quinta-feira, 13 de novembro de 2025 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Contribuinte decide

Postado em 11 de novembro de 2025
Foto: Divulgação

Se o imposto é do cidadão, a decisão também passa a ser. Maickon Campos Sgrott (PP) anunciou um movimento pouco usual e vai abrir o cofre do IPTU para que o tijuquense diga onde o dinheiro deve ser aplicado – rua por rua, bairro por bairro, sem rodeios e sem consulta ornamental.

Batizado de “O IPTU é Seu”, o programa promete inverter a lógica. Primeiro o morador aponta prioridades, depois o governo executa. Ponto. Sem aquela velha história do “vamos estudar”.

Secretários e equipes técnicas acompanharão as reuniões comunitárias, que começam ainda este mês e seguem até dezembro, passando por todos os cantos da cidade – Areias, Santa Luzia, Centro, Morretes, Timbé, Sul do Rio, Itinga e demais regiões urbanas e rurais.

Será o contribuinte dizendo se prefere pavimentação ou iluminação, posto de saúde ou lazer, trânsito ou segurança e a administração ouvindo, anotando e se comprometendo a botar na rua. Um ensaio prático de orçamento participativo, com cronograma, formato e o que se espera: entrega.

Se a promessa vingar, Tijucas entra na lista das cidades que romperam com o velho ritual de “prefeito sabe tudo” e colocaram o cidadão de fato no jogo das decisões.

Alinhamento

Postado em 10 de novembro de 2025
Fotos: Divulgação

Foi instalada oficialmente, na semana passada, a Secretaria Municipal de Pesca e Aquicultura em Tijucas, tendo Ezequiel de Amorim como titular da nova pasta. Nenhuma surpresa. A criação do órgão já havia sido aprovada pela Câmara de Vereadores em setembro, e desde então era sabido que Amorim ocuparia o cargo.

O que realmente chamou atenção, porém, foi uma deferência especial publicada na página oficial do prefeito Maickon Campos Sgrott (PP), que fez questão de mencionar “sete vereadores da base governista”. Essa é a verdadeira novidade. Até então, o que se via eram apenas rumores, aproximações estratégicas e gestos de simpatia entre vereadores de diferentes partidos e o núcleo do governo.

Além da base tradicional – composta por PROGRESSISTAS, UNIÃO e PSD – surgem nomes do MDB e do PL, partidos que, oficialmente, integram a oposição. Nada que espante. Esses parlamentares já vinham sinalizando, há tempos, suas preferências por estar alinhados ao Executivo.

Os nomes listados como parte da “base governista” são: Nadir Olindina Amorim (PSD), Ecio Helio de Melo (PL), Flavio Henrique Souza (MDB), Mauricio Poli (UNIÃO), Maria Edésia da Silva Vargas (PP), Paulo Cesar Pereira (PSD) e Julio Cesar Bucoski (PP).

Vale destacar que a situação do Partido Liberal é, no mínimo, ambígua. Enquanto uma ala da sigla mantém postura declaradamente oposicionista, outra se mostra abertamente governista – e com direito a cadeira no primeiro escalão, já que Erivelto Leal dos Santos comanda a Fundação Municipal de Esportes. Além disso, o próprio Sgrott mantém laços próximos com o governador Jorginho Mello e outras lideranças liberalistas no estado, o que alimenta rumores de uma eventual migração partidária. A conferir.

Do lado do MDB, a executiva municipal não aprova esse alinhamento de parte da bancada com o governo. O vereador Flavio Henrique Souza teve sua expulsão das fileiras emedebistas aprovada.

MAIORIA

E o que tudo isso representa? Em termos práticos, significa que o governo conta agora com sete dos 13 votos possíveis no Legislativo – maioria simples suficiente para aprovar quase todas as pautas de interesse do Executivo. Para deliberações que exigem quórum qualificado de dois terços (2/3), como uma eventual cassação de mandato, seriam necessários nove votos. Ou seja, faltam apenas dois para que Maickon Sgrott alcance a chamada “maioria absoluta”.

Nesse cenário, o prefeito de Tijucas está muito próximo de conquistar o que todo governante almeja: um legislativo afinado, previsível e, em grande medida, sob controle.

Bolsa esporte

Postado em 7 de novembro de 2025
Foto: Divulgação

O clima lembrou a máxima do esporte: adversário só dentro das quatro linhas. Governo e oposição dividiram o mesmo enquadramento e discursos semelhantes na apresentação dos programas Bolsa Atleta e Bolsa Técnico, lançados nesta quinta (6) no gabinete do prefeito Maickon Campos Sgrott (PP).

