segunda-feira, 1 de dezembro de 2025 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Ressentimento

Postado em 28 de novembro de 2025
Foto: Olho Vivo Can

Fiel à metáfora bíblica, Tiago Dalsasso (MDB) voltou a dizer que “não se assenta na mesa dos escarnecedores” – ou, em tradução política, que não sobe no mesmo palanque em que o prefeito de Nova Trento, Maxiliano de Oliveira (PL), estiver. A afirmação, feita em entrevista ao Olho Vivo Can na semana passada, veio acompanhada de outra convicção: a de que sua derrota nas urnas, em 2024, deve ser creditada à “onda de fake news que se espalhou contra sua gestão e sua imagem durante o período eleitoral”.

As declarações não são novidade. Dalsasso já havia dado sinais dessa leitura em outras conversas, mas agora o tom é de fechamento de ciclo – mais calmo, porém ainda ressentido. Um ano e um mês depois do pleito, o ex-mandatário neotrentino trabalha ao lado do deputado estadual licenciado e secretário de Estado da Infraestrutura, Jerry Comper (MDB), enquanto a gestão do sucessor enfrenta sucessivas polêmicas.

Relembrando 2024, ele descreveu o cenário de bastidor de uma campanha marcada por vídeos, montagens e textos manipulados, que, acredita, abalou sua credibilidade e confundiu o eleitorado. O ex-prefeito perdeu por 216 votos de diferença: uma derrota considerada “técnica”, que, em sua avaliação, teria outro desfecho “se o debate fosse limpo”. E citou como exemplo as acusações falsas de desvio de recursos públicos – da construção de um centro educacional à taxa de iluminação –, e destacou o papel de uma CPI aberta a 15 dias da eleição, que teria servido apenas como ferramenta de desgaste. “Foi político, foi desonesto”.

Mesmo assim, Dalsasso fez a mea-culpa. Reconheceu falhas na comunicação e admitiu que a demora da Justiça em reagir às calúnias contribuiu para o resultado adverso. Um ponto em defesa do judiciário: segundo fonte do Blog no fórum, 2024 bateu recorde de ações sobre fake news, e só agora os resultados estão chegando. É o caso dos processos impetrados por Daniel Netto Cândido (PSD), ex-prefeito de São João Batista, que já venceu, tardiamente, dois deles.

A lição de 2024, embora amarga, foi devidamente aprendida.

Recuo e contradição

Postado em 26 de novembro de 2025
Foto: Arquivo

Nem esfriou a tinta do decreto, e o prefeito de Nova Trento, Maxiliano de Oliveira (PL), já mudou de rota. O chefe do Executivo voltou atrás e anulou a própria decisão que encerrava o contrato com a organização responsável pela gestão das equipes do Hospital Imaculada Conceição. O novo ato administrativo, assinado por ele mesmo, restabelece o vínculo e revoga a rescisão que havia sido anunciada com estardalhaço poucos dias antes.

Na versão anterior, Maxiliano havia justificado a ruptura por “inconsistências nas prestações de contas” e “riscos de atraso salarial”, o que levou o município a bancar temporariamente os salários de cerca de 60 funcionários da unidade. Agora, o discurso é outro: a reversão vem após recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE/SC), que orientou cautela e transparência antes de romper contratos enquanto houvesse dúvidas sobre a regularidade da entidade.

Para atender ao órgão fiscalizador, o decreto determina a contratação de uma auditoria independente por meio de licitação. A empresa vencedora deverá revisar as contas da organização entre abril de 2023 e janeiro de 2026, com prazo para entregar o relatório ao Controle Interno até 31 de janeiro. Enquanto isso, a entidade segue à frente da execução do plano de trabalho, com o hospital funcionando normalmente e a gestão, politicamente pressionada.

OUTRO ASSUNTO

E como se o cenário não bastasse, a prefeitura abriu também uma sindicância para investigar o desaparecimento de um drone do patrimônio municipal. O sumiço foi confirmado oficialmente, e a portaria determina apuração detalhada sobre quando, como e sob responsabilidade de quem o equipamento sumiu.

