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A bancada do MDB, segunda maior da Câmara Municipal de Tijucas, pode, em breve, ser a menor – empatada com UNIÃO BRASIL e NOVO, com apenas um vereador. E por iniciativa do próprio partido.

A regência emedebista municipal faz pressão nas executivas estadual e nacional para que dois dos seus três representantes no Legislativo local sejam expulsos das fileiras da legenda. As posturas do estreante Flávio Henrique Souza e do presidente da Casa, Cláudio Eduardo de Souza, especialmente na sessão extraordinária que aprovou o reajuste no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), sexta-feira (26), foi a gota d’água.

O diretório tijuquense do MDB considerou que eles desobedeceram a orientação do partido. O primeiro porque votou a favor do projeto do Executivo, e o comandante da mesa diretora, ausente na sessão, porque, de acordo com os pares, teria usado a falta convenientemente para driblar a polêmica – embora houvesse se posicionado contrário ao aumento nas redes sociais.

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DESARMONIA

Flávio e Cláudio do Jornal, a propósito, têm sido amplamente criticados nas internas do partido. Para o comando do MDB local, eles estariam alinhados ao governo do prefeito Maickon Campos Sgrott (PP) desde a eleição para a mesa diretora da Câmara, no início da legislatura, quando, segundo os correligionários, teriam atuado em desacordo com o plano da legenda.

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POR UM FIO

No diretório municipal, principalmente nos últimos dias, os pareceres pela expulsão viriam beirando a unanimidade. O maior empecilho seria uma orientação da executiva nacional do MDB, já consultada, que pede a resolução do conflito sem medidas consideradas drásticas.

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Embora o prefeito Maickon Campos Sgrott (PP) tenha argumentado que o polêmico reajuste do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) não seja propriamente um aumento, mas a valorização dos imóveis no município, a justificativa parece não ter sido suficiente para convencer políticos e partidos de oposição.

Alguns deles, inclusive, têm se posicionado nas redes sociais e orientado sua base a rejeitar a proposta assim que for posta em avaliação na Câmara.

Caso, a propósito, do REPUBLICANOS, recém-instituído em Tijucas, atrelado ao PL e em linha de oposição branda – com trânsito livre na prefeitura e dinâmica de parceria, com recursos do deputado federal Jorge Goetten direcionados aos cofres do município –, que decidiu publicar manifesto nas redes sociais.

Seu presidente, empresário Alberto Carlos Dolorini, popular Tito, assina a nota e diz que “penalizar o contribuinte não é o caminho para o desenvolvimento sustentável de Tijucas”. O comunicado do REPUBLICANOS pede, ainda, “fundamentação técnica sólida” que justifique o reajuste, tratado pela regência do partido como “desproporcional”.

Outras agremiações políticas do município que usaram o mesmo artifício para refutar o aumento no IPTU foram o MDB, o PL e o NOVO.

Foto: Bruno Collaço/Agência AL

O encontro regional do MDB, marcado para sábado (27) em São João Batista, precisou ser cancelado. A reunião, que serviria como painel de apoio ao secretário de Estado da Infraestrutura e deputado estadual licenciado Jerry Comper (MDB) vinha sendo articulada por lideranças locais – entre elas, o ex-prefeito Tiago Dalsasso (MDB), de Nova Trento.

Nos bastidores, comenta-se que a decisão teve as digitais do governador Jorginho Mello (PL), que teria convocado Comper para um roteiro obrigatório em agenda estadual e deixado os emedebistas do Vale sem o protagonista do evento.

Com isso, os convites e expectativas migram para o encontro estadual do partido, em 25 de outubro, na suntuosa Balneário Camboriú.

Foto: Reprodução

A regência do MDB em Tijucas fez questão de reiterar, agora em nota pública, oposição ao atual governo municipal. O comunicado partiu de uma reunião extraordinária da executiva do partido, provocada por integrantes do diretório e militantes, em resposta aos posicionamentos de parte da bancada emedebista na Câmara Municipal.

