quinta-feira, 21 de novembro de 2024 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Hospital privatizado

Postado em 27 de junho de 2022
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Os canelinhenses e, principalmente, os funcionários do Hospital e Maternidade Maria Sartori Bastiani foram pegos de surpresa, sexta-feira (24), com a notícia da terceirização integral dos serviços da unidade. Até o momento, apenas os atendimentos eram realizados por uma cooperativa médica sob contrato com o município. O processo de comutação vinha sendo conduzido com muita discrição e reservas na prefeitura.

Os burburinhos, no entanto, ganharam força nos últimos dias. Tanto que a vereadora Neli Ferreira (MDB) protocolou requerimento na Câmara Municipal, terça-feira (21), para que o município se manifestasse sobre o assunto.

A confirmação dos rumores chegou primeiramente aos servidores do hospital. Representantes da empresa que deve administrar a unidade nos próximos 90 dias estiveram no local e orientaram os profissionais contratados a se dirigirem ao setor de recursos humanos da prefeitura para regularizarem as rescisões. A medida provocou grande tumulto e se transformou no assunto do momento na imprensa local e redes sociais.

IMPULSO

O técnico de enfermagem Alex de Assis recorreu ao Facebook para classificar o ato de “cachorrada”. A postagem, contudo, assim que disseminada em grande escala nos grupos de conversação online, desapareceu. O funcionário relatou a interlocutores do Blog que teria sido interpelado por representantes da administração municipal e que, em seguida, teve a conta na mídia social hackeada.

VERBA RESERVADA

Alheios ao processo, os vereadores de Canelinha aprovaram, há duas semanas, projeto do Executivo que previa investimentos na casa de R$ 1 milhão no Hospital e Maternidade Maria Sartori Bastiani. O texto da proposta justificava a necessidade de “melhorias” na unidade. Os parlamentares — ou, pelo menos, a maioria deles — sequer desconfiavam que o montante pudesse ser usado para o custeio em caráter de urgência da terceirização dos serviços do hospital; hipótese que vem sendo amplamente conjeturada no Legislativo municipal desde a elucidação dos fatos.

AMPLIAÇÃO E QUALIFICAÇÃO

Consultado pelo Blog, o prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (REPUBLICANOS) justificou que existe uma demanda na ampliação dos serviços e que, com um grupo privado na condução do hospital, teria maior liberdade para contratações e substituições de profissionais sem necessidade de concurso público ou processo seletivo. O chefe do Executivo canelinhense pontuou, ainda, que a gestão da unidade continuaria sendo do município e que, com a implantação do novo modelo, conseguiria expandir o quadro funcional e qualificar o atendimento. “Desde que entrei na prefeitura, há reclamações. A única maneira de melhorar, é mudando o contrato. Se eu seguir com as mesmas pessoas, a tendência é que as queixas continuem”, explica.

Ouça, na íntegra, a declaração do mandatário canelinhense sobre o tema:

Balbúrdia

Postado em 23 de junho de 2021
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Pai do prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (PSL), o contabilista Cidney Nery Maciel não se conteve, ontem, na Câmara Municipal de Canelinha, durante a sessão. Para qualquer juízo que fosse feito ao governo da Cidade das Cerâmicas nas tribunas, ele, da plateia, murmurava, discordava, respondia e interrompia. Alguns vereadores, inclusive, pediam seguidamente ordem na Casa e que cessassem as manifestações no auditório.

O clima ficou insustentável, no entanto, quando, na quarta interrupção de Maciel aos discursos dos parlamentares, o vereador Francisco Honorato Cardoso Filho (MDB) pediu à presidência que externasse publicamente quem protagonizava o tumulto e que desse “nome aos bois”. O pai do prefeito, enfurecido, partiu para a discussão. Disse que não admitia ser chamado de “boi” e, na saída, em frente à Câmara, teria tratado o emedebista por “crente sem-vergonha”.

A tensão aumentou, ainda, com a chegada da irmã do prefeito, suplente de vereadora Caroline Alves Maciel Moskorz (PSL), para defender o pai e cobrar parcimônia do parlamento — especialmente do presidente Robinson Carvalho de Lima (PP), com quem teve um acalorado embate —, que, segundo ela, estava promovendo uma “humilhação” à família Maciel com aquele nefando espetáculo. Pois, então?!

Atribulação e glória

Postado em 11 de outubro de 2019
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Foto: Luiz Junnior/VipSocial

O prefeito de São João Batista, Daniel Netto Cândido (PSD), viveu um turbilhão de emoções nos últimos quatro dias. Da inusitada balbúrdia na prefeitura, terça-feira (8) — que envolveu polícia, advogados e chegou às vias de fato —, à assinatura, hoje, da ordem de serviço para a principal obra pública do município em décadas.

