Os canelinhenses não nascem mais em Canelinha desde que a Vigilância Sanitária decidiu interditar a obstetrícia do Hospital Municipal por questões burocráticas. Problemas como a falta de uma equipe médica especializada em tempo integral e a necessidade de adequações no CNPJ da unidade foram considerados no processo de impedimento. A administração municipal, por sua vez, resolveu que seria coerente, portanto, abolir o termo “maternidade” do nome Hospital e Maternidade Maria Sartori Bastiani. O projeto de Lei, originário do Executivo, foi encaminhado à Câmara e provocou uma barafunda na cidade.

Os vereadores, apoiados por setores da comunidade, bateram o pé e cobraram uma solução que não fosse, simplesmente, a extinção da maternidade. No apagar das luzes, cerca de 20 minutos antes da polêmica proposta ir à votação em plenário, o Executivo decidiu retirar o projeto da pauta legislativa. E deve, agora, encontrar meios de manter os partos no município assim como o nome do Hospital. Pois, então?!

Foto: Ana Maria Leal da Veiga

O deputado estadual Serafim Venzon (PSDB) organizou, ontem, uma reunião entre o governador Eduardo Pinho Moreira (MDB) e os secretários de Saúde de municípios do Vale do Rio Tijucas. A comitiva expôs ao chefe do Executivo estadual os problemas enfrentados nas cidades, como a burocracia e a demora para resolução das cirurgias eletivas.

Recentes alterações no sistema da Secretaria de Estado da Saúde travaram ainda mais a fila para os procedimentos cirúrgicos não emergenciais. Com as novas regras, o posto de saúde passa a ser, obrigatoriamente, a única porta de entrada das pessoas que precisam de atendimento público. E a insatisfação é compartilhada pelos gestores da Saúde nos municípios, que pedem mais autonomia. “Os secretários estão com as mãos atadas. Não conseguem decidir se resolvem ou não um pedido de autorização para cirurgias”, justifica Venzon.

Pouco tempo atrás, Canelinha atraía milhares de visitantes para as etapas dos campeonatos nacionais e internacionais de motocross no conceituado Motódromo Arthur Jachowicz; mas os eventos de motociclismo na cidade sucumbiram à falta de investimentos, de interesse do Poder Público, e, veladamente, à morte do empresário Sérgio Jachowicz, um dos principais entusiastas e financiadores do esporte na Terra das Cerâmicas. Pacato, sem grandes propensões turísticas, o município ainda consegue manter uma programação recreativa por interferência direta da iniciativa privada. O tradicional Rodeio Internacional do CTG Fazenda Silva Neto e as sequentes edições do Costelaço do Júnior Seco e da Feijoada – e Peixada – da Confraria são exemplos clássicos. Contudo, a burocracia e a recém-instituída legislação local podem, e devem, mutilar, se não arruinar, o entretenimento nas searas canelinhenses.

Ontem, a Câmara Municipal aprovou um Projeto de Lei que estabelece o recolhimento de um grosso percentual nos ingressos comercializados nos eventos particulares no município, além do cumprimento dos alvarás de licenciamento, taxas e afins. A regulamentação pôs a classe promotora em cólera. Pois, então?!

As rusgas entre o ex-prefeito de São João Batista, Aderbal Manoel dos Santos (PP), e o atual, Daniel Netto Cândido (PSD), parecem não ter fim. O administrador da Calçados Ala, que recentemente instalou uma filial em Canelinha, aproveitou o encontro com o prefeito da Cidade das Cerâmicas, Moacir Montibeler (PMDB), e a presença da imprensa, ontem, para alfinetar o rival. “Quando procuramos o Moacir, recebemos o que precisávamos: o carinho e a atenção de um prefeito”, provocou o empresário, que expandiu os negócios para o município vizinho porque, em casa, na Capital Catarinense do Calçado, esbarrou na burocracia imposta pela prefeitura.

Montibeler recebeu, na ocasião, um quadro com a foto do primeiro par de calçados produzido na Ala de Canelinha, assinado pelos diretores e colaboradores da empresa, em gratidão e reconhecimento à hospitalidade da administração municipal.

O diretor de Recursos Humanos da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), Carlos Antonio Blosfeld, tomou Tijucas de surpresa – e gerou muitas especulações na cidade –, ontem, ao tornar “sem efeito” a Portaria 580/2017, que trata da nomeação do ex-vereador Eder Muraro (PSD) como secretário parlamentar do deputado estadual Jean Kuhlmann (PSD), noticiada com exclusividade no blog sob o título “Secretário parlamentar“.

Ao colunista, Muraro garante que o problema é burocrático, motivado pela incompatibilidade da conta bancária que movimenta com as exigências da Assembleia, e que a comentada “exoneração” deu-se por um procedimento automático, natural e habitual quando existem embargos nas documentações dos servidores da casa. “Abri uma conta-salário no Banco do Brasil, conforme achei que deveria, e depois me pediram que fosse uma conta corrente. Não consegui fazer a mudança dentro do prazo estipulado pela Alesc. Mas a situação está resolvida, e agora eles farão novamente a nomeação”, explica o ex-presidente do Poder Legislativo de Tijucas.

Incumbida de responsabilidade pela Rede Sustentabilidade em Tijucas, Berenice Gonçalves seria candidata a vereadora, mas as questões burocráticas sucumbiram aos prazos para regularização do diretório municipal do partido na Capital do Vale – o que impossibilitou a incursão da legenda nestas eleições.

Hoje, sem candidatura, ela estuda atuar na orientação técnica de três postulantes à Câmara Municipal que compunham o extinto movimento L.I.M.P.E., do qual era partícipe.