O texto diz que “o MDB não se responsabiliza, não orienta e não aprova a atuação individual de seus membros, sejam eles históricos, detentores de mandato ou não”, antes de reforçar que suas “convicções, ideais e lutas são totalmente contrários aos do grupo político que atualmente administra o município”. O recado teria sido direcionado a dois dos três vereadores da legenda no parlamento tijuquense, que, de acordo com a representação partidária, estariam alinhados à gestão do prefeito Maickon Campos Sgrott (PP).

Na assembleia que originou a nota, discutiu-se a possibilidade de expulsão dos parlamentares que estejam agindo em desacordo com as diretrizes do MDB local. Um levantamento de viabilidade legal foi programado, e estaria em curso.

Foto: Divulgação

Ao pé do ouvido, naquele encontro informal de semana passada, o prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (PL) e o deputado federal Rafael Pezenti (MDB) conversaram sobre muito mais que o aumento do capital eleitoral do congressista em Canelinha e a destinação de emendas para investimentos no município.

O chefe do Executivo canelinhense, que respira política e nunca descuida do amanhã, quis saber, intimamente, a quantas anda a propalada federação entre REPUBLICANOS e MDB nos corredores de Brasília, e que impacto esse arranjo teria na Cidade das Cerâmicas em 2028.

Alves Maciel controla o REPUBLICANOS no município e ainda tem o MDB como principal força opositora. Caso a união das duas legendas se confirme, e com as peças certas no tabuleiro, o cenário poderia ser ainda mais auspicioso para o grupo governista no enfrentamento local.

A ideia, segundo quem ouviu o tête-à-tête, seria a atração, por gravidade, de setores emedebistas para o projeto de situação e, consequentemente, a depopulação das bases inimigas. A conferir.

Foto: Léo Nunes

O conceito de apoio do MDB ao governo de Maickon Campos Sgrott (PP), assinalado por representantes estaduais da legenda na transmissão do cargo de prefeito ao vereador Cláudio Eduardo de Souza (MDB), semana passada, não tem base na regência local do partido.

A ideia, sugestionada nas presenças e declarações do secretário de Estado do Meio Ambiente, Emerson Stein, e do presidente do MDB catarinense, Carlos Chiodini, foi prontamente rechaçada no diretório emedebista de Tijucas. “Foi um pensamento individual e isolado. Não estamos e nem estaremos alinhados à gestão atual”, disse, com exclusividade ao Blog, uma das lideranças locais do partido.

O próprio prefeito interino, na assunção do cargo, tratou o tema com sobriedade. “O MDB continua sendo um partido de oposição. Eu continuo sendo um vereador de oposição. Mas hoje estamos sendo ouvidos”, resumiu.

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SEM RETORVISOR

Para o titular, agora licenciado, precisa haver sintonia entre os grupos políticos locais para que a população ganhe. “Não é com briga, com queda de braço, com diferenças entre partidos que a gente vai construir. Somente juntos entregaremos mais. Torcemos todos para o mesmo time, que é Tijucas. Estamos escrevendo um novo momento na história”, pontuou Campos Sgrott.

Foto: Arquivo

A pausa que o prefeito Maickon Campos Sgrott (PP) faria, para tratar de assuntos particulares, foi reprogramada. Ele se licenciaria do comando do município em 1º de julho, mas incumbências administrativas de urgência, principalmente na Educação, foram, oficialmente, motivo crucial para o aborto do projeto.

Ontem mesmo, no fim da tarde, Sgrott comunicou pessoalmente a decisão ao presidente da Câmara Municipal, vereador Cláudio Eduardo de Souza (MDB), que assumiria a prefeitura durante sua ausência. O prefeito justificou necessidade de atenção circunstancial à retomada das obras na EEB Ondina Maria Dias – que recebeu liberação depois de um período sub judice – aliada à crescente demanda de vagas na rede pública de ensino.

