quinta-feira, 21 de novembro de 2024 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Certezas e surpresas

Postado em 10 de dezembro de 2019
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Dez votos favoráveis, duas abstenções e uma falta. A contabilidade final da eleição interna do parlamento tijuquense, ontem à noite, credenciou, novamente, o vereador Vilson Natálio Silvino (PP) à presidência da Casa do Povo em 2020. Os demais membros da mesa são Maria Edésia “Déda” da Silva Vargas (PT), Odirlei Resini (MDB) e Rudnei de Amorim (DEM) na vice-presidência e primeira e segunda secretarias respectivamente.

Na sessão, das certezas e das surpresas restaram a esperada ausência da presidente do MDB municipal Fernanda Melo Bayer — que, manifesta e claramente, não concorda com a reeleição de Silvino — e a aturdida abstenção do neutro Fabiano Morfelle (PDT), que mantém relação amistosa com o progressista e bom trânsito na administração municipal e teria prometido o voto de aprovação. O segundo a se abster foi Fernando Fagundes (MDB).

PERSONA NON GRATA

Recado maior, entretanto, recebeu o emedebista Odirlei Resini. Acusado de trair o partido na primeira eleição de Silvino, no fim de 2018, ele colheu, ontem, a revindita dos confrades. Os outros três vereadores do MDB presentes na sessão foram contrários à eleição do correligionário na primeira secretaria da Casa — e só computaram abstenções porque o regimento interno do Legislativo tijuquense veda o voto de rejeição.

TOALHA JOGADA

A bancada de oposição não apresentou nomes. Nem para a presidência e tampouco para os demais cargos da mesa diretora. O domínio do grupo situacionista na Câmara Municipal de Tijucas, neste momento, é total e irrestrito.

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Nem mesmo os mais otimistas acreditavam que o prefeito Valério Tomazi (PMDB) pudesse vencer a pré-convenção do partido, em 26 de abril. O favorito, ex-prefeito Elmis Mannrich (PMDB), tinha o diretório nas mãos e contava com amplo prestígio na cúpula peemedebista, além de manter precisas relações na estrutura pública do município. A distância entre o vitorioso e o derrotado especialmente no quesito aptidão política ficou comprovada na abertura da urna. Das 54 indicações possíveis, o presidente do PMDB de Tijucas assegurou 34; e as outras 20 foram direcionadas ao atual chefe do Executivo municipal.

Os dois concorrentes adotaram estratégias peculiares nas abordagens aos convencionais. Mannrich se sustentou no carisma, na proximidade com os partidários, e pautou o discurso nas pesquisas de opinião pública a respeito da administração municipal vigente que, de acordo com os institutos contratados, trazia índices de reprovação aterradores. O prefeito, no entanto, em desvantagem, tentou marcar o território com advertências intimidadoras aos comissionados que participavam da executiva peemedebista. Nas reuniões do alto escalão do município, Tomazi era claro quanto às consequências que uma derrota na pré-convenção provocaria. Palavras como “exoneração”, “demissão” e “dispensa” passaram a ser repetidas sistematicamente nos corredores do paço, sempre acompanhadas de outras como “vingança” e “retaliação”.

Na véspera do pleito interno do PMDB, o chefe do Executivo municipal revisitou praticamente todos os membros do diretório. De um a um exceto daqueles que não dependiam do governo e haviam manifestado abertamente preferência por Mannrich , ele recebeu promessas de voto na pré-convenção. Se pelo menos a maioria mantivesse a palavra, a sequência do projeto de reeleição estava assegurada. No entanto, depois da abertura da urna, a confiança de outrora transformou-se em frustração e mágoa. Tomazi não perdeu apenas uma disputa partidária. Perdeu amigos, e sentiu no âmago o indecoroso pesar da traição. A temporada de caça às bruxas, contudo, estava oficialmente aberta.

Findadas as férias do prefeito que serviram fundamentalmente para articular a desejada vitória na pré-convenção , em 5 de maio, ele voltou ao trabalho. Durante o expediente, o clima era de apreensão. Tomazi não saiu do gabinete naquele dia. Às 17h, porém, os protestos incontidos da secretária de Finanças do município, Rosângela de Fátima Leal da Veiga, pelos corredores da prefeitura anunciavam que as ameaças estavam sendo cumpridas. Além dela, mais seis comissionados da estrutura municipal perderam o emprego naquela primeira chamada. Outras quatro cartas de exoneração foram entregues nos dias seguintes; e dezenas de nomes ainda permaneciam numa lista pessoal do mandatário tijuquense. Embora qualquer poste de Tijucas tivesse certeza que as demissões foram motivadas pelos desgastes da pré-convenção, o chefe do Executivo municipal tratava o assunto, nas entrevistas e incursões públicas, como atenção a um plano de contenção de despesas do município.

