terça-feira, 2 de dezembro de 2025 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Segurança e valores

Postado em 6 de novembro de 2025
Foto: Divulgação

Poucos temas evidenciam tanto o fosso ideológico entre direita e esquerda quanto a segurança pública. E uma publicação recente do secretário de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde, Emerson Stein (MDB), deixou a posição clareada.

Em tom firme, Stein criticou uma mobilização contra a polícia convocada pela ex-senadora Ideli Salvatti (PT) e defendeu a legitimidade da ação policial que enfrentou o crime organizado em Santa Catarina. No texto, o secretário foi direto: “Não podemos transformar uma operação contra criminosos em ataque à população.”

Segundo ele, há uma tentativa de “inverter valores”, ao atacar a polícia que atua contra criminosos armados. Stein reforçou apoio às forças de segurança e afirmou estar “ao lado de quem trabalha e quer viver em paz”, destacando que a segurança pública “não é inimiga do povo” e que a verdade não deve ser distorcida por conveniência política.

Em tempo: em 2024, a Câmara de Joinville revogou o título de Cidadã Honorária concedido a Ideli, após declarações da ex-senadora de que Santa Catarina seria “um estado lindo, mas o que mais tem células neonazistas em funcionamento no país”.

Passo medido

Postado em 6 de novembro de 2025
Fotos: Arquivo

Quem esperava ver Diogo Francisco Alves Maciel (PL) embarcar de cabeça na turbulência que sacode o PL catarinense entre Caroline De Toni e Carlos Bolsonaro na disputa pelo Senado, pode tirar o cavalinho da chuva. O prefeito de Canelinha segue pelo caminho do pragmatismo com cautela e silêncio. E há uma conta quase matemática nessa postura.

A novela interna ganhou novos capítulos nos últimos dias, com a deputada Ana Caroline Campagnolo vestindo a camisa de Carol e criticando a possível candidatura do filho do ex-presidente por Santa Catarina, questionando a importação de nomes de fora do estado. Argumento conhecido, barulho grande, ânimos à flor da pele.

Mas, longe dos holofotes e das brigas ideológicas, Maciel segue no compasso de espera. Ele, assim como outros prefeitos da região, já havia respaldado o nome de De Toni – porém agora observa o jogo com atenção redobrada. Não pretende subir o tom, nem criar desconforto com Jorginho Mello. Ao contrário: garante que, quando chegar a hora, distribuirá o “santinho” com os nomes indicados pelo governador, seja qual for a escalação.

Há, contudo, um ponto sensível no cálculo. Maciel demonstra preferência para que De Toni deixe a corrida à Câmara Federal. Não por discordância política, mas por lógica eleitoral. Sem ela na disputa, o campo de votos se abre e fortalece personagens que orbitam mais perto de sua estratégia – como Zé Trovão –, distante da sombra de uma candidata competitiva no mesmo nicho.

Paciência, leitura de cenário e passos contados. Pragmatismo não faz barulho, mas costuma ser fundamental para a sobrevivência política.

Fundo próprio

Postado em 5 de novembro de 2025
Foto: Arquivo

Os legisladores de Tijucas querem porque querem uma nova sede. E, para isso, prometem economizar. Um projeto de autoria do vereador Cláudio Eduardo de Souza (MDB) foi aprovado com 11 votos favoráveis, criando um fundo específico para financiar a construção do novo prédio da Câmara.

A proposta determina que todo o saldo financeiro anual da Casa seja depositado em conta exclusiva, vedando outras destinações. A verba será usada para o compra de um terreno, a construção, a mobília e os equipamentos da futura sede. A lógica é simples: transformar economia administrativa em investimento permanente.

O texto também prevê o destino do atual prédio da Câmara. Após a mudança, o imóvel será doado ao Executivo e repassado à Secretaria Municipal de Educação.

Na mesma sessão, outro projeto – este da Mesa Diretora – também passou por 11 votos, autorizando crédito suplementar de R$ 200 mil para ajustes orçamentários internos da Casa. O recurso será realocado da dotação antes prevista para a obra da sede, garantindo o funcionamento administrativo enquanto o fundo específico é estruturado.

Uma decisão pragmática.

Cheque e clique

Postado em 5 de novembro de 2025
Foto: PMT/Divulgação

O calendário eleitoral ainda parece distante no papel, mas, na prática, já está correndo em ritmo acelerado. Deputados circulam, prefeitos abrem o gabinete e emendas começam a cair. Em Tijucas, o deputado federal Fábio Schiochet (UNIÃO) fez a sua parte, passou no Paço, entregou R$ 650 mil em emenda impositiva e garantiu foto com o prefeito Maickon Campos Sgrott (PP).

