quarta-feira, 29 de outubro de 2025 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Um olho lá e outro cá

Postado em 28 de outubro de 2025
Fotos: Luan Lucas/Divulgação

O encontro estadual do MDB no último fim de semana confirmou o que já se desenhava nos bastidores. O partido será coadjuvante na eleição de 2026, indicando o vice na chapa de Jorginho Mello (PL). Mas o evento repercute além do protagonismo imediato e interessa diretamente aos emedebistas do Vale do Rio Tijucas.

No entanto, o verdadeiro impacto se projeta em 2028. O MDB regional ainda se recupera do desempenho apagado nas últimas eleições municipais, saindo sem nenhuma prefeitura e figurando como oposição nos cinco municípios do Vale. Estar na chapa de Jorginho, portanto, pode representar a chance de a legenda recuperar fôlego, consolidar bases e renovar sua relevância para o pleito municipal seguinte.

O cenário local é heterogêneo: em Tijucas, o partido conta com três vereadores e a presidência da Câmara; São João Batista também soma três parlamentares; Canelinha tem dois; Nova Trento, quatro; e Major Gercino, apenas um. Em todas as praças, candidatos emedebistas sofreram derrotas majoritárias na última eleição.

Ainda assim, lideranças experientes permanecem ativas nos corredores do poder, como Tiago Dalssasso (ex-prefeito de Nova Trento), Thiago Vinícius Leal (candidato em Canelinha) e Viviane Booz Ferreira (ex-vice-prefeita de Major Gercino), que mantém cargos no governo estadual e na Assembleia Legislativa.

MÃOS À OBRA

No fim de semana, caravanas de filiados da região foram a Balneário Camboriú, cientes de que o relógio da próxima eleição já começou a contar. O pleito de 2026 permite engajar bases, impulsionar candidatos a deputados e, ao mesmo tempo, neutralizar adversários internos que poderiam assumir protagonismo.

A equação não é simples. Nos cinco municípios do Vale, apenas Canelinha deve ter uma disputa aberta, sem prefeito incumbente na corrida. Nos demais, o MDB precisará enfrentar a força da máquina governista em plena velocidade, tarefa que exigirá estratégia, articulação e capacidade de resistência política.

Números e planos

Postado em 28 de outubro de 2025
Foto: Divulgação

O prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (PL), de Canelinha, monitora a cena eleitoral do Vale do Rio Tijucas e, por enquanto, ainda tateia a postulação ao parlamento catarinense nas eleições de 2026. Um instituto de pesquisas foi contratado para avaliar a viabilidade da candidatura nos cinco municípios da região, e os resultados devem ser apresentados ao principal interessado nesta sexta-feira (31).

Enquanto espera, Alves Maciel vem se reunindo frequentemente com o governador Jorginho Mello, presidente do PL no estado, e com lideranças envolvidas na articulação. Neste momento, o partido tem 82 pré-candidatos a deputados estaduais; e, na lista oficial, o canelinhense aparece entre eles.

PLANO B

Na semana passada, o mandatário da Cidade das Cerâmicas jantou na Casa D’Agronômica em evento promovido pela deputada estadual Ana Paula da Silva (PODE) e com presença do governador.

Embora tenha sido apresentado no encontro como pré-candidato do PL, Diogo teve convites para concorrer nas eleições de 2026 por PODEMOS ou REPUBLICANOS – e com aval de Jorginho, que assentiu à manobra caso ela fosse necessária.

O canelinhense, no entanto, deixou claro aos presentes que apenas estaria disposto a participar do pleito filiado ao PL.

Sede de milhões

Postado em 28 de outubro de 2025
Fotos: Divulgação

Emerson Stein (MDB) segue marcando território pelo Litoral Norte. O ex-deputado e atual secretário de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde esteve em Bombinhas na última semana para oficializar o repasse que viabiliza a construção da nova sede da APAE no município. O portobelense entregou o cheque de R$ 3 milhões que garante o início das obras.

O recurso foi articulado nos bastidores por Stein, com apoio do presidente da Alesc, Júlio Garcia (PSD), e do governador Jorginho Mello (PL). A nova estrutura permitirá ampliar o atendimento às famílias, além de acolher os alunos bombinenses que hoje precisam se deslocar até a APAE de Porto Belo. Conforto, acessibilidade e segurança são as palavras de ordem no novo projeto.

