segunda-feira, 16 de setembro de 2024 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Tapas e beijos

Postado em 26 de novembro de 2018
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Foto: Léo Nunes

Está definido: o próximo presidente da Câmara Municipal de Tijucas é, de fato, o vereador Vilson Natálio Silvino (PP). Mas a direção geral da Casa é do MDB. Foi a estratégia – de toma lá, dá cá – que a situação adotou para conter o ímpeto do atual presidente, Juarez Soares (PPS), que abandonou o acordo governista, passou a negociar com a oposição, e queria a reeleição.

Na reunião de hoje, Soares tentou, ainda, indicar o diretor geral ou, no mínimo, o chefe de gabinete da presidência. Mas, já vencido, sem direito a pechincha, foi frustrado com a notícia de que os cargos estariam previamente preenchidos. Tarde demais.

RELAÇÃO CONTURBADA

Silvino e o atual presidente, que formam a bancada governista na Câmara e tinham um tratado de alternância da presidência do Legislativo, entraram em rota de colisão a partir da quebra do protocolo. Sexta-feira (23), porém, no Baile Tijucano da Acit (Associação Comercial e Industrial de Tijucas) e CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), posaram para a foto juntos e anunciaram as pazes e a retomada do acordo.

Hoje pela manhã, entretanto, na assembleia interna por cargos e posturas, discutiram mais uma vez.

Presidência da Câmara

Postado em 19 de novembro de 2018
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De um vereador governista, ao Blog, em off: “o vereador Vilson Natálio Silvino (PP) é o próximo presidente da Câmara Municipal de Tijucas, haja o que houver. Temos tudo sob controle”.

As cartas já estavam na mesa. Desde sempre. Assim que conseguiram ser maioria, os situacionistas definiram Juarez Soares (PPS) em 2018, Vilsinho em 2019 e Maria Edésia da Silva Vargas (PT) ou Rudnei de Amorim (DEM) em 2020. O primeiro terço da tarefa foi cumprido, mas o atual presidente quebrou o protocolo, negociou com os opositores e assumiu candidatura à reeleição.

Soares justifica que decidiu concorrer novamente à presidência da Casa porque, quando precisou, no momento em que se lançou pré-candidato a deputado estadual, não encontrou apoios na administração municipal e sequer nos colegas de bancada. Para os confrades de vereança, “é um tiro no pé”. Parlamentares de situação entendem que o rótulo de “traidor” pode abreviar a promitente carreira política do atual presidente.

BASTIDORES

Enquanto o chefe da mesa diretora do Legislativo rema, a bancada situacionista atira a âncora. Nos bastidores da eleição, marcada para 13 de dezembro, as negociações seguem à toda. Não será surpresa – como nunca foi, e tem sido recorrente – se um, ou até dois opositores acompanharem o presidente do PP na votação. Quem viver, verá!

Guerra interna

Postado em 24 de outubro de 2018
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Aquele buliçoso passarinho incolor, que tudo sabe e tudo vê, chega para detalhar o trâmite da eleição para a presidência da Câmara Municipal de Tijucas. De acordo com a ave sinistra, o tratado entre os vereadores Juarez Soares (PPS) – atual presidente do Legislativo – e Vilson Natálio Silvino (PP) para a sucessão do comando da Casa do Povo foi para as cucuias. O pepessista deve mesmo quebrar o protocolo e assumir a candidatura à reeleição, independente de convenções preestabelecidas.

Silvino, que já estaria ciente da perfídia, vem confirmando a postulação e acreditando que consegue, ainda assim, levar no peito e assumir a gerência do Legislativo tijuquense em 2019.

ULTIMATO

Diz o passarinho, ainda, que Soares procurou a bancada situacionista para apresentar a proposta: a reeleição e a consequente manutenção da mesa diretora, com os governistas Maria Edésia da Silva Vargas (PT) e Rudnei de Amorim (DEM) na triarquia de comando. E que, se não houver conformidade, deve pinçar os companheiros de mesa entre os apoios que receber, sejam eles governistas ou opositores da administração municipal.

TIRA E PÕE

Quem quer que seja o representante da bancada de situação no pleito interno da Câmara, o adversário, pelo menos, está definido. A ave bisbilhoteira garante que Esaú Bayer (MDB) já reuniu as tropas e declarou oposição, tanto a Juarez Soares quanto a Vilson Silvino.

As condições mudariam, no entanto, se os parlamentares situacionistas lançassem candidaturas avessas. Ou seja: se o pepessista e o presidente municipal do PP forem adversários na concorrência do Legislativo, Bayer se resguardaria e apoiaria a reeleição do atual presidente.