A prefeitura operava normalmente, mas com portas fechadas para Mannrich. O candidato a prefeito do PMDB era persona non grata nas seções da administração municipal desde o embate interno do partido. Tomazi, nos encontros seguintes com o funcionalismo em comissão, fazia novas advertências. “Se eu souber que alguém deu um prego, vai ter que pedir emprego lá no Imetro (autarquia estadual que o ex-prefeito presidia na época)” era uma delas. Não se pode dizer, no entanto, que o aviso servisse para os eleitores de ambos os postulantes ao cargo máximo do município. O professor Elói Mariano Rocha (PSD) era oficializado como candidato da oposição na concorrência majoritária e recebia, inclusive, a bênção do mandatário tijuquense. O prefeito chegou a apresentar o oposicionista, de gabinete em gabinete, no paço municipal, como representante do governo de Tijucas na corrida eleitoral de 2016.

As demissões de peemedebistas cessaram, mas alguns aliados da oposição passaram a receber espaço na administração municipal e, evidentemente, atuaram em favor de Mariano Rocha, ou pelo menos impediram que a máquina pública fosse usada em benefício de Mannrich. A guerra declarada entre o prefeito e seu antecessor trouxe consequências violentas ao PMDB e seu projeto de manutenção do poder. O candidato do partido remava exaustivamente contra uma corrente chamada “mudança”, e não suportou quando o principal tripulante decidiu abandonar o barco.

Onze: A pré-convenção e a nova divisão

Postado em 4 de novembro de 2016
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Por seguidas vezes o prefeito e pré-candidato natural à reeleição Valério Tomazi (PMDB) recebeu alertas sobre a movimentação de bastidores e a manifesta intenção do presidente municipal do PMDB, Elmis Mannrich, de disputar a eleição majoritária deste ano. O mandatário tijuquense, no entanto, precisou ver para crer.

As pesquisas, todas desfavoráveis a Tomazi, eram a principal arma de combate nas mãos de Mannrich. Com elas o ex-prefeito convenceu grande parte dos partidários de que a manutenção do poder, se o atual chefe do Executivo representasse o partido no pleito, estaria fortemente ameaçada. “Se for o Valério, vamos perder para qualquer um”, dizia o presidente do Imetro/SC, abertamente, nas suas incursões pelos eventos sociais de Tijucas. E enquanto os números eram expostos internamente, e as profecias lançadas livremente, o PMDB se dividia novamente em duas linhas de batalha: os que clamavam pelo retorno do ex-prefeito, e os que defendiam o direito à reeleição do atual.

Nos primeiros meses de 2016, os propósitos, de parte a parte, estavam claros. Um queria disputar o pleito majoritário do município, e o outro também. O prefeito e seu antecessor estavam numa guerra fria; e num fatídico encontro no gabinete principal do paço, marcado por uma discussão longa e acalorada, a animosidade definitivamente se estabeleceu. Mannrich, na saída, desafiou: “Contrate um instituto de pesquisas decente e, se estiveres na minha frente nas intenções de voto, eu abro mão da candidatura”. Tomazi apenas argumentava que seu direito natural de concorrer à reeleição deveria ser respeitado, e que não entraria em confrontos internos.

Já não havia mais relação entre o chefe do Executivo municipal e o presidente do partido. E, diante das circunstâncias, o páreo convencional era inevitável. Tal qual em 2012, o PMDB de Tijucas tinha dois postulantes à candidatura principal e se dividia novamente, com desgastes semelhantes ou mais graves que os de quatro anos atrás. A postura austera do prefeito foi se dissipando ao tempo que alguns conselheiros o instigavam ao enfrentamento partidário, sempre baseados na força da máquina pública e, especialmente, no fato de que a maior parte dos convencionais do partido ocupava cargo comissionado na estrutura municipal e que, por isso, a vitória no embate interno era certa. Tomazi, aliás, fez questão de esclarecer aos peemedebistas empregados no município que uma última visita ao Departamento Pessoal da prefeitura seria ordenada àqueles que decidissem acompanhar o ex-prefeito. Começava, então, o processo de convencimento e de constrangimento pelo voto na pré-convenção.

O prefeito, nesse meio tempo, promoveu uma reunião partidária com o colegiado municipal, cargos comissionados da prefeitura, filiados e dirigentes do PMDB de Tijucas, amigos e simpatizantes; mas não enviou convite ao presidente do partido, seu concorrente na pré-convenção. Mannrich, mesmo assim, compareceu ao evento; e, depois das explanações do chefe do Executivo, tomou o microfone para chamá-lo, de maneira enfática, de “baixinho mentiroso” e garantir aos convidados que representava a única perspectiva de vitória no pleito que se avizinhava, uma vez que a contestada gestão 2013-2016 havia obrigado aquela drástica intervenção. Tomazi e seu antecessor eram, naquele momento, inimigos declarados. E ninguém, nem mesmo os caciques do partido, próximos de ambos e ponderados, conseguiram impedir que a situação chegasse àquele ponto, apesar das tentativas.