Durante o ato, o prefeito Alexandre da Silva (PSD) e o presidente da APAE local, José Maria de Oliveira, celebrararam a conquista. O vice-prefeito José Antônio Olímpia (PODE), o presidente da Federação das APAEs, Osmar Minatto, vereadores e familiares também marcaram presença.

A inclusão ganha endereço próprio em Bombinhas.

Lei da atração

Postado em 27 de outubro de 2025
Foto: Divulgação

Os indícios são fortes. Parte do sucesso do PL em Tijucas passa intimamente pela “turma do ferro velho”, como ficou conhecido o triunvirato formado pelos empresários Alberto Carlos “Tito” Dolorini e Osnildo “Dinho” de Souza e Silva e o irmão, José Vicente “Zezinho” de Souza e Silva, atualmente vereador da legenda.

Tito e Dinho, a propósito, abriram uma filial: o REPUBLICANOS, que tem presidência do primeiro em solo tijuquense, e sustentação do sócio. Zezinho permaneceu no PL, obviamente, como carro-chefe da coalizão.

Dolorini, que tem se destacado na articulação, entregou pessoalmente as ações do PL ao ex-vereador Fernando Fagundes, candidato a vice-prefeito do partido em 2024, e passou a se dedicar ao fortalecimento do REPUBLICANOS – sobretudo com a adesão de liberalistas da sua claque. Em sintonia com o governador Jorginho Mello (PL) e com o deputado federal Jorge Goetten (REPUBLICANOS-SC), formou um grupo coeso e atraiu, além da noiva, Josiéli Pacheco, que passou a comandar o Mulheres Republicanas no município, outras figuras importantes do PL para o seu guarda-chuvas.

MAIS UM

O mais novo filiado ao REPUBLICANOS de Tijucas, e que chega com posto de confiança, é o ex-tesoureiro do PL local, Jonas Patrick Pereira, que passa a comandar a tesouraria do novo partido e com ficha abonada pelo presidente nacional da legenda, Marcos Pereira (foto de capa).

Embora sejam quase a mesma coisa, fica evidente que, a depender de Tito, a regência do PL precisa trabalhar muito bem para se manter nos píncaros e, no mínimo, acompanhar o ritmo da parceria com o REPUBLICANOS.

O cisma azul

Postado em 24 de outubro de 2025
Fotos: Divulgação

Tão habituado a marchar sob a mesma bandeira, o PL catarinense vive agora um racha que promete ecoar no Vale do Rio Tijucas. No centro da disputa está o nome da deputada federal Caroline De Toni (PL-SC) — até pouco tempo unanimidade entre prefeitos da região como escolha natural para o Senado — e o governador Jorginho Mello (PL), que decidiu antecipar o jogo e declarar preferência por outro nome na corrida de 2026.

Entre a cruz e a espada, as lideranças do Vale precisarão de mais que prudência. Será preciso cálculo político e sangue frio. Como o Blog já havia adiantado, nomes como Maickon Campos Sgrott (PP), de Tijucas, Diogo Francisco Alves Maciel (PL), de Canelinha, Joel Orlando Lucinda (MDB) e o vice Ailto Neckel de Souza (PL), de Porto Belo, Carlos Alexandre “Xepa” de Souza Ribeiro (PL), de Itapema, e Alexandre da Silva (PSD), de Bombinhas, alinharam-se à parlamentar. Todos, até aqui, seguem firmes na defesa de Carol.

Mas o tabuleiro virou quando Jorginho anunciou publicamente apoio a Carlos Bolsonaro (PL) para o Senado, em dobradinha com Esperidião Amin (PP). A reação de De Toni foi imediata e pública. Em entrevista a uma rádio de Xanxerê, ela declarou que será candidata ao Senado mesmo que precise deixar o PL. A deputada revelou que o governador, pessoalmente, havia lhe prometido a vaga olhando em seus olhos e na sua casa.

O enredo ganhou mais tempero quando Carlos Bolsonaro compartilhou, em suas redes, um vídeo de apoio à própria De Toni, declarando que ambos pretendem “quebrar algumas barreiras juntos”. A mensagem, ainda que ambígua, colocou mais uma brasa no fogo já aceso entre a base do governador e a ala fiel à deputada.

Enquanto o embate se desenrola em escala estadual, os prefeitos da região ficam em sinuca de bico. A quem seguir? Ao governador, que distribui as chaves do cofre estadual, ou à deputada que conquistou o eleitorado com discurso ideológico e lealdade à família Bolsonaro?

A resposta, por enquanto, está no campo das apostas.