Fura-olho

Postado em 17 de outubro de 2018
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Pretenso presidente da Câmara Municipal de Tijucas em 2019, o vereador Vilson Natálio Silvino (PP) chamou o colega Juarez Soares (PPS) para um tête-à-tête. O progressista, que está na lista de sucessão do Legislativo para o próximo ano, quis saber se o confrade e atual presidente da Casa do Povo pretende seguir com os planos de reeleição, e, por consequência, quebrar a convenção preestabelecida entre os parlamentares governistas.

Soares não disse que sim, e tampouco que não. Prometeu apenas que Vilsinho será presidente da Câmara, e com seu apoio, se não em 2019, em 2020. O presidente municipal do PP calou, e preferiu confiar no acordo e no bom senso. Pois, então?!

Sem reeleição

Postado em 11 de outubro de 2018
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Partidos à parte, a classe política do Vale do Rio Tijucas vem lamentando a ausência do deputado estadual Serafim Venzon (PSDB) na lista de eleitos para a legislatura 2019-2022. É um dos mais frequentes parlamentares na região – sobretudo pela atuação, como urologista, em hospitais e clínicas do Vale –, tem apoios suprapartidários, e chegou a liderar as votações entre postulantes ao parlamento catarinense em Canelinha e Major Gercino. Mas ficou na 39ª posição geral, com 30.085 votos, e não conseguiu a reeleição.

Venzon, a propósito, emprega em seu gabinete, na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), a canelinhense Josiane Benevenute e a tijuquense Ana Maria Leal da Veiga, tamanha a identificação e o respeito à região. Entre perdas e danos, no entanto, o presidente do PSDB em Tijucas, empresário Thiago Peixoto dos Anjos, vem agradecendo sistematicamente aos eleitores locais, que confiaram ao parlamentar 1.318 votos – o segundo melhor resultado no Vale; abaixo, apenas, de São João Batista, que registrou 1.765 sufrágios para o médico brusquense.

Fascínio

Postado em 16 de agosto de 2018
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No pelotão de frente da campanha da ex-prefeita de Bombinhas e candidata a deputada estadual Ana Paula da Silva (PDT), o vereador Rudnei de Amorim (DEM), de Tijucas, parece seduzido. Não somente pelos predicados da ex-mandatária bombinense, mas também pela legenda que ela carrega.

Passarinho transparente jura que o parlamentar estaria considerando a migração para o PDT; e que já teria sondado alguns correligionários de Paulinha sobre o assunto. Ao Blog, porém, Amorim desconversou. Disse apenas que as eleições de 2020 serão diferentes –  em razão do fim das coligações proporcionais –, e que no DEM uma sugerida reeleição à Câmara Municipal poderia ser dificultada.

Mais que amigos

Postado em 24 de julho de 2018
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Foto: Divulgação

A inaudita Confraternização dos amigos do Professor Elói, sexta-feira (20), no CTG Fogão de Lenha, em Tijucas, juntou o útil e o agradável para o chefe do Executivo municipal. Festejado por mais de 500 presentes, o prefeito Elói Mariano Rocha (PSD) mostrou, outra vez, que trama a reeleição e que pretende incluir a “popularidade” no curriculum antes de 2020. E vem alcançando resultados satisfatórios nessa tarefa.

O evento contou, ainda, com uma surpresa. O embaixador – como é chamado internamente entre os caciques do governo municipal – Sérgio “Coisa Querida” Cardoso trouxe a ex-coordenadora da Escola do Legislativo, Marlene Fengler (PSD), para lançar, oficialmente, a candidatura a deputada estadual em Tijucas.

Embora o presidente do PSD tijuquense, Jilson José de Oliveira (D), houvesse garantido ao Blog que o encontro seria “apartidário, e sem relação com a administração municipal”, no fim das contas nem ele e nem ninguém conseguiu, e nem conseguiria, separar os políticos da sedutora e viciosa política.

De olho em 2020

Postado em 30 de abril de 2018
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Desde sábado (28), quando anunciou o reajuste salarial dos servidores municipais em 5% — embora o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) demandasse aumento de apenas 1,56% — na celebração ao Dia do Trabalhador, o prefeito Elói Mariano Rocha (PSD) vem recebendo cumprimentos e deferências de toda sorte por parte do funcionalismo público de Tijucas. E não somente pelo acréscimo nos vencimentos da classe, mas também pelos 31,6% de complemento no vale alimentação dos funcionários (que passou de R$ 152 para R$ 200).

A mensagem está no ar. Com asfalto para a população, valorização dos servidores municipais e composição do quadro político com dissidentes de legendas adversárias, Mariano Rocha começa a dar mostras muito claras de que o projeto reeleição entrou definitivamente na pauta.

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Nem mesmo os mais otimistas acreditavam que o prefeito Valério Tomazi (PMDB) pudesse vencer a pré-convenção do partido, em 26 de abril. O favorito, ex-prefeito Elmis Mannrich (PMDB), tinha o diretório nas mãos e contava com amplo prestígio na cúpula peemedebista, além de manter precisas relações na estrutura pública do município. A distância entre o vitorioso e o derrotado especialmente no quesito aptidão política ficou comprovada na abertura da urna. Das 54 indicações possíveis, o presidente do PMDB de Tijucas assegurou 34; e as outras 20 foram direcionadas ao atual chefe do Executivo municipal.

