segunda-feira, 22 de dezembro de 2025 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Cortesia

Postado em 1 de outubro de 2025

Prefeitos e vereadores do Vale do Rio Tijucas têm buscado, nos últimos tempos, mostrar sintonia e aproximação em torno de pautas regionais. A política, afinal, também se constrói no gesto.

Na noite desta terça-feira (30), dois parlamentares de São João Batista, Jardel Corrêa e Ronaldo Melo, ambos do PP, marcaram presença no plenário da Câmara de Canelinha. Os batistenses acompanharam de perto os trabalhos da Casa e a visita não passou despercebida.

Foram recebidos pelo presidente Leandro Mafra (PL) e pelos vereadores Janaira Reis (PSD) e Valdeli Mário Melo (PSD). Um gesto que sinaliza a aproximação entre municípios vizinhos que compartilham problemas e, cada vez mais, estratégias políticas.

Partidos divididos

Postado em 30 de setembro de 2025
Foto: CMSJB/Divulgação

A sessão da Câmara revelou, mais uma vez, que a oposição ao governo de Juliano Peixer (UNIÃO) não fala em uníssono. O requerimento do vereador Teodoro Marcelo Adão (MDB), que buscava informações sobre o transporte escolar terceirizado após o incêndio que destruiu cinco ônibus em 2023, foi rejeitado por seis votos contra e quatro a favor.

Até aí, nada novo no front da política local. O que chama atenção é a artilharia amiga. Dentro do próprio MDB, Almir Peixer votou contra o colega. As feridas da época em que foi vice-prefeito ainda latejam, críticas públicas de Adão não foram esquecidas, e o discurso de cordialidade soa protocolar.

No PL de Felipe Lemos, o retrato não é mais harmônico. Gustavo Grimm e Mário Antônio Teixeira seguiram caminhos opostos. Grimm, afastado do grupo desde o fim das eleições, reforçou seu alinhamento governista. Já Teixeira preferiu se manter ao lado do requerente.

O episódio expõe, sem maquiagem, a dificuldade que MDB e PL enfrentam para se reorganizar um ano após as urnas de 2024. A oposição existe, mas fragmentada, e, nesse ritmo, tende a mais tropeçar em si mesma do que incomodar o governo.

Dinheiro perdido

Postado em 29 de setembro de 2025
Foto: VipSocial/Arquivo

Enquanto gestões vizinhas fazem de tudo por qualquer centavo de programas federais, o governo de Nova Trento foi na contramão e dispensou R$ 2 milhões garantidos para a construção de uma UBS (Unidade Básica de Saúde).

O recurso havia sido viabilizado ainda na gestão de Tiago Dalsasso (MDB), com projeto aprovado no PAC Seleções, e o local, previamente escolhido, seria o bairro Ponta Fina. Faltava apenas a compra do terreno e a abertura da licitação. Mas a atual administração, a bel-prazer, não deu sequência, e o dinheiro se perdeu no caminho.

Em 2024, 141 municípios catarinenses compunham a lista de contemplações. Na região, Nova Trento aparecia entre eles, junto de São João Batista, que já ergue a sua UBS no Jardim São Paulo.

Ao jornal Correio Catarinense, o prefeito Maxiliano de Oliveira (PL) argumentou que a atual rede de Saúde tem sido suficiente para atender a população, e que a obra traria um custo desnecessário aos cofres municipais. Pois então…

Agenda rabiscada

Postado em 25 de setembro de 2025
Foto: Bruno Collaço/Agência AL

O encontro regional do MDB, marcado para sábado (27) em São João Batista, precisou ser cancelado. A reunião, que serviria como painel de apoio ao secretário de Estado da Infraestrutura e deputado estadual licenciado Jerry Comper (MDB) vinha sendo articulada por lideranças locais – entre elas, o ex-prefeito Tiago Dalsasso (MDB), de Nova Trento.

Nos bastidores, comenta-se que a decisão teve as digitais do governador Jorginho Mello (PL), que teria convocado Comper para um roteiro obrigatório em agenda estadual e deixado os emedebistas do Vale sem o protagonista do evento.

Com isso, os convites e expectativas migram para o encontro estadual do partido, em 25 de outubro, na suntuosa Balneário Camboriú.

