domingo, 6 de julho de 2025 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Desengarrafamento

Postado em 3 de abril de 2017

Em reunião, hoje pela manhã, no auditório do Sebrae, definiu-se que num prazo de 30 dias um consenso entre a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a Cerâmica Portobello e os municípios de Tijucas e Porto Belo deve ser estabelecido para que o trânsito nas marginais da cidade volte a fluir de acordo com os interesses de todos.

Do diretor-geral da ANTT, Jorge Bastos, ouviu-se que esse assentimento encerraria as discussões, e que, inclusive, a agência estaria disposta a realizar investimentos – como, por exemplo, mais acessos à BR-101 – na região para sanar os problemas do tráfego no perímetro urbano.

O deputado federal Rogério “Peninha” Mendonça (PMDB-SC) conduziu o encontro, que teve, ainda, a participação do deputado federal Jorginho Mello (PR), dos prefeitos Elói Mariano Rocha (PSD) e Emerson Stein (PMDB), de Tijucas e Porto Belo, do vice-prefeito de Tijucas, Adalto Gomes (PT), de vereadores de ambos os municípios, do diretor da Autopista Litoral Sul, Paulo Mendes Castro, de representantes jurídicos do Grupo Portobello, e do deputado estadual Serafim Venzon (PSDB). Esperadas presenças, como as dos senadores Dário Berger (PMDB-SC), Dalírio Beber (PSDB-SC) e Paulo Bauer (PSDB-SC), não foram registradas.

PELA TANGENTE

Depois que o engenheiro Gilmar Cardoso, gerente regional da ANTT, explicou – e comprovou com documentos –, que as mudanças no trânsito das marginais de Tijucas, contempladas na portaria 339/2015, estavam previstas desde 2014, e que havia uma autorização expressa do ex-prefeito Valério Tomazi (PMDB) para isso, o ex-mandatário tijuquense, que participava do encontro, levantou e saiu.

Rachadura

Postado em 14 de fevereiro de 2017

Desde a pré-campanha de 2016, e a consequente derrota nas eleições que se traduziu no desemprego de muitos militantes do PMDB de Tijucas, as rupturas no partido não cessam. Enquanto o presidente Elmis Mannrich programa a reeleição, e reconstrução do diretório municipal a exclusão do ex-prefeito Valério Tomazi dos renques da executiva seria uma das medidas previstas , novas alas, discordantes e dispostas, se organizam para propor outros rumos.

Em princípio, o ex-secretário municipal Giovani Bleichuvel surgiria como alternativa. De acordo com fontes do blog, ele estaria determinado, apesar da excelente relação com Mannrich, ao confronto pela presidência da agremiação e, sobretudo, pela oxigenação no diretório. E, inclusive, já teria somando apoios nas bases do partido.

Costas quentes

Postado em 31 de janeiro de 2017

Competência, aptidão e capacitação à parte, não surpreende que a ex-secretária de Obras, Transportes e Serviços Públicos do município de Tijucas, Eliane Tomaz, tenha assegurado o posto de secretária de Administração do município de Porto Belo nesta gestão. Afinal, o primo dela, Elmis Mannrich (PMDB), e o recém-empossado prefeito da Capital Catarinense dos Transatlânticos, Emerson Stein (PMDB), têm relação muito próxima, solidária e, provavelmente, digna da reciprocidade.

A propósito: enquanto a pedagoga era mantida, a pedido de Mannrich, no governo de Valério Tomazi (PMDB) como secretária municipal de Obras – depois presidente da Funcultrati (Fundação Cultural Tradição de Tijucas) –, o presidente do PMDB de Tijucas empregava Stein no Imetro/SC como gerente de Planejamento e Avaliação da autarquia. Enfim, as mãos se lavam.

Comédia

Postado em 6 de janeiro de 2017

Chalaça que vem se propagando pelo WhatsApp recentemente conta que o cidadão pergunta à recepcionista, na prefeitura de Tijucas, se pode conversar com o “prefeito” Valério Tomazi (PMDB).

O Sr. Valério não é mais o prefeito, senhor – responde a atendente.

Meia hora mais tarde, o mesmo sujeito interpela a recepcionista novamente:

Posso falar com o prefeito Valério?