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POLITICAMENTE

As razões apresentadas seriam suficientes, mas, no pano de fundo, as disputas políticas tiveram lugar de fala. A bancada do PL na Câmara cobrou Sgrott sobre o espaço cedido ao MDB na gestão municipal. Vereadores liberalistas, que se aproximaram do Executivo recentemente, manifestaram desconforto com a passagem do bastão ao presidente do Legislativo.

A proposta de contemplação de um parlamentar na gestão municipal, por tudo que a envolve, não foi simplesmente adiada. Internamente, o caso foi encerrado com status de cancelamento.

Foto: Divulgação

Um dos atos prioritários do MDB em Tijucas – que acaba de reestrear, em novo mandato, com os ex-prefeitos Elmis Mannrich e Valério Tomazi no comando – tem sido o fortalecimento da representação feminina no partido. Para tanto, formou-se na mesma toada a regência local do MDB Mulher, que pretende ser mais atuante na comunidade de agora em diante.

O grupo tem presidência da enfermeira Débora Perez de Souza Lima, gerente assistencial do Hospital Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Nova Trento, com a ex-servidora pública estadual Bárbara Geraldo na secretaria geral e as membros efetivas Márcia Machado Maurício, a Marcinha, candidata a vice-prefeita nas eleições de 2024, Consuelo Azevedo, suplente de vereadora do partido, e Aparecida Imaculada Alexandre Luz, a Cida, conselheira tutelar no município.

O movimento, notabilizado durante a gestão da ex-vereadora Fernanda Melo na presidência local da legenda, cumpria, ultimamente, apenas ações protocolares sem o devido apelo político-partidário. Agora, porém, de acordo com o perfil social do MDB Mulher, “inicia-se uma nova fase, mais conectada, mais presente e ainda mais forte”.Elmis Mannrich

Foto: Arquivo/Divulgação

As rusgas entre os ex-prefeitos Elmis Mannrich e Valério Tomazi prescreveram. A convenção do MDB de Tijucas, sábado (17), em que foram escolhidos presidente e vice-presidente do diretório municipal respectivamente, suplantou aquela fatídica de 2016, quando estiveram em trincheiras opostas para representar a legenda na disputa da prefeitura.

Ambos, a propósito, vinham, há tempos, tratando o caso como resolvido. E no fim de semana deram à militância emedebista mais uma prova de que a unidade do partido tem sido priorizada apesar dos pesares. A partir de agora precisam gerir, juntos, o MDB tijuquense pelos próximos dois anos.

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PELAS BEIRADAS

Mannrich, aliás, foi reconduzido à presidência do diretório municipal. Não por imposição, mas por falta de interessados no posto. Por diversas vezes, nas reuniões periódicas do partido, ele tentou passar o bastão. Mas foi convencido de que precisava se manter no comando por pelo menos mais um mandato.

A alternativa era, de fato, Tomazi, que, inclusive, estava disposto. A barreira, no entanto, seria uma rejeição velada de parte dos convencionais, sobretudo daqueles que receberam a carta de exoneração em 2016 por terem preterido o então prefeito na disputa interna pela candidatura à reeleição. Quem sabe em 2027…

Foto: Divulgação

O consenso das lideranças locais decidiu que o vereador Giliardi José Scaburi deve comandar o MDB de Porto Belo no biênio 2025-2026. Mais votado para a Câmara Municipal nas eleições recentes, ele conta com a chancela do secretário de Estado do Meio Ambiente, Emerson Stein, e do prefeito Joel Orlando Lucinda.

Pesou em favor do parlamentar, além dos 835 votos alcançados em 2024, o histórico familiar, de membros tradicionalmente emedebistas, e a dedicação e atuação destacada no partido tanto nas conquistas quanto nos insucessos.

Neste sábado (17), o MDB portobelense se reúne em convenção para deliberar sobre o diretório e eleger a nova executiva municipal.