Contratação controversa

Postado em 22 de setembro de 2025
Foto: PMSJB/Divulgação

Se existe um setor onde as oposições ao governo de São João Batista se abastecem, é o de Licitações. Apenas neste ano, pelo menos três processos foram marcados por polêmicas, entre dúvidas pouco explicadas e suspensões por pressão popular.

Desta vez, no entanto, o caso foi parar no Ministério Público. O autor da denúncia foi o vereador Teodoro Marcelo Adão (MDB), que questiona a contratação, por dispensa de licitação, de uma empresa investigada na famigerada Operação Mensageiro – que revelou, recentemente, um dos maiores escândalos de corrupção da história de Santa Catarina e que, pasmem!, culminou na prisão dos sócios da contratada.

Não bastassem os questionamentos acerca do nome, o detalhe incômodo, segundo o parlamentar, seria a misteriosa interrupção de outro processo, que estaria em andamento, para o mesmo serviço.

OUTRAS LICITAÇÕES

A denúncia não surge como ponto isolado. Um exemplo emblemático foi o edital para materiais gráficos, lançado originalmente com projeção de empenho de impressionantes R$ 7,7 milhões, e que acabou reduzido para R$ 1,4 milhão depois de intensa repercussão negativa.

Outro processo que sofreu com a resistência popular foi o que previa a contratação de uma produtora de vídeos, que seria remunerada em R$ 142 mil ao ano. As críticas pesaram mais que o normal, e a prefeitura decidiu cancelar o pregão.

Retomada ideológica

Postado em 10 de setembro de 2025
Foto: Reprodução

Um ano depois de concorrer à prefeitura de São João Batista, o empresário Felipe Lemos (PL) voltou a ocupar os palanques da cidade. Mas, desta vez, em outro cenário. Ele participou da manifestação “Reaja Brasil”, realizada no domingo (7), Dia da Independência.

O ato, que reuniu apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro na Capital Catarinense do Calçado, repetiu os mantras que têm mobilizado a base: pedidos de anistia aos acusados pelos episódios de 8 de janeiro, duras críticas ao Supremo Tribunal Federal e ataques ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Não foi um movimento isolado. Por todo o território catarinense, manifestações semelhantes ocorreram em diferentes praças.

CÁ E LÁ

Nas populosas Balneário Camboriú e Florianópolis, o palco teve ainda mais peso com a presença de Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, que se movimenta nos bastidores em busca da candidatura ao Senado por Santa Catarina.

A ideia, no entanto, não tem agradado a maior parte das lideranças conservadoras do Estado, que defendem a legitimação da deputada federal Caroline De Toni (PL-SC) na vaga do partido.

Protocolo e política

Postado em 8 de setembro de 2025
Foto: PMT/Divulgação

O ex-prefeito de São João Batista e atual coordenador de Serviços Gerais da Assembleia Legislativa, Daniel Netto Cândido (PSD), voltou a circular pela região. Desta vez, em Tijucas, ao lado da ex-deputada estadual e hoje secretária-geral da Alesc, Marlene Fengler (PSD).

O roteiro, que misturou pautas institucionais e políticas, incluiu passagem pelo gabinete do prefeito Maickon Campos Sgrott (PP) e uma aparição estratégica nos microfones da Rádio Vale.

No encontro na prefeitura, também marcaram presença o vice-prefeito Rudnei de Amorim e o vereador Paulo César “Frango” Pereira, ambos do PSD, o que reforçou a linha de intimidade partidária. E na entrevista, Cândido e Marlene destacaram o trabalho da Alesc no apoio direto às Câmaras de Vereadores e na formação política via Escola do Legislativo.

O batistense, a propósito, integra a equipe que trabalha na articulação da candidatura do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), ao cargo de governador – assunto discrepante da gestão de Tijucas, que defende a reeleição de Jorginho Mello (PL) – e já admitiu que poderia se candidatar a deputado estadual ou mesmo à Câmara Federal em 2026.

Hora do adeus

Postado em 4 de setembro de 2025
Foto: Arquivo pessoal

A saída de Adriana Carla “Drica” Soares da Diretoria de Eventos da prefeitura de São João Batista foi oficializada nesta segunda-feira (1º). A justificativa pública foi a da necessidade de dedicação integral à empresa que administra paralelamente. Mas, como quase sempre acontece na política local, o anúncio traz mais camadas do que as palavras permitem à primeira vista.