Senhor, eu já lhe informei que o Sr. Valério não é mais o prefeito – replica a moça, perdendo a paciência.

Cerca de 15 minutos depois, o homem volta:

Querida, será que eu poderia ver o prefeito Valério?

A atendente, enfurecida, perde a linha:

Meu amigo, vou responder pela última vez e espero que fique claro: Valério Tomazi não é mais o prefeito de Tijucas!

O indivíduo, serenamente, sorri e diz à moça:

Voltarei mais algumas vezes e farei a mesma pergunta, porque tu não sabes como é bom ouvir essa resposta.

Pois, então?!

Dever cumprido

Postado em 2 de janeiro de 2017
Foto: Divulgação

Antes vereador e agora superintendente adjunto da FME (Fundação Municipal de Esportes) de Tijucas, o líder comunitário José Roberto Giacomossi, popular Betinho (PSD), recebeu amigos e ilustres convidados – a exemplo da chefe de gabinete do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gelson Merisio (PSD), e futura candidata ao parlamento catarinense, Marlene Fengler (foto) –, terça-feira (27), em casa, para celebrar uma esperada conquista para o bairro Nova Descoberta.

Com presenças do ex-prefeito Valério Tomazi (PMDB) e da ex-presidente da Câmara Municipal, Elizabete Mianes da Silva (PSD), Giacomossi festejou, com a comunidade, a pavimentação da Rua Getúlio Simas, pleito que assumiu junto ao gabinete de Merisio e a prefeitura.

Honra ao mérito

Postado em 21 de novembro de 2016
Foto: Divulgação

A radiologista Romelania Berger e o marido, dentista Elí José Cesconetto, com o prefeito Valério Tomazi e o casal Roberto José Souza Zytkuewisz e Fernanda De Col Zytkuewisz, além da vereadora eleita Fernanda Melo, sexta-feira (18), na Fiesc, em Florianópolis, na celebração aos 25 anos de fundação da ACO (Academia Catarinense de Odontologia).

Ex-secretário de Saúde de Tijucas, Zytkuewisz recebeu o Mérito Acadêmico, a maior das honrarias concedidas pela entidade para odontólogos que ocupam ou ocuparam cargos públicos. Coordenador do CEO (Centro de Especialidades Odontológicas) do município e secretário da Comissão de Paramentos, Protocolo e Honrarias da ACO, Cesconetto avalizou a escolha.

Selfie

Postado em 18 de novembro de 2016
Foto: Tijuquinha/Arquivo

Na aprazível festa de primeiro aniversário do Marco Júnior, neto da multifacetada Kaká Serpa, semana passada, na Joáia, o divertido palhaço Tijuquinha não perdeu a oportunidade de registrar a selfie com o prefeito Valério Tomazi e com o vice-prefeito eleito Adalto Gomes, dois ilustres convidados do evento.

Adversários na concorrência majoritária de 2012, Tomazi e Gomes, a propósito, estiveram juntos, na mesma mesa, acompanhados das respectivas esposas, e conversaram amistosamente por um longo tempo.

Nem mesmo os mais otimistas acreditavam que o prefeito Valério Tomazi (PMDB) pudesse vencer a pré-convenção do partido, em 26 de abril. O favorito, ex-prefeito Elmis Mannrich (PMDB), tinha o diretório nas mãos e contava com amplo prestígio na cúpula peemedebista, além de manter precisas relações na estrutura pública do município. A distância entre o vitorioso e o derrotado especialmente no quesito aptidão política ficou comprovada na abertura da urna. Das 54 indicações possíveis, o presidente do PMDB de Tijucas assegurou 34; e as outras 20 foram direcionadas ao atual chefe do Executivo municipal.

Os dois concorrentes adotaram estratégias peculiares nas abordagens aos convencionais. Mannrich se sustentou no carisma, na proximidade com os partidários, e pautou o discurso nas pesquisas de opinião pública a respeito da administração municipal vigente que, de acordo com os institutos contratados, trazia índices de reprovação aterradores. O prefeito, no entanto, em desvantagem, tentou marcar o território com advertências intimidadoras aos comissionados que participavam da executiva peemedebista. Nas reuniões do alto escalão do município, Tomazi era claro quanto às consequências que uma derrota na pré-convenção provocaria. Palavras como “exoneração”, “demissão” e “dispensa” passaram a ser repetidas sistematicamente nos corredores do paço, sempre acompanhadas de outras como “vingança” e “retaliação”.