A proposta enviada pelo Executivo cria apoio financeiro mensal para atletas e treinadores que representem Tijucas em competições regionais, estaduais e nacionais. A ideia é incentivar talentos locais, bancar treinos, transporte, inscrições e equipamentos, e evitar que jovens promessas precisem mendigar patrocínio fora da cidade.

O prefeito recebeu o presidente da Câmara Cláudio Eduardo de Souza (MDB) e uma bancada variada – Renato Laurindo (PL), José Vicente de Souza e Silva (PL), Fabiano Morfelle (MDB), Écio Helio de Melo (PL), Nadir Olindina Amorim (PSD), Maurício Poli (UNIÃO) e Júlio César Bucoski (PP). Na mesa também estava o superintendente da Fundação Municipal de Esportes, Erivelto “Danone” Leal dos Santos (PL), que terá papel direto na execução do programa.

O coro foi uníssono, já que o projeto marca um “novo momento” do esporte local e deve vir acompanhado de outras ações estruturantes. O texto segue para a Câmara, onde cada voto contará, e a harmonia registrada na foto será, mais uma vez, testada no apito final.

Sinais claros

Postado em 6 de novembro de 2025
Foto: Divulgação

Se política vive de gestos, em Tijucas as mensagens andam sendo entregues sem bilhete – e com destinatários bem definidos. A autointitulada bancada de oposição se reuniu para alinhar votos e estratégias, mas decidiu que nem todo mundo merecia cadeira à mesa. Três vereadores simplesmente não foram chamados.

O encontro tratou de 21 projetos enviados pelo Executivo, além de seis textos complementares em análise, incluindo a criação da Fundação Municipal do Meio Ambiente e a outorga onerosa, pautas que prometem debates duros no plenário. Houve alinhamento para votações futuras e, claro, demarcação territorial.

Estiveram no encontro Lizandra Dadam (NOVO), Renato Laurindo (PL), Fabiano Morfelle (MDB), José Vicente de Souza e Silva (PL) e Esaú Bayer (PL). Ausentes – e não por agenda, mas por opção do grupo –, Cláudio Eduardo de Souza (MDB), Ecio Helio de Melo (PL) e Flávio Henrique Souza (MDB).

Nos bastidores, o comentário é direto: não houve esquecimento, mas recados. Os emedebistas já enfrentam desgaste interno no partido por aproximação com o governo de Maickon Campos Sgrott (PP). Ecinho, por sua vez, vem circulando no mesmo eixo governista, e isso bastou para que o trio fosse tratado como corpo estranho no bloco oposicionista.

Fundo próprio

Postado em 5 de novembro de 2025
Foto: Arquivo

Os legisladores de Tijucas querem porque querem uma nova sede. E, para isso, prometem economizar. Um projeto de autoria do vereador Cláudio Eduardo de Souza (MDB) foi aprovado com 11 votos favoráveis, criando um fundo específico para financiar a construção do novo prédio da Câmara.

A proposta determina que todo o saldo financeiro anual da Casa seja depositado em conta exclusiva, vedando outras destinações. A verba será usada para o compra de um terreno, a construção, a mobília e os equipamentos da futura sede. A lógica é simples: transformar economia administrativa em investimento permanente.

O texto também prevê o destino do atual prédio da Câmara. Após a mudança, o imóvel será doado ao Executivo e repassado à Secretaria Municipal de Educação.

Na mesma sessão, outro projeto – este da Mesa Diretora – também passou por 11 votos, autorizando crédito suplementar de R$ 200 mil para ajustes orçamentários internos da Casa. O recurso será realocado da dotação antes prevista para a obra da sede, garantindo o funcionamento administrativo enquanto o fundo específico é estruturado.

Uma decisão pragmática.

Cheque e clique

Postado em 5 de novembro de 2025
Foto: PMT/Divulgação

O calendário eleitoral ainda parece distante no papel, mas, na prática, já está correndo em ritmo acelerado. Deputados circulam, prefeitos abrem o gabinete e emendas começam a cair. Em Tijucas, o deputado federal Fábio Schiochet (UNIÃO) fez a sua parte, passou no Paço, entregou R$ 650 mil em emenda impositiva e garantiu foto com o prefeito Maickon Campos Sgrott (PP).

