Ontem, depois das contendas, personalizadas pelas disputas de egos, razões e bandeiras, na primeira sessão itinerante do ano, em Oliveira, os vereadores de Tijucas – todos, com apenas uma exceção – sentaram à mesma mesa, lado a lado, entre risos e afagos, para o partilho de um ensopado de frango com mandioca nas hospitaleiras dependências do aposentado Tarcísio Moresco.

As galinhas, ingrediente principal do cardápio, foram oferecidas pelo presidente do Poder Legislativo, vereador Elói Geraldo (PMDB), enquanto o colega Vilson Natalino Silvino (PP), da bancada contrária, promoveu o meio de campo com o anfitrião, a quem trata como cabo eleitoral naquela localidade.

Entre os vereadores de situação, na Câmara Municipal de Tijucas, há uma vanglória. Em minoria – seis contra sete –, eles se orgulham de ter impedido o confronto interno, e, consequentemente, as celebrações dos oposicionistas por uma vitória.

Havia expectativa de que os dois parlamentares do PSD, juntos com Juarez Soares (PPS), Maria Edésia da Silva Vargas (PT), Rudnei de Amorim (DEM) e Vilson Natalino Silvino (PP), formassem uma chapa concorrente à dos cinco peemedebistas, avalizados por Fabiano Morfelle (PDT) e Jean Carlos de Sieno dos Santos (PSC), na disputa pela presidência do Poder Legislativo municipal; e a derrota dos governistas, evidentemente, seria iminente. Mas não houve embate; e apenas um grupo, formado por três oposicionistas e uma vereadora pró-governo, se dispôs ao comando da mesa diretora.

Nem todos são santos na Terra de Santa Paulina. Os vereadores Airton Dalbosco (PMDB) e Elio Vill (PMDB), mais o presidente da Câmara Municipal de Nova Trento, Leonir Maestri (PMDB), foram preventivamente afastados por 180 dias sob acusações de fraudes em notas fiscais que serviram para o ressarcimento de despesas contraídas na Marcha dos Prefeitos, em Brasília, em 2013 e 2014.

A juíza Maria Augusta Tridapalli, da Comarca de São João Batista, acatou pedido do Ministério Público e deferiu a decisão. Dos três parlamentares envolvidos no suposto esquema, apenas Maestri se reelegeu – em sétimo lugar, com 409 votos. Dalbosco não se recandidatou; e Vill ficou na 18ª posição, com 186 votos.

Prefeito eleito em Tijucas, o professor Elói Mariano Rocha (PSD) tem encontro marcado, hoje, com os seis vereadores eleitos – Elizabete Mianes da Silva (PSD), José Leal da Silva Júnior (PSD), Juarez Soares (PPS), Maria Edésia “Déda” da Silva Vargas (PT), Rudnei Amorim (DEM) e Vilson Natalino Silvino (PP) – nas coligações proporcionais da campanha.

Mariano Rocha tem, na pauta, um agradecimento especial ao time, e o planejamento das atuações parlamentares na próxima Legislatura, que, evidentemente, deve seguir em consonância com as ações do governo a partir de 2017.

Daquelas cinco candidaturas a vereadores por Tijucas que aguardam deferimento pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), apenas Osni Orlando Lucinda (PPS) recebeu, por enquanto, parecer favorável; mas o MPE (Ministério Público Eleitoral) recorreu e a matéria voltou à pauta da Justiça Eleitoral.

Hoje à tarde estão sendo julgados os registros de Edenilson Amaro Devitte (PPS), Mileide Mariani Lopes (PPS) e Renato Sartori (PEN). As decisões devem ser publicadas no fim do dia.

Daqueles nove pré-candidatos a vereadores em Tijucas que tiveram registros indeferidos pela Justiça Eleitoral, quatro – Paulo dos Anjos (PRP), Paulo Roberto Costa (PRP), Venina Rodrigues (PSB) e Vinicius da Hora Rabello (PEN) – desistiram de tentar o recurso ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e abandonaram a campanha. As decisões vieram em comum acordo, entre os postulantes à Câmara e o núcleo jurídico das coligações que representavam.

Os outros cinco – David José dos Santos (PPS), Edenilson Amaro Devitte (PPS), Mileide Mariani Lopes (PPS), Osni Orlando Lucinda (PPS) e Renato Sartori (PEN) –, porém, seguem crentes na reversão do problema e já apresentaram as suas defesas. O advogado responsável, Francisco Luciano de Vasconcelos Junior, está convicto que as candidaturas serão homologadas nos próximos momentos.

Nove registros de candidaturas a vereadores em Tijucas foram negados. Os nomes de David José dos Santos (PPS), Edenilson Amaro Devitte (PPS), Mileide Mariani Lopes (PPS), Osni Orlando Lucinda (PPS), Paulo dos Anjos (PRP), Paulo Roberto Costa (PRP), Renato Sartori (PEN), Venina Rodrigues (PSB) e Vinicius da Hora Rebello (PEN) aparecem como inaptos à disputa nos autos da Justiça Eleitoral.

Sartori está impedido de concorrer porque não apresentou quitação eleitoral (não prestou contas da campanha anterior). Os outros enfrentam problemas no registro de filiação partidária. Todos os casos são passíveis de recurso ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral). O advogado das coligações “Tijucas Unida Para Mudar”, “Tijucas: Para Crescer é Preciso Mudar” e do PRP, Francisco Luciano de Vasconcelos Junior, discute o tema com os coordenadores de campanha hoje à noite.

Quem quiser participar de uma pesquisa eleitoral em Tijucas, basta passear pelos arredores do Banco do Brasil, nas imediações da Igreja Matriz da Paróquia de São Sebastião, onde estão, hoje, quatro entrevistadores com questionários empunhados, e as perguntas habituais da época.

Os resultados devem ser apresentados à coligação contratante na próxima segunda-feira (12). Além dos candidatos a prefeito, os postulantes à Câmara Municipal também estão sob avaliação do eleitorado tijuquense nessa prévia.

Pelo menos dois candidatos a vereadores em Tijucas – certamente ignorantes à legislação – consideraram desistir do pleito porque não teriam recebido sinal verde do partido para usar os R$ 19.086,44 do limite de gastos para a campanha, determinados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nas suas estultas compreensões, eles imaginaram que receberiam o dinheiro para gastar como quisessem durante o período eleitoral.

Melhor, sem qualquer dúvida, que abandonassem a candidatura antes de repetir empenhos como aquele registrado em 2012, quando um postulante à Câmara diligenciou R$ 400 num prostíbulo das redondezas. Pois, então?!

Suplente parlamentar e novamente candidato à Câmara Municipal, o auditor fiscal do Tribunal de Contas do Estado e professor universitário Marcelo Henrique Pereira (PSDB) – que tem renda mensal cinco vezes maior que o subsídio do vereador em Tijucas – parece inclinado a ser a nova pedra no sapato da classe no Legislativo local.

Avisou aos pares que, se eleito, fará de um tudo para que os vencimentos da vereança sejam equiparados aos salários dos servidores municipais da Saúde e da Educação, e que os vereadores recebam por produtividade; ou seja, por horas trabalhadas e por presenças nas sessões.

Lialda Lemos (PSDB), que ganhou status de ovelha negra da família quando denunciou os colegas por fraudes em cobranças de diárias de cursos inexistentes no Paraná, não concorre à reeleição; mas os tucanos, pelo jeito, deixaram uma herança na porta da Câmara. Pois, então?!