Na véspera do pleito interno do PMDB, o chefe do Executivo municipal revisitou praticamente todos os membros do diretório. De um a um exceto daqueles que não dependiam do governo e haviam manifestado abertamente preferência por Mannrich , ele recebeu promessas de voto na pré-convenção. Se pelo menos a maioria mantivesse a palavra, a sequência do projeto de reeleição estava assegurada. No entanto, depois da abertura da urna, a confiança de outrora transformou-se em frustração e mágoa. Tomazi não perdeu apenas uma disputa partidária. Perdeu amigos, e sentiu no âmago o indecoroso pesar da traição. A temporada de caça às bruxas, contudo, estava oficialmente aberta.

Findadas as férias do prefeito que serviram fundamentalmente para articular a desejada vitória na pré-convenção , em 5 de maio, ele voltou ao trabalho. Durante o expediente, o clima era de apreensão. Tomazi não saiu do gabinete naquele dia. Às 17h, porém, os protestos incontidos da secretária de Finanças do município, Rosângela de Fátima Leal da Veiga, pelos corredores da prefeitura anunciavam que as ameaças estavam sendo cumpridas. Além dela, mais seis comissionados da estrutura municipal perderam o emprego naquela primeira chamada. Outras quatro cartas de exoneração foram entregues nos dias seguintes; e dezenas de nomes ainda permaneciam numa lista pessoal do mandatário tijuquense. Embora qualquer poste de Tijucas tivesse certeza que as demissões foram motivadas pelos desgastes da pré-convenção, o chefe do Executivo municipal tratava o assunto, nas entrevistas e incursões públicas, como atenção a um plano de contenção de despesas do município.

A prefeitura operava normalmente, mas com portas fechadas para Mannrich. O candidato a prefeito do PMDB era persona non grata nas seções da administração municipal desde o embate interno do partido. Tomazi, nos encontros seguintes com o funcionalismo em comissão, fazia novas advertências. “Se eu souber que alguém deu um prego, vai ter que pedir emprego lá no Imetro (autarquia estadual que o ex-prefeito presidia na época)” era uma delas. Não se pode dizer, no entanto, que o aviso servisse para os eleitores de ambos os postulantes ao cargo máximo do município. O professor Elói Mariano Rocha (PSD) era oficializado como candidato da oposição na concorrência majoritária e recebia, inclusive, a bênção do mandatário tijuquense. O prefeito chegou a apresentar o oposicionista, de gabinete em gabinete, no paço municipal, como representante do governo de Tijucas na corrida eleitoral de 2016.

As demissões de peemedebistas cessaram, mas alguns aliados da oposição passaram a receber espaço na administração municipal e, evidentemente, atuaram em favor de Mariano Rocha, ou pelo menos impediram que a máquina pública fosse usada em benefício de Mannrich. A guerra declarada entre o prefeito e seu antecessor trouxe consequências violentas ao PMDB e seu projeto de manutenção do poder. O candidato do partido remava exaustivamente contra uma corrente chamada “mudança”, e não suportou quando o principal tripulante decidiu abandonar o barco.

Onze: A pré-convenção e a nova divisão

Postado em 4 de novembro de 2016

Por seguidas vezes o prefeito e pré-candidato natural à reeleição Valério Tomazi (PMDB) recebeu alertas sobre a movimentação de bastidores e a manifesta intenção do presidente municipal do PMDB, Elmis Mannrich, de disputar a eleição majoritária deste ano. O mandatário tijuquense, no entanto, precisou ver para crer.