A comitiva incluiu o vereador Maurício Poli (UNIÃO) e outras lideranças locais. O recurso será destinado a obras de pavimentação e infraestrutura urbana, reforçando o caixa municipal para ações que impactam mobilidade e qualidade de vida.

E aqui, sem romantismo, neste estágio do jogo, cada visita é um investimento e cada obra é um cartão de visitas para 2026. Prefeitos torcem para que mais parlamentares batam à porta antes do ano travado que vem aí, quando os cofres estaduais e federais entram no modo eleição e a torneira fecha.

Orçamento impositivo

Postado em 5 de novembro de 2025
Fotos: CMT/Divulgação

A velha disputa por protagonismo entre Legislativo e Executivo ganhou novo capítulo em Tijucas. Um Projeto de Emenda à Lei Orgânica promete mudar o equilíbrio de forças, ao tornar obrigatória a execução das emendas parlamentares individuais, o chamado Orçamento Impositivo. Um sonho antigo dos edis.

O texto, assinado por 12 dos 13 vereadores, impõe à prefeitura a execução orçamentária e financeira das programações incluídas pelos parlamentares no projeto da LOA (Lei Orçamentária Anual). Na prática, as emendas que antes dependiam da boa vontade do Executivo passam a ser de execução obrigatória.

Assinaram o projeto os vereadores Ecio Helio de Melo, Esaú Bayer, José Vicente de Souza e Silva e Renato Laurindo Júnior do PL, Cláudio Eduardo de Souza, Flavio Henrique Souza e Fabiano Morfelle do MDB, Júlio César Bucoski e Maria Edésia da Silva Vargas do PP, Nadir Olindina Amorim e Paulo Cesar Pereira do PSD e Mauricio Poli (UNIÃO). Lizandra Dadam (NOVO) não subscreveu a proposta.

O debate, contudo, foi interrompido na sessão de segunda-feira (3), após Júlio Bucoski pedir vistas ao projeto, adiando a discussão por prazo regimental. A proposta deve voltar à pauta nas próximas semanas.

Pelo texto, o limite de emendas fica fixado em 1,2% da Receita Corrente Líquida, sendo metade destinada obrigatoriamente à Saúde. O projeto proíbe o contingenciamento dos recursos e estabelece que, em caso de impedimento técnico ou legal, o vereador terá 30 dias para redirecionar o valor. Persistindo o problema, o montante deverá ser aplicado em serviços de saúde do município.

TRAMITAÇÃO

Após o pedido de vistas de Bucoski, a discussão foi pausada. Em conversa com o Blog, o vereador disse que o tema entrou como projeto “ordinário” e, só depois, ganhou contornos mais complexos. Houve debate interno e consulta ao jurídico, mas algumas dúvidas permaneceram.

O parlamentar progressista ainda sugeriu que a consultora da prefeitura participasse da reunião para esclarecer pontos sensíveis, mas o presidente da Câmara, Cláudio do Jornal, não acolheu o pedido. Para o vereador, a relevância do tema justifica cautela. “Apreciar e aprovar em quatro dias seria muito rápido. Vamos analisar, fazer ajustes se necessário, e devolver para tramitar o quanto antes.”

Novos projetos

Postado em 31 de outubro de 2025
Foto: Divulgação

Poucas horas após celebrar um acordo milionário – uma partilha de mais de R$ 40 milhões em um processo de divórcio – , o advogado Alesson Alexandre Cardozo anunciou sua saída da Procuradoria Jurídica da Câmara de Tijucas. Os dois episódios não têm relação direta, mas corroboram as justificativas para deixar o Legislativo.

Em atenção ao Blog, Cardozo explicou que o desligamento faz parte de um movimento planejado. Ele pretende dedicar-se a projetos particulares, como o próprio escritório, consultorias para o setor público e uma agenda de palestras e cursos. Entre essas atividades, o advogado coordenou a reestruturação do regime previdenciário de Porto Belo, conduzida por sua equipe jurídica.

A permanência de dez meses na Câmara teve caráter estratégico. “Sinto que cumpri essa missão e agora sigo em frente, buscando novos horizontes”, explicou. Nos próximos passos, está a possibilidade de assumir a consultoria previdenciária do município de Tijucas, além de conversas já iniciadas com outras prefeituras.

