O perfil fake nas redes sociais que era usado para propagar acusações fantasiosas sobre determinados candidatos de Tijucas, removido por determinação da juíza Carolina Cantarutti Denardin, tem, agora, um rosto e um CPF.
A mando da Justiça, a empresa Facebook Serviços Online do Brasil forneceu os dados cadastrais do usuário que mantinha a página. E, para surpresa de ninguém, descobriu-se que o autor tem sido recorrente na prática.
Religioso, autoproclamado servo de Deus e pilar da ética, o jovem, funcionário público em seguidas gestões e defensor voraz de políticos empregadores, já usou o mesmo artifício desonesto e repulsivo – sempre por conta própria, sem conhecimento dos seus ídolos mantenedores – em favor de inúmeros personagens do jogo eleitoral tijuquense. O critério das defesas, aliás, nunca mudou: ter o poder ou, no mínimo, o favoritismo nas eleições.
A conta, enfim, chegou. E a Justiça tende a ser implacável.
Boa parte das esperanças emedebistas de fazer contraponto ao prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (PL) foram depositadas no jovem advogado Alesson Alexandre Cardozo, ex-chefe de Gabinete da gestão Moacir Montibeler.
Cardozo era tratado internamente como a “melhor opção” do partido para o enfrentamento nas urnas. Há quem diga, a propósito, que Montibeler já deveria ter “passado o bastão” em 2020, o que segundo os mais otimistas elevaria as chances de vitória do então grupo governista no pleito.
Embora o ex-chefe de Gabinete tenha recusado inúmeras investidas do grupo ao longo de três anos, a última veio durante a convenção partidária. Cardozo foi convocado pela vereadora Neli Ferreira Trindade para “auxiliar juridicamente” na decisão das lideranças, momentos antes do anúncio final.
Entretanto, não havia qualquer necessidade de apoio profissional e a conversa, na verdade, tratava-se de mais uma tentativa de reverter a decisão e lançar Cardozo como pré-candidato do partido no projeto de retomada da prefeitura.
A estratégia não deu resultado e o convite outra vez foi recusado. O Blog apurou, a propósito, que o canelinhense deve atuar no departamento jurídico da campanha de Elmis Mannrich (MDB), na vizinha Tijucas.
O ex-vereador e ex-secretário municipal de São João Batista, Juliano Peixer, mantém vivo o desejo de disputar a prefeitura batistense, nas eleições municipais de outubro. A recente desfiliação do MDB, aliás, teve o projeto de candidatura como principal motivo.
Peixer afirmou, em entrevista ao programa LINHA DE FRENTE, ontem (11), que havia se colocado à disposição do partido para a concorrência. Entretanto, percebeu que parte da cúpula emedebista tinha a intenção de acompanhar o ex-prefeito Daniel Netto Cândido (PSD) e, portanto, não lançar um candidato próprio.
“Eu dizia que queria construir um projeto de mudança e sólido, e que não estava ali pra ser vice do Daniel, que é o que eles queriam. Briguei pra ser o candidato, mas não vi evolução e saí pro União Brasil. Tenho uma aproximação grande com o deputado federal Fábio Schiochet, presidente estadual do partido”, revelou.
O agora pré-candidato pelo União Brasil avalia que sua antiga legenda se encontra “perdida”. Pontuou, ainda, que a indecisão do prefeito Pedro Alfredo Ramos, o Pedroca, com quem nutre boa relação, colabora para a dificuldade da estruturação do partido.
“A gente (o grupo) só ajudou o MDB e o MDB não nos ajudou. O MDB continua perdido em São João Batista. O Pedroca ora é pré-candidato, ora não é. O MDB ora quer dar o vice pro Daniel, não quer… Então, hoje é um partido sem gestão. Tivemos que sair, se não, não conseguiríamos criar um projeto de mudança, um projeto organizado e que possa, realmente, trazer a cidade pra frente”.
GRUPO FORTE
A “mudança” defendida por Peixer pode ganhar, no futuro, as companhias de PL, PP, Podemos e Republicanos. A proximidade com o empresário Felipe Lemos (PL), que também pretende concorrer à chefia do Executivo municipal em outubro, não atrapalharia o projeto, defende o ex-vereador.
“O Felipe é um jovem, tá entrando na política agora com muita vontade e gás. Temos um alinhamento de grupo, de que querer que a nossa cidade vá pra frente. A partir do momento que ele tá trabalhando, botando seu nome na rua, ele tem que brigar pra ser cabeça de chapa. Lá na frente podemos estar juntos. Ou eu declino e apoio ele, ou ele declina e me apoia. Existe ainda o Fábio da Ravel (Fábio Norberto Sturmer) e Mateus Galliani no PP. Temos 4 ou 5 pré-candidatos, mas só cabem dois”, ponderou.
A predisposição do vereador Mateus Galliani (PP), de São João Batista, em concorrer à prefeitura nas eleições que se aproximam, segundo a avaliação do próprio progressista, é uma consequência do trabalho realizado ao longo do mandato.
Embora ainda seja bastante jovem – apenas 27 anos -, Galliani ostenta um currículo repleto de graduações. O perfil técnico seria um dos predicados do parlamentar para a disputa majoritária. Mas garantiu, em entrevista ao programa LINHA DE FRENTE, ontem, que “não está sozinho”.
“O que eu venho fazendo me credencia. Acredito em preparação. Venho me preparando. O Mateus está como pré-candidato, mas não está sozinho. Nosso partido é o maior de São João Batista e temos pessoas qualificadas para todos os setores da administração”, frisou.
RENOVAÇÃO
Embora esteja entre os pré-candidatos do PP, Galliani defende o caminho da renovação e argumenta que os outros dois pré-candidatos da legenda, Fábio Norberto Sturmer e Aderbal Manoel dos Santos, também fazem parte de um grupo que pretende aplicar um “choque de gestão” na prefeitura.
“Não que eu seja o melhor nome, mas sou um dos que querem a renovação e que acham que a gestão pública está aí para gerar melhorias de vida. Não apenas ser prefeito por ter um bom coração. Temos bons candidatos. Fábio da Ravel é um nome, foi um grande vereador e, mesmo sem mandato, faz um grande trabalho na cidade. O ex-prefeito Aderbal, só pela pessoa dele, pelo trabalho e pelo empresário que é, também se credencia”, explica.