As pesquisas, todas desfavoráveis a Tomazi, eram a principal arma de combate nas mãos de Mannrich. Com elas o ex-prefeito convenceu grande parte dos partidários de que a manutenção do poder, se o atual chefe do Executivo representasse o partido no pleito, estaria fortemente ameaçada. “Se for o Valério, vamos perder para qualquer um”, dizia o presidente do Imetro/SC, abertamente, nas suas incursões pelos eventos sociais de Tijucas. E enquanto os números eram expostos internamente, e as profecias lançadas livremente, o PMDB se dividia novamente em duas linhas de batalha: os que clamavam pelo retorno do ex-prefeito, e os que defendiam o direito à reeleição do atual.

Nos primeiros meses de 2016, os propósitos, de parte a parte, estavam claros. Um queria disputar o pleito majoritário do município, e o outro também. O prefeito e seu antecessor estavam numa guerra fria; e num fatídico encontro no gabinete principal do paço, marcado por uma discussão longa e acalorada, a animosidade definitivamente se estabeleceu. Mannrich, na saída, desafiou: “Contrate um instituto de pesquisas decente e, se estiveres na minha frente nas intenções de voto, eu abro mão da candidatura”. Tomazi apenas argumentava que seu direito natural de concorrer à reeleição deveria ser respeitado, e que não entraria em confrontos internos.

Já não havia mais relação entre o chefe do Executivo municipal e o presidente do partido. E, diante das circunstâncias, o páreo convencional era inevitável. Tal qual em 2012, o PMDB de Tijucas tinha dois postulantes à candidatura principal e se dividia novamente, com desgastes semelhantes ou mais graves que os de quatro anos atrás. A postura austera do prefeito foi se dissipando ao tempo que alguns conselheiros o instigavam ao enfrentamento partidário, sempre baseados na força da máquina pública e, especialmente, no fato de que a maior parte dos convencionais do partido ocupava cargo comissionado na estrutura municipal e que, por isso, a vitória no embate interno era certa. Tomazi, aliás, fez questão de esclarecer aos peemedebistas empregados no município que uma última visita ao Departamento Pessoal da prefeitura seria ordenada àqueles que decidissem acompanhar o ex-prefeito. Começava, então, o processo de convencimento e de constrangimento pelo voto na pré-convenção.

O prefeito, nesse meio tempo, promoveu uma reunião partidária com o colegiado municipal, cargos comissionados da prefeitura, filiados e dirigentes do PMDB de Tijucas, amigos e simpatizantes; mas não enviou convite ao presidente do partido, seu concorrente na pré-convenção. Mannrich, mesmo assim, compareceu ao evento; e, depois das explanações do chefe do Executivo, tomou o microfone para chamá-lo, de maneira enfática, de “baixinho mentiroso” e garantir aos convidados que representava a única perspectiva de vitória no pleito que se avizinhava, uma vez que a contestada gestão 2013-2016 havia obrigado aquela drástica intervenção. Tomazi e seu antecessor eram, naquele momento, inimigos declarados. E ninguém, nem mesmo os caciques do partido, próximos de ambos e ponderados, conseguiram impedir que a situação chegasse àquele ponto, apesar das tentativas.

Em 26 de abril, o Lions Clube estava abarrotado de peemedebistas, convencionais e curiosos. No fim da votação, o presidente municipal do partido comemorou. Foram 34 votos em favor de Mannrich contra apenas 20 destinados ao atual prefeito. Desta vez não houve música de Beth Carvalho, mas também não faltou quem hostilizasse Tomazi na saída do evento. O mandatário tijuquense deixou a pré-convenção claramente frustrado, e, como dirão os próximos capítulos, intimamente propenso à retaliação.

Há um mês, o PMDB sofreu a sua mais expressiva derrota na história das eleições municipais em Tijucas. O vencedor da infausta pré-convenção, presidente do partido e rival do prefeito e de todos os seus seguidores ficou 2.982 votos aquém do concorrente e protagonizou esse indigesto marco numa escala que, até então, ostentava sucessivas glórias. Tomazi votou às 10h, no Cruz e Sousa, e não foi mais visto naquele dia. Antes, porém, havia participado ativamente da campanha dos opositores, com recomendações frequentes de votos em Elói Mariano Rocha (PSD), o candidato adversário. Quis o destino que, sem planejar, os colas-brancas recebessem o apoio da prefeitura mesmo estando na trincheira contrária. E, por mais isso, o resultado diz por si.