Antes de ocupar a Procuradoria, Alesson foi chefe de gabinete na gestão de Moacir Montibeler (MDB) em Canelinha e coordenador jurídico da campanha de Elmis Mannrich (MDB) à prefeitura de Tijucas, em 2024. Mestre em Gestão de Políticas Públicas e especialista em Direito Empresarial, o advogado segue transitando entre o mundo político e o jurídico e, ao que tudo indica, sem perder o timing.

Um olho lá e outro cá

Postado em 28 de outubro de 2025
Fotos: Luan Lucas/Divulgação

O encontro estadual do MDB no último fim de semana confirmou o que já se desenhava nos bastidores. O partido será coadjuvante na eleição de 2026, indicando o vice na chapa de Jorginho Mello (PL). Mas o evento repercute além do protagonismo imediato e interessa diretamente aos emedebistas do Vale do Rio Tijucas.

No entanto, o verdadeiro impacto se projeta em 2028. O MDB regional ainda se recupera do desempenho apagado nas últimas eleições municipais, saindo sem nenhuma prefeitura e figurando como oposição nos cinco municípios do Vale. Estar na chapa de Jorginho, portanto, pode representar a chance de a legenda recuperar fôlego, consolidar bases e renovar sua relevância para o pleito municipal seguinte.

O cenário local é heterogêneo: em Tijucas, o partido conta com três vereadores e a presidência da Câmara; São João Batista também soma três parlamentares; Canelinha tem dois; Nova Trento, quatro; e Major Gercino, apenas um. Em todas as praças, candidatos emedebistas sofreram derrotas majoritárias na última eleição.

Ainda assim, lideranças experientes permanecem ativas nos corredores do poder, como Tiago Dalssasso (ex-prefeito de Nova Trento), Thiago Vinícius Leal (candidato em Canelinha) e Viviane Booz Ferreira (ex-vice-prefeita de Major Gercino), que mantém cargos no governo estadual e na Assembleia Legislativa.

MÃOS À OBRA

No fim de semana, caravanas de filiados da região foram a Balneário Camboriú, cientes de que o relógio da próxima eleição já começou a contar. O pleito de 2026 permite engajar bases, impulsionar candidatos a deputados e, ao mesmo tempo, neutralizar adversários internos que poderiam assumir protagonismo.

A equação não é simples. Nos cinco municípios do Vale, apenas Canelinha deve ter uma disputa aberta, sem prefeito incumbente na corrida. Nos demais, o MDB precisará enfrentar a força da máquina governista em plena velocidade, tarefa que exigirá estratégia, articulação e capacidade de resistência política.

Lei da atração

Postado em 27 de outubro de 2025
Foto: Divulgação

Os indícios são fortes. Parte do sucesso do PL em Tijucas passa intimamente pela “turma do ferro velho”, como ficou conhecido o triunvirato formado pelos empresários Alberto Carlos “Tito” Dolorini e Osnildo “Dinho” de Souza e Silva e o irmão, José Vicente “Zezinho” de Souza e Silva, atualmente vereador da legenda.

Tito e Dinho, a propósito, abriram uma filial: o REPUBLICANOS, que tem presidência do primeiro em solo tijuquense, e sustentação do sócio. Zezinho permaneceu no PL, obviamente, como carro-chefe da coalizão.

Dolorini, que tem se destacado na articulação, entregou pessoalmente as ações do PL ao ex-vereador Fernando Fagundes, candidato a vice-prefeito do partido em 2024, e passou a se dedicar ao fortalecimento do REPUBLICANOS – sobretudo com a adesão de liberalistas da sua claque. Em sintonia com o governador Jorginho Mello (PL) e com o deputado federal Jorge Goetten (REPUBLICANOS-SC), formou um grupo coeso e atraiu, além da noiva, Josiéli Pacheco, que passou a comandar o Mulheres Republicanas no município, outras figuras importantes do PL para o seu guarda-chuvas.

MAIS UM

O mais novo filiado ao REPUBLICANOS de Tijucas, e que chega com posto de confiança, é o ex-tesoureiro do PL local, Jonas Patrick Pereira, que passa a comandar a tesouraria do novo partido e com ficha abonada pelo presidente nacional da legenda, Marcos Pereira (foto de capa).

Embora sejam quase a mesma coisa, fica evidente que, a depender de Tito, a regência do PL precisa trabalhar muito bem para se manter nos píncaros e, no mínimo, acompanhar o ritmo da parceria com o REPUBLICANOS.