e acabou reproduzindo, palavra por palavra, o slogan que marcou a gestão do ex-prefeito batistense: “olhar para frente, fazer o que é certo e melhorar a vida das pessoas”.

A coincidência – ou melhor, a cópia – ganhou as redes sociais depois que um vídeo institucional do mandatário neotrentino começou a circular, culminando exatamente na frase que ficou associada à marca política de Cândido. Nos bastidores, o episódio virou piada pronta nos grupos de política regional, especialmente entre aliados do ex-prefeito de São João Batista, agora chefe de departamento na Assembleia Legislativa, que ainda mantém o bordão como símbolo de sua trajetória pública.

E MAIS

Enquanto o discurso se repete, os problemas na gestão de Max se acumulam. Desde o início do mandato, o chefe do Executivo da Terra de Santa Paulina vem enfrentando uma sequência de turbulências com trocas de secretários, notas oficiais tentando apagar incêndios administrativos, e crises pontuais na saúde e educação.

Na semana passada, o município precisou assumir o pagamento de funcionários do hospital que eram contratados por uma terceirizada e, quase simultaneamente, enfrentou falta de professores no pré-escolar de uma unidade municipal.

No fim, sobra o bordão – que continua sendo, de fato e de direito, de Daniel.

Política e narrativas

Postado em 12 de novembro de 2025
Foto: Rádio Clube

Política se sustenta em enredos, e quem domina a narrativa, domina o jogo. Mas, segundo o ex-prefeito de São João Batista e suplente de deputado estadual, Daniel Netto Cândido (PSD), os discursos criados contra sua gestão de oito anos “estão desmoronando com o tempo”.

Em entrevista à Rádio Clube nesta terça (11), Cândido afirmou que as críticas feitas ao seu governo, especialmente em relação à gestão do Hospital Monsenhor José Locks, “caíram por terra”, já que a atual administração mantém a mesma empresa e o mesmo modelo de gestão. “O hospital continua o mesmo. Vai se tentar mudar o uniforme, mas municipalizar, não vai”, provocou.

O ex-prefeito aproveitou para cutucar a atual base política, lembrando que seus sucessores, Pedro Alfredo Ramos (MDB) e Juliano Peixer (UNIÃO), não enfrentaram oposição na Câmara de Vereadores, ao contrário dele, que define o período como “uma guerra”.

Daniel lançou ainda um desafio direto ao grupo governista. Se realmente acreditam que determinadas políticas estavam erradas, por que não as revogam agora? Citou como exemplo o programa dos monitores, duramente criticado por adversários durante seu mandato, mas mantido pela atual gestão.

O que o ex-prefeito expõe é o abismo entre o palanque e o gabinete – porque uma coisa é o discurso embalado pela campanha, e outra, bem distante, é o cotidiano das decisões reais.

Eleição sem fim

Postado em 10 de novembro de 2025
Foto: Arquivo

Passaram-se mais de 400 dias desde que as urnas definiram os vencedores de 2024, mas em São João Batista a campanha ainda não terminou para todo mundo. Enquanto para alguns o pleito virou lembrança e discurso de “vida que segue”, para outros ele continua vivo – e agora em papel timbrado, carimbado e protocolado na Justiça Eleitoral.

Só nas últimas duas semanas, três decisões foram publicadas envolvendo a disputa batistense. Duas delas reforçaram vitórias jurídicas de Daniel Netto Cândido (PSD), ex-prefeito e suplente de deputado, que segue colecionando êxito nos embates pós-urnas. Outras ações em que ele figura seguem na fila para julgamento.

Outro caso recente envolveu o jornal Correio Catarinense, acusado em vídeo de ter cometido crime eleitoral por divulgar pesquisa registrada. O conteúdo atribuiu fraude ao veículo, que reverteu a acusação e saiu vencedor.

Não é novidade: eleições em São João Batista sempre tiveram dois palcos – rua e tribunal. A diferença, desta vez, é o volume. A enxurrada de fake news denunciadas em 2024 transformou o Judiciário em campo de batalha.

Bem, para alguns, ao invés de santinho e bandeira, o instrumento agora é petição.

Sexta de plenário

Postado em 31 de outubro de 2025
Foto: Divulgação

Em São João Batista, o calendário legislativo precisou ser alterado. Em plena sexta-feira, os vereadores se reuniram para uma sessão ordinária fora de hora. O encontro, que tradicionalmente acontece nas segundas, foi antecipado por conta do ponto facultativo do Dia do Servidor e da viagem a Brasília de mais da metade dos parlamentares. A solução encontrada foi empurrar a pauta para o fim da semana.

A sessão durou pouco mais de 12 minutos – tempo suficiente para cumprir o protocolo, mas longe de grandes debates. Nenhum vereador fez uso da palavra livre. Apenas dois projetos foram analisados e votados, ambos aprovados por unanimidade.