Leia mais sobre a polêmica: 

Água no chopp

Quem é o pai?

Postado em 22 de outubro de 2025
Fotos: Divulgação

Em São João Batista, a municipalização da Escola de Educação Básica Professor Patrício Teixeira Brasil virou uma disputa de paternidade. De um lado, o prefeito Juliano Peixer (UNIÃO) garante que a ideia nasceu no Governo do Estado. Do outro, os documentos — assinados por ele próprio — contam uma história diferente.

Nos papéis, a origem é clara. Um ofício de 15 de janeiro de 2025, redigido com o timbre da Prefeitura e endereçado ao então secretário de Educação Aristides Cimadon, manifesta “interesse na municipalização” e agradece a “disponibilidade do Governo do Estado em solidificar a contribuição com o Município”. O texto vai além da cortesia burocrática e lista contrapartidas — obras, reformas, ônibus escolares e até playgrounds — e mostra que o assunto já era pauta desde o verão, quando o tema ainda não tinha estourado no debate público.

O gesto, mais político que administrativo, deixa evidente que Peixer queria a escola sob controle municipal e o próprio ofício reconhece que “mostra-se temerário fazê-lo neste momento”, sinal de que havia vontade, mas não estrutura. Outro documento, sem data, reforça o interesse e coloca o Município “à disposição para dar andamento aos trâmites legais”.

Tudo isso desmoronou a versão divulgada em setembro, quando a Prefeitura publicou nota tentando reescrever o roteiro — dizendo que o Governo do Estado “tomou a iniciativa” e que o Município apenas “avançou nas tratativas”. A operação narrativa visava deslocar o protagonismo, e com ele a responsabilidade política, para Florianópolis.

Reunião em setembro tratou dos trâmites da municipalização e foi realizada no gabinete.

Mas o diabo mora nos detalhes como diz a expressão popular. A cronologia é implacável e os registros de janeiro mostram que o pedido partiu da Prefeitura, e não do Estado.

E como se não bastasse, um relatório técnico da própria administração municipal jogou mais gasolina no incêndio: 56,5% das escolas de São João Batista estão em nível crítico de maturidade (0% a 39%) e 43,5% em nível limitado (40% a 59%). Nenhuma unidade chegou sequer ao nível moderado.

Em resumo, o que começou como uma tentativa de dividir responsabilidades acabou deixando pais furiosos, e aliados do governador Jorginho Mello (PL) irritadiços.

Nada contesta o que está em papel timbrado. Todo o resto, por enquanto, é revisão de narrativa.

Rota estratégica

Postado em 22 de outubro de 2025
Fotos: Divulgação

O Partido Liberal segue percorrendo Santa Catarina com seu projeto Rota 22, uma espécie de caravana política que combina discurso participativo com pragmatismo eleitoral.  Na terça-feira (21), o projeto aportou em Florianópolis, reunindo lideranças de várias regiões — entre elas, o presidente do PL de São João Batista e ex-candidato a prefeito, Felipe Lemos, acompanhado de suplentes, membros da executiva e familiares. De Tijucas, marcou presença o presidente local da sigla, Fernando Fagundes.

O Rota 22 aposta em uma narrativa moderna, mesclando tecnologia e política. Um aplicativo interativo permite ao público acessar dados sobre investimentos do governo Jair Bolsonaro em cada cidade e enviar sugestões, gesto simbólico que pretende traduzir “participação popular” em linguagem digital. Mas, no fundo, o movimento parece mirar mais no fortalecimento da base partidária e na reafirmação do protagonismo de Jorginho Mello e do PL no cenário estadual.

As oficinas regionais seguem o roteiro de debates, dados socioeconômicos e discursos de integração, criando uma ambiência de “planejamento coletivo” que ecoa o slogan de proximidade com o cidadão. Já na próxima sexta (31) haverá seminário com a presença do governador Jorginho Mello e deputados federais e estaduais do PL no Hotel Golden São José.

Nos bastidores, lideranças do Vale articulam para que uma edição do evento chegue à região. A leitura é de que o Rota 22, além de ser um fórum de ideias, funciona como ensaio estratégico para reposicionar o PL nas disputas municipais e solidificar alianças locais.

Água no chopp

Postado em 21 de outubro de 2025
Fotos: Divulgação

Ao que tudo indica, o movimento articulado por prefeitos da região em torno da deputada federal Caroline De Toni (PL-SC) — capitaneado por nomes como Maickon Campos Sgrott (PP) de Tijucas, Diogo Alves Maciel (PL) de Canelinha, Joel Orlando Lucinda (MDB) e seu vice Ailto Neckel de Souza (PL), de Porto Belo, além de Alexandre da Silva (PSD), de Bombinhas — deve perder fôlego antes mesmo de decolar.