Não está fácil para a gestão neotrentina.

Palanque impossível

Postado em 19 de novembro de 2025
Foto: Arquivo

A costura estadual aponta para MDB e PL dividindo o mesmo palanque em 2026, com os emedebistas ocupando a vaga de vice na chapa de Jorginho Mello. Mas, longe da capital, a matemática partidária não se replica com a mesma facilidade. Em cidades como Canelinha e Nova Trento, onde prefeitos são aliados diretos do governador, a aliança não deve alterar a geografia local.

Na Terra de Santa Paulina, por exemplo, uma declaração do ex-prefeito Tiago Dalsasso (MDB) tem dado o que falar. Em entrevista à Rádio Clube de São João Batista, o emedebista foi taxativo. Se for obrigado a dividir palanque com o prefeito Maxiliano de Oliveira (PL), prefere entregar o cargo que ocupa no gabinete do deputado licenciado e secretário de Estado, Jerry Comper, a quem serve como assessor externo.

A fala expôs a impossibilidade de eventual união MDB–PL no município. Para Dalsasso, a equação não fecha – e ele não esteve disposto a suavizar o tom. Disse que não compartilharia palco político “nem sob ameaça de exoneração”.

E foi além. Relembrou o pleito de 2022, mirando diretamente no rival. Contou que na eleição passada, Max era funcionário do governo Carlos Moisés da Silva (então no REPUBLICANOS) e não teria saído de casa para pedir um voto em favor do candidato à reeleição. “Eu pedi. Agora é a vez dele pedir”. No mesmo palanque, jamais.

Alianças estaduais são uma coisa; carregar bandeira no interior, outra completamente diferente.

Slogan clonado

Postado em 15 de novembro de 2025
Foto: Arquivo

Nem sempre a inspiração vem do zero. No caso em questão, bastou um Ctrl + C e Ctrl + V. O prefeito de Nova Trento, Maxiliano de Oliveira (PL), resolveu beber na mesma fonte do vizinho Daniel Netto Cândido (PSD) e acabou reproduzindo, palavra por palavra, o slogan que marcou a gestão do ex-prefeito batistense: “olhar para frente, fazer o que é certo e melhorar a vida das pessoas”.

A coincidência – ou melhor, a cópia – ganhou as redes sociais depois que um vídeo institucional do mandatário neotrentino começou a circular, culminando exatamente na frase que ficou associada à marca política de Cândido. Nos bastidores, o episódio virou piada pronta nos grupos de política regional, especialmente entre aliados do ex-prefeito de São João Batista, agora chefe de departamento na Assembleia Legislativa, que ainda mantém o bordão como símbolo de sua trajetória pública.

E MAIS

Enquanto o discurso se repete, os problemas na gestão de Max se acumulam. Desde o início do mandato, o chefe do Executivo da Terra de Santa Paulina vem enfrentando uma sequência de turbulências com trocas de secretários, notas oficiais tentando apagar incêndios administrativos, e crises pontuais na saúde e educação.

Na semana passada, o município precisou assumir o pagamento de funcionários do hospital que eram contratados por uma terceirizada e, quase simultaneamente, enfrentou falta de professores no pré-escolar de uma unidade municipal.

No fim, sobra o bordão – que continua sendo, de fato e de direito, de Daniel.

Melancias no caminhão

Postado em 16 de outubro de 2025
Fotos: Divulgação

Nem bem se completaram dez meses de governo, e a instabilidade na escalação dos titulares ficou visível na gestão de Maxiliano de Oliveira (PL) em Nova Trento. O prefeito voltou a mexer em peças, com a necessidade de acomodar aliados que, não por acaso, também foram candidatos a vereador nas eleições de 2024.

O teste de estabilidade veio nesta quinta-feira (10), com novas mudanças confirmadas no primeiro escalão. O servidor Jeferson Leandro Dalprá foi nomeado, agora de forma definitiva, como Secretário de Cultura e Turismo, cargo que ocupava interinamente há alguns meses. Já Genici Tomasi assumiu oficialmente a Chefia de Gabinete.