Um deles tratava da segunda votação do Plano Plurianual (PPA), que define as metas e prioridades do município para o período de 2026 a 2029. O outro, em primeira votação, era a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026.

Sessão rápida, agenda enxuta, e Câmara esvaziada.

Meme e condenação

Postado em 31 de outubro de 2025
Foto: Arquivo

Um ano depois do calor das urnas, o ex-prefeito de São João Batista, Daniel Netto Cândido (PSD), começa a ter resultados do contragolpe jurídico aos ataques sofridos durante a campanha de 2024.

A primeira sentença saiu nesta semana e foi endereçada ao empresário Joel Ricardo, condenado por injúria eleitoral após divulgar uma montagem ofensiva contra o então candidato em um grupo de WhatsApp.

A decisão, assinada pela juíza Bianca Fernandes Figueiredo, da 53ª Zona Eleitoral, fixou 56 dias-multa ao réu. A imagem compartilhada no grupo NEWS SJB – com cerca de 600 integrantes – retratava Cândido vestindo um uniforme de presidiário e segurando um saco de dinheiro, numa insinuação grosseira de corrupção.

Na sentença, a magistrada frisou que liberdade de expressão não se confunde com difamação, sobretudo em tempos de redes sociais, onde o alcance do dano é multiplicado.

Outras ações, movidas pelo ex-prefeito, seguem tramitando na Comarca batistense. A defesa do condenado já anunciou que vai recorrer da decisão.

Excursão

Postado em 29 de outubro de 2025
Fotos: Divulgação

Mais da metade do Legislativo batistense trocou o plenário pela Esplanada nesta semana. Seis dos 11 vereadores da Capital Catarinense do Calçado embarcaram na madrugada desta terça-feira (28) para Brasília, onde cumprem agenda oficial até amanhã.

A comitiva foi formada por Alexandre Peixer Baltazar (UNIÃO), Almir Peixer (MDB), José Leopoldo Silveira (MDB), Kristiani Caxias e Silva (PODE), Ronaldo Melo (PP) e Teodoro Marcelo Adão (MDB).

No roteiro, reuniões em ministérios e gabinetes parlamentares para tratar de pautas ligadas à infraestrutura, saúde, agricultura e educação. A expectativa é garantir novos recursos e emendas para o município.

Um olho lá e outro cá

Postado em 28 de outubro de 2025
Fotos: Luan Lucas/Divulgação

O encontro estadual do MDB no último fim de semana confirmou o que já se desenhava nos bastidores. O partido será coadjuvante na eleição de 2026, indicando o vice na chapa de Jorginho Mello (PL). Mas o evento repercute além do protagonismo imediato e interessa diretamente aos emedebistas do Vale do Rio Tijucas.

No entanto, o verdadeiro impacto se projeta em 2028. O MDB regional ainda se recupera do desempenho apagado nas últimas eleições municipais, saindo sem nenhuma prefeitura e figurando como oposição nos cinco municípios do Vale. Estar na chapa de Jorginho, portanto, pode representar a chance de a legenda recuperar fôlego, consolidar bases e renovar sua relevância para o pleito municipal seguinte.

O cenário local é heterogêneo: em Tijucas, o partido conta com três vereadores e a presidência da Câmara; São João Batista também soma três parlamentares; Canelinha tem dois; Nova Trento, quatro; e Major Gercino, apenas um. Em todas as praças, candidatos emedebistas sofreram derrotas majoritárias na última eleição.

Ainda assim, lideranças experientes permanecem ativas nos corredores do poder, como Tiago Dalssasso (ex-prefeito de Nova Trento), Thiago Vinícius Leal (candidato em Canelinha) e Viviane Booz Ferreira (ex-vice-prefeita de Major Gercino), que mantém cargos no governo estadual e na Assembleia Legislativa.

MÃOS À OBRA

No fim de semana, caravanas de filiados da região foram a Balneário Camboriú, cientes de que o relógio da próxima eleição já começou a contar. O pleito de 2026 permite engajar bases, impulsionar candidatos a deputados e, ao mesmo tempo, neutralizar adversários internos que poderiam assumir protagonismo.

A equação não é simples. Nos cinco municípios do Vale, apenas Canelinha deve ter uma disputa aberta, sem prefeito incumbente na corrida. Nos demais, o MDB precisará enfrentar a força da máquina governista em plena velocidade, tarefa que exigirá estratégia, articulação e capacidade de resistência política.

Teodoro na pista

Postado em 27 de outubro de 2025
Foto: Divulgação

O vereador Teodoro Marcelo Adão, de São João Batista, foi escalado, e pode ser um dos candidatos a deputado federal do MDB no próximo ano. Sua foto estampou o telão durante o encontro estadual do partido no último fim de semana. A decisão surpreendeu parte da cena política local, diante da acirrada disputa pelas 16 cadeiras catarinenses na Câmara Federal.