Na nota divulgada à imprensa, Drica agradeceu pela oportunidade de atuar novamente no poder público e fez questão de reforçar sua contribuição em variadas frentes: gabinete, imprensa e eventos, para o “sucesso” da administração de Juliano Peixer (UNIÃO) e Mateus Galliani (PP).

ALÉM DOS AGRADECIMENTOS

Um tom conciliador, de reconhecimento, mas que logo foi entrecortado por frases que revelam algo além da superfície. “Eu sei o meu valor, prezo sempre pela minha saúde. Ninguém é insubstituível, mas ninguém é descartável. Sucesso também é saber ir embora”.

Nos bastidores, comenta-se que a principal razão da saída seria o atrito com o secretário de Desenvolvimento, Marcos Aurélio, cuja interferência em decisões do departamento teria minado a autonomia da diretora. Em política, pedidos de exoneração raramente são apenas escolhas pessoais e, nesse caso, o contexto reforça a leitura de desgaste interno.

TRAJETÓRIA

Com currículo vasto em comunicação e eventos, Drica não é uma novata no jogo político. Já esteve na linha de frente da gestão de Daniel Netto Cândido (PSD) em São João Batista, passou pela Comunicação do governo de Moacir Montibeler (MDB) em Canelinha e ainda atuou no início da administração de Tiago Dalsasso (MDB) em Nova Trento. Recentemente, participou da campanha do então prefeito e candidato à reeleição Pedro Alfredo “Pedroca” Ramos (MDB), na Capital Catarinense do Calçado.

Vinho, água e memórias

Postado em 4 de setembro de 2025
Foto: Divulgação

Vinte anos depois, os “pais” da municipalização da água em São João Batista voltaram a se reunir. O encontro juntou o ex-prefeito Aderbal Manoel dos Santos (PP), o advogado Nelson Zunino Neto e o engenheiro Valnei José Beckhauser, trio que em 2005 desafiou a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) e tomou para si o controle do abastecimento do município.

Durante a conversa, regada a algumas garrafas de bom vinho, semana passada, revisitaram as fases do processo. Na época, São João Batista sofria com a escassez. Investimentos minguados, torneiras secas e um humor popular cada vez mais áspero.

O desfecho entrou para a crônica local. Em 1º de setembro de 2005, a Casan deixava de mandar. Poucos dias depois, a lei sancionada criava oficialmente o Sisam (Serviço de Infraestrutura, Saneamento e Abastecimento de Água Municipal). A partir dali, vieram a captação da Vargem Pequena, a nova estação no Centro e a expansão da rede, que hoje cobre 98% da Capital Catarinense do Calçado.

Duas décadas depois, o Sisam se tornou vitrine estadual e, inclusive, serviu de inspiração para a vizinhança, como, por exemplo, Canelinha, que seguiu o modelo com o Semais (Serviço Municipal de Água, Infraestrutura e Saneamento).

Apoio ao capitão

Postado em 3 de setembro de 2025
Fotos: Arquivos pessoais

Enquanto o STF (Supremo Tribunal Federal) julga Jair Bolsonaro, o termômetro político ferve nas redes sociais da região. Mandatários e lideranças locais, especialmente filiados ao PL ou ligados a movimentos de direita, correram para registrar publicamente seu apoio ao ex-presidente.

O prefeito de Itapema, Carlos Alexandre “Xepa” de Souza Ribeiro (PL) se posicionou em vídeo e resumiu o sentimento da tropa: “Hoje não se julga apenas um homem, mas milhões de brasileiros que acreditam em valores como família, liberdade e pátria”. E arrematou, com mensagem direta de apoio: “Força, capitão!”.


Em São João Batista, o empresário Felipe Lemos (PL), candidato a prefeito em 2024, foi taxativo ao afirmar que o julgamento representa “uma das maiores perseguições políticas da história mundial”. E finaliza dizendo que “a Justiça é cega, mas a justiça divina jamais irá falhar”.


Na vizinha Tijucas, o presidente do PL municipal, Fernando Fagundes, ex-vereador e candidato a vice-prefeito na eleição passada, também engrossou o coro. Compartilhou uma mensagem da deputada federal Caroline De Toni (PL-SC), repetindo a narrativa de que Bolsonaro não responde por crimes, mas por “amar o Brasil”. A postagem foi replicada por seu companheiro de chapa, Thiago Peixoto dos Anjos, segundo colocado na corrida majoritária de 2024 na Capital do Vale, e, desde então, o movimento vem se espalhando em efeito dominó.