O motivo? O governador Jorginho Mello (PL) jogou um balde de água fria na articulação ao confirmar que o nome para o Senado em sua chapa de reeleição será Carlos Bolsonaro (PL). Sem meias palavras, o chefe do Executivo estadual destacou que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro lidera todas as pesquisas internas e, portanto, é “candidato natural” ao cargo.

Apesar de não poupar elogios a De Toni, que vinha sendo a aposta preferida dos prefeitos locais, Jorginho foi categórico: o segundo espaço da majoritária ficará com o senador Esperidião Amin (PP-SC). E ainda trouxe um novo ingrediente à disputa. O posto de vice, segundo ele, será destinado ao MDB, numa composição que reforça o pragmatismo político do governador e amplia o arco de alianças.

Nos bastidores, a fala de Jorginho caiu como uma ducha gelada entre os apoiadores de Carol. Irritados com o veto velado à candidatura da deputada, aliados teriam ventilado a possibilidade de sua migração para o NOVO, com eventual apoio à candidatura de João Rodrigues (PSD), caso o PL mantenha as portas fechadas. A própria parlamentar, em declarações recentes, admitiu que não descarta a mudança para garantir espaço na disputa.

Com o cenário cada vez mais desenhado, restará aos prefeitos da região, especialmente os do PL, aguardar o desenrolar e, talvez, contentarem-se com o que vier da cúpula estadual. A política, afinal, também é um jogo de hierarquias e tempos e, por ora, o poder está nas mãos de Jorginho.

Saiba mais sobre o apoio dos prefeitos da região:

Desagravo

Registro de peso

Postado em 17 de outubro de 2025
Foto: Divulgação

O prefeito de Tijucas, Maickon Campos Sgrott (PP), protagonizou um registro simbólico nesta quinta-feira (16), durante o lançamento de um empreendimento de luxo na serra catarinense. Ao lado da primeira-dama Lilian Poli Sgrott, o chefe do Executivo tijuquense dividiu holofotes com o governador Jorginho Mello (PL), cena que reforça o entrosamento político entre ambos.

O evento, que reuniu nomes de peso da música nacional, teve apresentações de Rick & Renner e Alexandre Pires, artistas que, junto com César Menotti & Fabiano, também figuram entre os investidores do novo projeto.

Desde o início do mandato, Sgrott e Jorginho têm cultivado uma relação de proximidade, marcada por gestos públicos e agendas compartilhadas. O governador esteve em Tijucas durante as cheias de janeiro e fevereiro, e tem atuado diretamente para destravar obras estratégicas, como a dragagem da Boca da Barra e os molhes da foz do Rio Tijucas.

Nos bastidores, o alinhamento crescente desperta especulações. Sgrott pode estar pavimentando o caminho para migrar ao PL, sigla do governador. O próprio prefeito, em conversas recentes, não descartou a possibilidade.

O registro está feito.

Bem na foto

Postado em 10 de outubro de 2025
Fotos: Arquivo Pessoal

Foi durante a Fenarreco, em Brusque, que o casal tijuquense Alberto Carlos “Tito” Dolorini e Josiéli Pacheco acabou literalmente bem na foto. Entre brindes e conversas de bastidores, os dois circularam entre lideranças políticas e posaram ao lado do governador Jorginho Mello (PL), em um encontro que teve clima de confraternização — mas também de articulação.

Presidente do REPUBLICANOS em Tijucas, Tito tem reforçado presença em eventos regionais e ampliado o diálogo com figuras de peso do cenário estadual. Já Josiéli, que coordena o movimento Mulheres Republicanas, vem ganhando espaço e reconhecimento dentro da sigla.

Nos registros do evento, além do governador, aparecem o deputado Jorge Goetten, presidente estadual do REPUBLICANOS, o deputado federal Rafael Pezenti (MDB) e o estadual Carlos Humberto (PL) — uma composição que mostra como o casal transita com desenvoltura entre diferentes espectros da base governista.

Entre um chope e outro, Tito e Josiéli também aproveitaram para trocar impressões com o prefeito de Brusque, André Vechi (PL), em conversas que, segundo quem acompanhou de perto, misturaram política, planos e, claro, um pouco de descontração — afinal, ninguém é de ferro.