As nomeações têm efeito retroativo a 1º de outubro. Dalprá havia tentado uma vaga no Legislativo em 2024, ficando como segundo suplente do PL. Genici, por sua vez, deixa o posto de secretária para assumir a Chefia de Gabinete. Empresária, natural de Nova Trento, também se aventurou nas urnas no último pleito, disputando uma cadeira de vereadora pelo PSDB.

Recentemente foi nomeada Leila Mairana Venera na procuradoria-Geral do Município. Em junho Sonia Maria Kremer da Silva deixou a Secretaria de Cultura e Turismo.

Essa dança das cadeiras parece mais um movimento de contenção do que de renovação. Agora, é esperar para ver como as melancias vão se acomodar com o andar do caminhão — metáfora perfeita para uma gestão que ainda tenta encontrar o equilíbrio entre governar e agradar.

Nova titular

Postado em 1 de outubro de 2025
Foto: PMNT/Divulgação

Depois de mais de um mês de cadeira vazia, a Procuradoria-Geral do Município de Nova Trento finalmente ganhou nova titular. A advogada Leila Mairana Venera foi oficializada para o posto deixado por Vlademir Dalbosco, o popular Tito, exonerado em agosto.

Leila não é nome estranho nos corredores da Prefeitura. Já atuava como assessora jurídica municipal e presidia a Comissão da REURB, área estratégica para a regularização fundiária urbana. Jovem, graduada em Direito pela Univali em 2022 e pós-graduada em Regularização Imobiliária pela Legale Educacional, soma ainda passagem pela Prefeitura de Canelinha entre 2019 e 2020.

A nomeação é mais uma mexida no tabuleiro do primeiro escalão do prefeito Maxiliano de Oliveira (PL). Em junho Sonia Maria Kremer da Silva deixou a Secretaria de Cultura e Turismo.

Dinheiro perdido

Postado em 29 de setembro de 2025
Foto: VipSocial/Arquivo

Enquanto gestões vizinhas fazem de tudo por qualquer centavo de programas federais, o governo de Nova Trento foi na contramão e dispensou R$ 2 milhões garantidos para a construção de uma UBS (Unidade Básica de Saúde).

O recurso havia sido viabilizado ainda na gestão de Tiago Dalsasso (MDB), com projeto aprovado no PAC Seleções, e o local, previamente escolhido, seria o bairro Ponta Fina. Faltava apenas a compra do terreno e a abertura da licitação. Mas a atual administração, a bel-prazer, não deu sequência, e o dinheiro se perdeu no caminho.

Em 2024, 141 municípios catarinenses compunham a lista de contemplações. Na região, Nova Trento aparecia entre eles, junto de São João Batista, que já ergue a sua UBS no Jardim São Paulo.

Ao jornal Correio Catarinense, o prefeito Maxiliano de Oliveira (PL) argumentou que a atual rede de Saúde tem sido suficiente para atender a população, e que a obra traria um custo desnecessário aos cofres municipais. Pois então…

Notas molhadas

Postado em 15 de setembro de 2025
Foto: Arquivo/Divulgação

Nos últimos dias, a rotina da administração municipal de Nova Trento parece ter se resumido a apagar incêndios com notas oficiais. Foram três comunicados em pouco mais de uma semana – um recorde pouco (ou nada) festejado em qualquer gestão.

A explicação mais recente foi sobre o polêmico acesso ao Hospital Nossa Senhora Imaculada Conceição, depois de algumas pessoas exigirem prioridade. Rapidamente a prefeitura informou que a circulação segue normas e protocolos internos, iguais para todos. Ex-colaboradores, profissionais da área ou simples visitantes, ninguém teria tratamento diferenciado.

Mas a maratona de esclarecimentos não parou aí. Na Educação, a secretária Isabel Cristina Cipriani Tell precisou se pronunciar sobre um caso grave: um aluno da EMEB Francisco João Valle, no Trinta Réis, teria sido agredido por uma profissional da escola. De acordo com a nota, a servidora foi afastada.