Em 26 de abril, o Lions Clube estava abarrotado de peemedebistas, convencionais e curiosos. No fim da votação, o presidente municipal do partido comemorou. Foram 34 votos em favor de Mannrich contra apenas 20 destinados ao atual prefeito. Desta vez não houve música de Beth Carvalho, mas também não faltou quem hostilizasse Tomazi na saída do evento. O mandatário tijuquense deixou a pré-convenção claramente frustrado, e, como dirão os próximos capítulos, intimamente propenso à retaliação.

Há um mês, o PMDB sofreu a sua mais expressiva derrota na história das eleições municipais em Tijucas. O vencedor da infausta pré-convenção, presidente do partido e rival do prefeito e de todos os seus seguidores ficou 2.982 votos aquém do concorrente e protagonizou esse indigesto marco numa escala que, até então, ostentava sucessivas glórias. Tomazi votou às 10h, no Cruz e Sousa, e não foi mais visto naquele dia. Antes, porém, havia participado ativamente da campanha dos opositores, com recomendações frequentes de votos em Elói Mariano Rocha (PSD), o candidato adversário. Quis o destino que, sem planejar, os colas-brancas recebessem o apoio da prefeitura mesmo estando na trincheira contrária. E, por mais isso, o resultado diz por si.

Bate e rebate

Postado em 5 de outubro de 2016
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Ainda no domingo (2), enquanto Elmis Mannrich (PMDB) lamentava a derrota nas eleições de Tijucas, a engenheira florestal Valéria Tomazi, filha do prefeito Valério Tomazi (PMDB), publicava no Facebook que “Pior do que perder uma convenção, é perder uma eleição”, e finalizava a postagem com a frase “Agora, senta e chora!”.

A resposta não tardou. O perfil Antes Depois Tijucas, que impulsionava a campanha de Mannrich nas redes sociais, rebateu: “Só uma coisa a dizer sobre este comentário: o PMDB perdeu a eleição por causa do teu pai, que pediu para ser ruim e abusou. Incompetente!”. Pois, então?!

Governo de oposição

Postado em 15 de junho de 2016
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Talvez seja a primeira ocorrência de um prefeito que se alinha à oposição na história política de Tijucas. Embora mantenha o rótulo de representante legítimo da situação, Valério Tomazi (PMDB) certamente torce – e até trabalha nos bastidores – pela derrocada do correligionário Elmis Mannrich (PMDB) nas urnas de outubro.

O mandatário tijuquense e seu antecessor, partidários em comum, não conversam; e, agora, são adversários, até inimigos. Tomazi, inclusive, nos últimos tempos, é visto frequentemente na companhia de oposicionistas. A prefeitura está fechada para Mannrich, mas, pelos fatos, escancarada para todos que se dispuserem a combater o PMDB nestas eleições. E durma-se com um barulho desses!

Desforra

Postado em 7 de junho de 2016
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“Espero há quatro anos por isso”, bradou o advogado Marcio Rosa (PSD) em roda de amigos sobre a possibilidade, cada vez mais clara, de confrontar, frente a frente, olho no olho, nos debates eleitorais, o ex-prefeito Elmis Mannrich (PMDB).

Desde 2012 eles não se falam, mal se cumprimentam. A amizade terminou no momento em que Mannrich optou por Valério Tomazi (PMDB) na pré-convenção do partido para as eleições daquele ano em Tijucas. Rosa quer o revide. E acha que o momento não poderia ser mais propício.

Plano B

Postado em 2 de maio de 2016
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Sábado (30), na festa em alusão ao Dia do Trabalhador, proposta pelo Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos Municipais de Tijucas, o prefeito Valério Tomazi teria afirmado a alguns curiosos que desde terça-feira (26), quando da derrota na pré-convenção do PMDB para o ex-prefeito Elmis Mannrich, deixou a política de lado e que cuidará apenas das contas e demandas do município até o fim do mandato; e depois volta à engenharia, sua profissão, e à atuação privada.

No entanto, segundo fontes do blog, antes disso deve se reunir com um líder oposicionista, tão magoado com Mannrich quanto ele, para iniciar um plano em comum: a derrocada do presidente do PMDB nestas eleições. Hum…

Mordido

Postado em 27 de abril de 2016
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Ex-diretor de Trânsito do município – inclusive na atual gestão – e membro ativo do diretório do PMDB de Tijucas, o psicólogo Gerson Henrique Marcelino era um dos mais entusiasmados com a vitória do ex-prefeito Elmis Mannrich na pré-convenção do partido, ontem.

Dizia a quem quisesse ouvir que se o candidato fosse Valério Tomazi, mudaria de partido.