Adão não é novato na corrida eleitoral. Foi o vereador mais votado da Capital Catarinense do Calçado nas eleições de 2024, com 936 votos – mais que o dobro dos 415 obtidos na estreia, quatro anos antes. No segundo mandato, consolidou-se como uma das principais vozes da oposição.

No primeiro semestre, esteve envolvido em uma polêmica com a gestão batistense após denunciar suposto caso de segregação racial em uma unidade educacional do município, episódio que resultou em tentativa de abertura de processo de cassação, posteriormente arquivado.

Caso a candidatura se confirme, o movimento poderá gerar dois efeitos distintos: uma possível baixa votação tenderia a enfraquecer sua influência dentro da base emedebista; já um bom desempenho nas urnas pode automaticamente projetá-lo como candidato natural do partido ao Executivo local em 2028. É esperar e conferir.

HISTÓRICO DE CANDIDATURAS

O histórico de representatividade federal e estadual do município é reduzido, o que coloca Teodoro diante de um desafio tradicionalmente complexo. Em 2022, Márcio “Bambu” Reis, pelo extinto PATRIOTAS, somou 596 votos em São João Batista na disputa federal, enquanto Daniel Cândido (PSD) obteve 20.110 votos na busca por uma cadeira na Assembleia Legislativa. Em 2018, Eriberto Eurides de Souza (PPS) conquistou 5.573 votos, e Ângelo Zunino Azambuja, 1.205, ambos na corrida ao parlamento catarinense.

O município já teve representantes na Alesc: Mário Marcondes, eleito em 2014, natural de São José, mas com raízes familiares em São João Batista; e Altair Silva (PP), natural de Major Gercino, que residiu no município e tem trajetória eleitoral bem-sucedida. No passado mais remoto, William Duarte da Silva (UDN) recebeu 4.166 votos, assumiu como suplente em 1959 e renunciou no ano seguinte.

Dinheiro na conta

Postado em 24 de outubro de 2025
Foto: Divulgação

Com R$ 200 mil garantidos no orçamento, o deputado estadual Carlos Humberto (PL) desembarcou em São João Batista para um gesto simbólico: oficializar o repasse à APAE do município. O recurso é destinado à compra de um parque adaptado e à reforma do ginásio da entidade.

O evento reuniu parte do grupo liberal no Vale do Rio Tijucas como o presidente local da sigla, Felipe Lemos, o vereador Mário Antônio Garcia Teixeira, o ex-vereador e ex-deputado Willian Duarte da Silva e o presidente do PL de Tijucas, Fernando Fagundes.

Para a associação que depende de donativos, o recurso é fundamental.

Quem é o pai?

Postado em 22 de outubro de 2025
Fotos: Divulgação

Em São João Batista, a municipalização da Escola de Educação Básica Professor Patrício Teixeira Brasil virou uma disputa de paternidade. De um lado, o prefeito Juliano Peixer (UNIÃO) garante que a ideia nasceu no Governo do Estado. Do outro, os documentos — assinados por ele próprio — contam uma história diferente.

Nos papéis, a origem é clara. Um ofício de 15 de janeiro de 2025, redigido com o timbre da Prefeitura e endereçado ao então secretário de Educação Aristides Cimadon, manifesta “interesse na municipalização” e agradece a “disponibilidade do Governo do Estado em solidificar a contribuição com o Município”. O texto vai além da cortesia burocrática e lista contrapartidas — obras, reformas, ônibus escolares e até playgrounds — e mostra que o assunto já era pauta desde o verão, quando o tema ainda não tinha estourado no debate público.

O gesto, mais político que administrativo, deixa evidente que Peixer queria a escola sob controle municipal e o próprio ofício reconhece que “mostra-se temerário fazê-lo neste momento”, sinal de que havia vontade, mas não estrutura. Outro documento, sem data, reforça o interesse e coloca o Município “à disposição para dar andamento aos trâmites legais”.

Tudo isso desmoronou a versão divulgada em setembro, quando a Prefeitura publicou nota tentando reescrever o roteiro — dizendo que o Governo do Estado “tomou a iniciativa” e que o Município apenas “avançou nas tratativas”. A operação narrativa visava deslocar o protagonismo, e com ele a responsabilidade política, para Florianópolis.

Reunião em setembro tratou dos trâmites da municipalização e foi realizada no gabinete.

Mas o diabo mora nos detalhes como diz a expressão popular. A cronologia é implacável e os registros de janeiro mostram que o pedido partiu da Prefeitura, e não do Estado.

E como se não bastasse, um relatório técnico da própria administração municipal jogou mais gasolina no incêndio: 56,5% das escolas de São João Batista estão em nível crítico de maturidade (0% a 39%) e 43,5% em nível limitado (40% a 59%). Nenhuma unidade chegou sequer ao nível moderado.

Em resumo, o que começou como uma tentativa de dividir responsabilidades acabou deixando pais furiosos, e aliados do governador Jorginho Mello (PL) irritadiços.

Nada contesta o que está em papel timbrado. Todo o resto, por enquanto, é revisão de narrativa.