A comitiva incluiu o vereador Maurício Poli (UNIÃO) e outras lideranças locais. O recurso será destinado a obras de pavimentação e infraestrutura urbana, reforçando o caixa municipal para ações que impactam mobilidade e qualidade de vida.

E aqui, sem romantismo, neste estágio do jogo, cada visita é um investimento e cada obra é um cartão de visitas para 2026. Prefeitos torcem para que mais parlamentares batam à porta antes do ano travado que vem aí, quando os cofres estaduais e federais entram no modo eleição e a torneira fecha.

Orçamento impositivo

Postado em 5 de novembro de 2025
Fotos: CMT/Divulgação

A velha disputa por protagonismo entre Legislativo e Executivo ganhou novo capítulo em Tijucas. Um Projeto de Emenda à Lei Orgânica promete mudar o equilíbrio de forças, ao tornar obrigatória a execução das emendas parlamentares individuais, o chamado Orçamento Impositivo. Um sonho antigo dos edis.

O texto, assinado por 12 dos 13 vereadores, impõe à prefeitura a execução orçamentária e financeira das programações incluídas pelos parlamentares no projeto da LOA (Lei Orçamentária Anual). Na prática, as emendas que antes dependiam da boa vontade do Executivo passam a ser de execução obrigatória.

Assinaram o projeto os vereadores Ecio Helio de Melo, Esaú Bayer, José Vicente de Souza e Silva e Renato Laurindo Júnior do PL, Cláudio Eduardo de Souza, Flavio Henrique Souza e Fabiano Morfelle do MDB, Júlio César Bucoski e Maria Edésia da Silva Vargas do PP, Nadir Olindina Amorim e Paulo Cesar Pereira do PSD e Mauricio Poli (UNIÃO). Lizandra Dadam (NOVO) não subscreveu a proposta.

O debate, contudo, foi interrompido na sessão de segunda-feira (3), após Júlio Bucoski pedir vistas ao projeto, adiando a discussão por prazo regimental. A proposta deve voltar à pauta nas próximas semanas.

Pelo texto, o limite de emendas fica fixado em 1,2% da Receita Corrente Líquida, sendo metade destinada obrigatoriamente à Saúde. O projeto proíbe o contingenciamento dos recursos e estabelece que, em caso de impedimento técnico ou legal, o vereador terá 30 dias para redirecionar o valor. Persistindo o problema, o montante deverá ser aplicado em serviços de saúde do município.

TRAMITAÇÃO

Após o pedido de vistas de Bucoski, a discussão foi pausada. Em conversa com o Blog, o vereador disse que o tema entrou como projeto “ordinário” e, só depois, ganhou contornos mais complexos. Houve debate interno e consulta ao jurídico, mas algumas dúvidas permaneceram.

O parlamentar progressista ainda sugeriu que a consultora da prefeitura participasse da reunião para esclarecer pontos sensíveis, mas o presidente da Câmara, Cláudio do Jornal, não acolheu o pedido. Para o vereador, a relevância do tema justifica cautela. “Apreciar e aprovar em quatro dias seria muito rápido. Vamos analisar, fazer ajustes se necessário, e devolver para tramitar o quanto antes.”

Conteúdo e contexto

Postado em 3 de novembro de 2025
Foto: Divulgação

O tema da cannabis medicinal segue firme na pauta da deputada Ana Paula da Silva (PODE), que tem transformado o debate em ações concretas. A mais recente delas é a primeira cartilha de prescrição da Cannabis Medicinal do Brasil, lançada em parceria entre o gabinete da parlamentar, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), a Santa Cannabis e o Serviço de Acolhimento para Pacientes em Tratamento com Canabinoides.

O material, voltado a profissionais da saúde, traz orientações técnicas e legais sobre o uso medicinal dos derivados da planta, funcionando como um guia prático para ampliar o acesso e reduzir o preconceito ainda presente no tema.

No fim de semana, Paulinha fez questão de entregar pessoalmente uma cópia da cartilha ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante visita ao Hospital Santo Antônio, em Blumenau. O gesto reforçou o caráter institucional do projeto e a aposta da parlamentar em ampliar o diálogo sobre o assunto.

Em tempo: a lei da cannabis medicinal no SUS, de autoria da deputada, amplia a distribuição de medicamentos à base de canabidiol na rede pública catarinense. O texto foi sancionado pelo governador Jorginho Mello (PL) no fim de 2024 – e agora começa a sair do papel com desdobramentos concretos.

Apostas e discórdia

Postado em 3 de novembro de 2025
Foto: Blog Léo Nunes

O prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (PL) não escondeu o descontentamento com vereadores da própria base que decidiram votar contra um projeto de lei de sua autoria, proposta que destinaria 75% dos recursos de uma loteria à Fundação Hospitalar Municipal. O texto acabou rejeitado pelo Legislativo.