Dez: O duelo dos titãs

Postado em 1 de novembro de 2016

Não tardou para que o peso da ominosa votação que o ex-prefeito Elmis Mannrich (PMDB) recebeu nas eleições gerais de 2014 fosse dividido com a atual administração do município. As obras eram escassas, a Cosatel continuava esburacando as ruas da cidade a bel prazer, e a popularidade do partido e de qualquer um dos seus integrantes despencava na mesma frequência. A voz do descontentamento partiu de fora para dentro, e o prefeito Valério Tomazi (PMDB) já era amplamente questionado no seio do PMDB. Como primeira ação, a executiva peemedebista foi acionada; e passou  a exigir a presença do mandatário tijuquense nas reuniões mensais da sigla. Alguma coisa estava errada, e parte dos membros locais do partido era resoluta em atribuir culpa pelos reveses à gestão ora depauperada da Capital do Vale.

Desde que iniciou o governo, aliás, Tomazi afirmava publicamente, sempre que um problema era apresentado, que embora tivesse a caneta nas mãos, ela “estava sem tinta”. Até os resultados das eleições de 2014 aparecerem, declarações dessa ordem eram engolidas em seco pelos partidários; depois, não mais. As reuniões mensais entre os peemedebistas, a partir de então, tinham clima tenso. Por vezes o prefeito e seu antecessor, que debatiam calorosamente sobre qualquer assunto e davam sinais claros de que já não mantinham a sintonia de outrora , precisaram ser contidos pelos demais membros.

O chefe do Executivo municipal era cada vez mais cobrado internamente. Além dos resultados na gestão, grande parte do diretório do PMDB local exigia, também, mudanças pontuais no primeiro escalão do governo. O alvo principal era o diretor do Samae, Wilson Bernardo de Souza, braço direito de Tomazi na administração. Uma das alas do partido, mais consonante aos arbítrios de Mannrich, reivindicava a substituição do comandante da autarquia que era especificamente técnico, e apresentava balancetes positivos mês a mês por um agente com papel mais político, concentrado nos votos em vez das cifras. O prefeito sequer considerou; e o departamento de água e esgoto continua sendo um dos únicos do atual governo com mesma regência desde 1º de janeiro de 2013.

A relação entre Tomazi e Mannrich seguia de mal a pior, mas ainda era dada somente aos bastidores. Nesse meio tempo, o alcaide passou a ceder às pressões da Câmara Municipal  numa advertência organizada pelo vereador Sérgio Murilo Cordeiro (ainda no PMDB), sob pena de rejeição de qualquer proposta do Executivo pela exoneração da então chefe de gabinete Flávia Fagundes, a mais íntima defensora do antecessor na atual administração. O prefeito considerou, sugeriu a mudança de escalão; e o clima, que era ruim, ficou insustentável. Em janeiro de 2015 ela, que seguiu por mais alguns meses na corda bamba, pediu dispensa para acompanhar o ex-prefeito e amigo na gerência do Imetro/SC, cargo que ele passou a ocupar no governo estadual.

A candidatura a prefeito em 2016, a partir de então, pelo desgaste interno e pelas manifestações dos partidários, começava a ser alimentada na cabeça do presidente municipal do PMDB. Os descontentes com a atual gestão do município se multiplicavam na executiva do partido e a volta de Mannrich às disputas eleitorais seria questão de meses; embora ele recebesse advertências frequentes de amigos próximos, mais sóbrios, de que os efeitos dos recentes acontecimentos eram irreversíveis, e que a oposição fatalmente venceria o pleito vindouro.

Os avisos foram novamente ignorados, por habilidade ou petulância. Os atritos partidários juntados aos problemas de 2014, o fraco desempenho das recentes eleições à gestão conturbada de Valério Tomazi, se transformaram em avassaladores 2.982 votos de distância entre vencedores e vencidos. Os periquitos, que são inexpugnáveis juntos, estiveram divididos; e seus dois bastiões em trincheiras opostas, cada qual em razão do seu próprio projeto pessoal. Era de se esperar que a queda, se as duas pernas não estivessem firmadas no chão, seria mais dolorosa.