Na foto, o chefe do Executivo municipal anuncia, oficialmente, a construção da esperada terceira ponte, que vai ligar os bairros Cardoso e Ribanceira, desafogar o trânsito e acelerar o desenvolvimento da Capital Catarinense do Calçado.

CONFUSÃO

No início da semana, o advogado Fabrício Esperandio Loz acusou Cândido de agressão. Ele representava o servidor público Humberto Lanzarini Neto, que acumula três processos administrativos no município e com quem mantém uma relação afetiva, quando, supostamente, teria tomado um soco do mandatário batistense durante uma discussão no paço.

Lanzarini Neto, que é concursado, mas se vale de uma licença por questões médicas, seria autor de uma página de críticas ao governo municipal nas redes sociais e, recentemente, teria destratado a primeira-dama Jaqueline Gonçalves Cândido em um supermercado da cidade. Ele, a propósito, viria tumultuando recorrentemente o ambiente da prefeitura em visitas tempestuosas e periódicas. Recepcionistas e servidores do setor de Recursos Humanos confirmam os seguidos escândalos e desacatos, e, segunda-feira (7), inclusive, recorreram à guarnição policial para conter o ímpeto do colega.

Tanto o advogado quanto o prefeito registraram boletins de ocorrência na delegacia de São João Batista.

CORAÇÃO DE MÃE

Visivelmente angustiado, com voz embargada em alguns momentos, Cândido anunciou a construção da Ponte Gentil Silva — em homenagem ao primeiro prefeito da história de São João Batista — nesta manhã. E falou sobre a espera da comunidade, e os benefícios que a obra deve trazer ao município; da melhoria na mobilidade urbana à projetada contribuição para o desenvolvimento da Capital Catarinense do Calçado.

Entre o abalo emocional e a alegria da realização, o prefeito lembrou dos apelos da mãe e fez referência ao ocorrido e às agruras do cargo. “Minha mãe, que também foi mulher de prefeito, e sofreu, sempre quis que eu me afastasse da política. Sei o que ela passou e o que a Jaqueline passou agora. Mas também sei a importância de tudo o que estamos fazendo na cidade que eu amo. Ainda bem que não segui os conselhos dela”, pontuou o chefe do Executivo no ato.

Serviço voluntário

Postado em 15 de janeiro de 2018
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Servidor efetivo da Câmara Municipal, Gustavo Lemos Souza, filho do ex-vereador Edson José Souza (MDB), endereçou ofício ao presidente do Poder Legislativo de Tijucas, vereador Juarez Soares (PPS), se oferecendo para ocupar, gratuitamente, a direção geral da casa. “Coloco-me à disposição para assumir e/ou responder, SEM ÔNUS (ou seja, sem o recebimento de diferenças salariais positivas – gratificação – entre o vencimento estipulado para o cargo e meu cargo efetivo), o cargo de DIRETOR GERAL da Câmara Municipal”, especifica, no texto, o funcionário.

De acordo com Lemos Souza, no ofício, a Casa economizaria aproximadamente R$ 90 mil em 2018 se acatasse a proposta. O vencimento do cargo é de R$ 5.309,19.

PAU QUE DÁ EM CHICO, DÁ EM FRANCISCO

Em contato com o Blog, o vereador Juarez Soares elencou três pontos pelos quais decidiu rejeitar a oferta: a ilegalidade, a confiança e incompatibilidade partidária, e a tentativa de amotinação.

Segundo o presidente do Legislativo, a Lei impede o exercício do serviço voluntário nos órgãos públicos. “O Estatuto do Servidor Público não permite que um funcionário exerça função não remunerada. Além disso, o cargo de diretor geral demanda confiança extrema da parte do presidente. É uma função de enorme responsabilidade, por isso nomeei Lucas Régis, meu assessor desde o início do mandato, capacitado e graduado”, explica.

“Me estranha, porém, que no mandato anterior, do ex-presidente Elói Pedro Geraldo (MDB), do partido que ele (Gustavo Lemos Souza) segue, ele exerceu desde setembro a função de confiança de controlador, com R$ 1,5 mil a mais no salário, e nunca se ofereceu para cumprir o serviço gratuitamente”, completa o comandante da mesa diretora da Casa do Povo.

O vereador entende, ainda, que a atitude venha acompanhada de represália por uma recente exoneração, no intuito de incitar a população contra a administração da Câmara, e tumultuar o ambiente. “No início de janeiro, cumpri minha promessa com a comunidade e exonerei alguns servidores comissionados, e ele está entre os dispensados. Na controladoria, cargo que o Gustavo ocupava, nomeei o jornalista Rafael Spricigo, que é efetivo e receberá apenas a diferença no salário. Ele quis fazer média com a população, já que sabe que esse pedido é ilegal”, finaliza Soares.