E, como se não bastasse, ainda ecoam os reflexos das controversas cavalgadas do município. Após a disseminação de vídeos nas redes sociais que mostram casos de violência contra os animais, a prefeitura correu para dizer que não organiza, incentiva ou se responsabiliza por eventos do tipo, coordenados por comitivas particulares. O prefeito Maxiliano de Oliveira (PL), inclusive, posicionou-se pessoalmente sobre as ocorrências.

O saldo? Uma gestão constantemente na defensiva, com baldes d’água de prontidão, tentando conter as chamas na velocidade em que o fogo se alastra.

Desagravo

Postado em 2 de setembro de 2025
Fotos: Reprodução

A confraternização Granfpolis (Associação dos Municípios da Grande Florianópolis), em Governador Celso Ramos, na sexta-feira (29), terminou em protesto político. Em coro – e até em vídeo –, prefeitos da região deixaram claro que não querem o vereador Carlos Bolsonaro (PL), do Rio de Janeiro, como candidato ao Senado por Santa Catarina. O nome defendido por eles é o da deputada federal Caroline De Toni (PL-SC).

O manifesto, que já circula entre lideranças políticas, mostra chefes do Executivo unidos no “grito de guerra”. Entre eles, o tijuquense Maickon Campos Sgrott (PP), o canelinhense Diogo Francisco Alves Maciel (PL) e seu vice Antonio Carlos Machado Junior (PSD), além do neotrentino Maxiliano de Oliveira (PL) e o majorense Rodrigo dos Santos (PP).

Nos discursos que acompanharam o registro, a linha foi a mesma. A região não aceita “alguém de fora” ocupando o espaço político catarinense. Do Vale do Rio Tijucas, apenas Juliano Peixer (UNIÃO), de São João Batista, não aparece no vídeo.

A movimentação ganha contornos de recado direto à cúpula do PL. Isso porque, dias antes, o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, havia defendido uma dobradinha formada por Esperidião Amin (PP-SC) e Carlos Bolsonaro para a corrida ao Senado.

A reação dos prefeitos foi imediata e barulhenta.

DE PONTA A PONTA

Se na Grande Florianópolis o recado já havia sido dado, no Vale do Itajaí e Costa Esmeralda o discurso foi o mesmo. O segundo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro não é bem-vindo na disputa pelo Senado em Santa Catarina. Prefeitos da Amfri (Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí) se reuniram mais tarde, em Balneário Camboriú, e reafirmaram apoio a Caroline De Toni como nome legítimo do Estado para a vaga.

Na mesa do jantar estavam Carlos Alexandre “Xepa” de Souza Ribeiro (PL), de Itapema, Joel Orlando Lucinda (MDB) e seu vice Ailto Neckel de Souza (PL), de Porto Belo, Alexandre da Silva (PSD), de Bombinhas, e mais uma vez Diogo Francisco Alves Maciel, de Canelinha, e Maickon Campos Sgrott, de Tijucas.

Em tempo: Sgrott e Maciel, que já haviam participado anteriormente do encontro da Granfpolis, reforçaram a linha de resistência a Carlos Bolsonaro. O evento, que reuniu representantes do PL, MDB, PSD e PP, escancarou a costura política regional.

Exoneração

Postado em 25 de agosto de 2025
Foto: Arquivo

O advogado Vlademir Dalbosco, popular Tito, deixou a Procuradoria-Geral do município de Nova Trento. A baixa foi publicada no DOM/SC (Diário Oficial dos Municípios de Santa Catarina) no dia 20.

Tito, que ocupava o cargo desde a segunda quinzena de janeiro, preferiu se dedicar integralmente ao motel que administra na divisa com São João Batista e, nas folgas, viajar – outra das suas paixões. Na prefeitura, ele cumpria 40 horas semanais.

Sem advogar há alguns anos, ele foi convidado a participar do governo do prefeito Maxiliano de Oliveira (PL) porque contava com experiências no setor: foi assessor jurídico da Câmara Municipal por 14 anos e da prefeitura em 2009, durante a gestão de Orivan Jarbas Orsi (PSDB).

Não existem, neste momento, especulações acerca de um possível substituto para a pasta.