O modelo previa que 25% da arrecadação líquida fosse repassada à Secretaria de Educação, Cultura, Esportes e Juventude, e a maior parte, 75%, diretamente ao hospital, para financiar exames, cirurgias e a contratação de novos profissionais. Durante a tramitação, o vereador Jackson Miguel Machado (PL) tentou alterar o destino dos recursos, com divisão igual para saúde, educação, cultura e turismo, esportes e obras públicas. Mas a tentativa naufragou junto com o projeto original.

O que mais chamou atenção foi a divisão dentro da base governista. Três vereadores – Eloir João Reis (PSD), Janaira Reis (PSD) e Leandro Mafra (PL) – votaram contra a proposta, alegando razões de cunho moral e familiar, contrários à vinculação de políticas públicas à atividade de apostas.

A resposta do prefeito veio em tom firme. Em entrevista ao Linha de Frente, Maciel classificou as justificativas como “demagogia e hipocrisia”, lembrando que a regulamentação das apostas é uma prerrogativa federal, e que a rejeição do projeto não impede o funcionamento das casas de apostas no município.

Nos bastidores, o saldo de tudo foi um grande desconforto.

Assista a entrevista:

Mão à palmatória

Postado em 1 de novembro de 2025
Fotos: Divulgação

Se há algo que Maickon Campos Sgrott (PP) tem conseguido fazer com habilidade nesses primeiros meses de governo é suavizar a imagem do gestor. A figura do prefeito, quase sempre associada à rigidez, se mostra mais acessível, próxima e sorridente. O marketing ajuda – e ajuda muito -, mas de nada adiantaria se o próprio Sgrott trocasse o carisma pela carranca.

As portas do gabinete têm estado mais abertas. Encontros com populares viraram rotina, as visitas às comunidades se tornaram frequentes e os eventos nas unidades educacionais têm sido ponto de presença constante. Na semana passada, por exemplo, esteve com morador do Jardim Progresso conversando e recolhendo sugestões para a urbanização do bairro.

A leveza, contudo, não tem significado fuga dos temas espinhosos. Nos últimos meses, Sgrott enfrentou pautas complexas – reorganização interna da administração, ajustes tributários e previdenciários – sem recorrer à retórica agressiva que tantas vezes marca o debate político local. Inclusive batendo ponto na Câmara de Vereadores.

Há, nisso, uma certa elegância política, uma finesse que parece ter vindo dos tempos de dentista: cortes precisos, limpos, sem excessos – e, sobretudo, sem atingir opositores abaixo da linha da cintura.

Um pouco de sorriso ajuda.

Sexta de plenário

Postado em 31 de outubro de 2025
Foto: Divulgação

Em São João Batista, o calendário legislativo precisou ser alterado. Em plena sexta-feira, os vereadores se reuniram para uma sessão ordinária fora de hora. O encontro, que tradicionalmente acontece nas segundas, foi antecipado por conta do ponto facultativo do Dia do Servidor e da viagem a Brasília de mais da metade dos parlamentares. A solução encontrada foi empurrar a pauta para o fim da semana.

A sessão durou pouco mais de 12 minutos – tempo suficiente para cumprir o protocolo, mas longe de grandes debates. Nenhum vereador fez uso da palavra livre. Apenas dois projetos foram analisados e votados, ambos aprovados por unanimidade.

Um deles tratava da segunda votação do Plano Plurianual (PPA), que define as metas e prioridades do município para o período de 2026 a 2029. O outro, em primeira votação, era a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026.

Sessão rápida, agenda enxuta, e Câmara esvaziada.

Meme e condenação

Postado em 31 de outubro de 2025
Foto: Arquivo

Um ano depois do calor das urnas, o ex-prefeito de São João Batista, Daniel Netto Cândido (PSD), começa a ter resultados do contragolpe jurídico aos ataques sofridos durante a campanha de 2024.

A primeira sentença saiu nesta semana e foi endereçada ao empresário Joel Ricardo, condenado por injúria eleitoral após divulgar uma montagem ofensiva contra o então candidato em um grupo de WhatsApp.

A decisão, assinada pela juíza Bianca Fernandes Figueiredo, da 53ª Zona Eleitoral, fixou 56 dias-multa ao réu. A imagem compartilhada no grupo NEWS SJB – com cerca de 600 integrantes – retratava Cândido vestindo um uniforme de presidiário e segurando um saco de dinheiro, numa insinuação grosseira de corrupção.

Na sentença, a magistrada frisou que liberdade de expressão não se confunde com difamação, sobretudo em tempos de redes sociais, onde o alcance do dano é multiplicado.

Outras ações, movidas pelo ex-prefeito, seguem tramitando na Comarca batistense. A defesa do condenado já anunciou que vai recorrer da decisão.