O adágio prega que “o povo tem memória curta”, mas é prudente não abusar. O conselho pode ser repassado pelos vereadores de Tijucas, que continuam sendo hostilizados em eventos públicos do município em razão da famigerada “farra das diárias”, investigada pela Deic na propalada Operação Iceberg.

No fim de semana, dois distintos parlamentares passaram pelo júri popular tanto na tradicional Festa de São José, em Oliveira, quanto na abertura do Campeonato Municipal de Futebol Amador, na Praça. Nas duas ocasiões, apenas condenações; sem direito à defesa para os acusados.

Pelo menos sete dos atuais 13 vereadores de Tijucas devem iniciar a próxima semana nas fileiras do PSD. José Roberto Giacomossi, o Betinho, único eleito pelo partido em 2012, está muito próximo de receber a companhia de Eder Muraro (DEM), Elizabete Mianes da Silva, a Bete (PMDB), José Leal da Silva Júnior, o Lealzinho (DEM), Luiz Rogério da Silva, o Rogerinho (PMDB), Sérgio Murilo Cordeiro, o Serginho (PMDB), e Vilson José Porcíncula, o Tem (PP).

A superintendência peessedista acredita, entretanto, que o número pode aumentar nos próximos momentos. Passarinho transparente conta que o secretário de Indústria, Comércio e Turismo do município, vereador licenciado Jean Carlos de Sieno dos Santos, o Jean do Nico (PSC) – que deve voltar à Câmara em breve para concorrer à reeleição – também seria um alvo.

Houve reunião com os vereadores e suplentes do PMDB de Tijucas, anteontem, na casa do ex-prefeito e presidente municipal do partido, Elmis Mannrich. Na pauta oficial estavam questões sobre a legislação e a atuação parlamentar; mas, nas entrelinhas, o objetivo da assembleia era o rumo do partido nas eleições deste ano. Pré-candidato à prefeitura, o anfitrião queria, antes de tudo, tentar evitar a propalada migração da sua base na Câmara para outras legendas.

Todos receberam o chamado. A presidente do Poder Legislativo, Elizabete Mianes da Silva, que tem divergências incuráveis com Mannrich e estuda filiação ao PSD, não compareceu. Edson Souza, que alegou compromissos em Florianópolis, também não.

Chefe de gabinete do deputado estadual Gelson Merisio (PSD) e provável candidata ao parlamento catarinense em 2018, Marlene Fengler é líder de audiência entre políticos do Vale do Rio Tijucas.

Verdadeiras romarias, principalmente formadas por vereadores, seguem diariamente à procura da assessora do presidente da Assembleia Legislativa. Todos querem suporte político. É a farra do “quem mais pode”.

A reunião, ontem, na casa do vereador Sérgio Murilo Cordeiro (PMDB), e coordenada pelo engenheiro Sérgio Cardoso, serviu, antes de tudo, para fortalecer as bases do PSD em Tijucas.

Já era de conhecimento geral que o diretor do Sebrae/SC anunciaria sua desistência da corrida pela prefeitura nestas eleições – como, de fato, aconteceu –, mas, de novidade, houve também o consenso de que o PSD deve seguir com candidatura própria no pleito majoritário.

No mais, assegurou-se também a filiação, ainda a se oficializar, de grande parte dos atuais vereadores ao partido.

Outra das consequências da lamentável Operação Iceberg: aquela revoada de vereadores, da qual tanto se falou, parece ter sido freada.

Março é o mês capital para as trocas de partido; mas, depois do escândalo, lideranças políticas de Tijucas estão preferindo que determinadas figuras sejam mais presentes nos palanques alheios. Pois, então?!