Os dois concorrentes adotaram estratégias peculiares nas abordagens aos convencionais. Mannrich se sustentou no carisma, na proximidade com os partidários, e pautou o discurso nas pesquisas de opinião pública a respeito da administração municipal vigente que, de acordo com os institutos contratados, trazia índices de reprovação aterradores. O prefeito, no entanto, em desvantagem, tentou marcar o território com advertências intimidadoras aos comissionados que participavam da executiva peemedebista. Nas reuniões do alto escalão do município, Tomazi era claro quanto às consequências que uma derrota na pré-convenção provocaria. Palavras como “exoneração”, “demissão” e “dispensa” passaram a ser repetidas sistematicamente nos corredores do paço, sempre acompanhadas de outras como “vingança” e “retaliação”.

Na véspera do pleito interno do PMDB, o chefe do Executivo municipal revisitou praticamente todos os membros do diretório. De um a um exceto daqueles que não dependiam do governo e haviam manifestado abertamente preferência por Mannrich , ele recebeu promessas de voto na pré-convenção. Se pelo menos a maioria mantivesse a palavra, a sequência do projeto de reeleição estava assegurada. No entanto, depois da abertura da urna, a confiança de outrora transformou-se em frustração e mágoa. Tomazi não perdeu apenas uma disputa partidária. Perdeu amigos, e sentiu no âmago o indecoroso pesar da traição. A temporada de caça às bruxas, contudo, estava oficialmente aberta.

Findadas as férias do prefeito que serviram fundamentalmente para articular a desejada vitória na pré-convenção , em 5 de maio, ele voltou ao trabalho. Durante o expediente, o clima era de apreensão. Tomazi não saiu do gabinete naquele dia. Às 17h, porém, os protestos incontidos da secretária de Finanças do município, Rosângela de Fátima Leal da Veiga, pelos corredores da prefeitura anunciavam que as ameaças estavam sendo cumpridas. Além dela, mais seis comissionados da estrutura municipal perderam o emprego naquela primeira chamada. Outras quatro cartas de exoneração foram entregues nos dias seguintes; e dezenas de nomes ainda permaneciam numa lista pessoal do mandatário tijuquense. Embora qualquer poste de Tijucas tivesse certeza que as demissões foram motivadas pelos desgastes da pré-convenção, o chefe do Executivo municipal tratava o assunto, nas entrevistas e incursões públicas, como atenção a um plano de contenção de despesas do município.

A prefeitura operava normalmente, mas com portas fechadas para Mannrich. O candidato a prefeito do PMDB era persona non grata nas seções da administração municipal desde o embate interno do partido. Tomazi, nos encontros seguintes com o funcionalismo em comissão, fazia novas advertências. “Se eu souber que alguém deu um prego, vai ter que pedir emprego lá no Imetro (autarquia estadual que o ex-prefeito presidia na época)” era uma delas. Não se pode dizer, no entanto, que o aviso servisse para os eleitores de ambos os postulantes ao cargo máximo do município. O professor Elói Mariano Rocha (PSD) era oficializado como candidato da oposição na concorrência majoritária e recebia, inclusive, a bênção do mandatário tijuquense. O prefeito chegou a apresentar o oposicionista, de gabinete em gabinete, no paço municipal, como representante do governo de Tijucas na corrida eleitoral de 2016.

As demissões de peemedebistas cessaram, mas alguns aliados da oposição passaram a receber espaço na administração municipal e, evidentemente, atuaram em favor de Mariano Rocha, ou pelo menos impediram que a máquina pública fosse usada em benefício de Mannrich. A guerra declarada entre o prefeito e seu antecessor trouxe consequências violentas ao PMDB e seu projeto de manutenção do poder. O candidato do partido remava exaustivamente contra uma corrente chamada “mudança”, e não suportou quando o principal tripulante decidiu abandonar o barco.

Um: O rompimento com o PT

Postado em 4 de outubro de 2016
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Da série “Os 15 motivos”  onde o blog, num trabalho de pesquisa, memória e coleta exclusiva, pretende fundamentar os equívocos capitais do PMDB de Tijucas, desde a retomada do poder, que culminaram na acabrunhante derrota de domingo (2) , segue o primeiro capítulo:

Vereador por três legislaturas consecutivas, o advogado Elmis Mannrich (PMDB), ainda que não fosse unanimidade nas bases do partido, conquistou a prefeitura em 2004, numa virada extraordinária sobre Uilson Sgrott (PFL), que concorria à reeleição e ostentava favoritismo absoluto. Fragilizado e dividido, o PMDB passava por sérias divergências internas e sofria com a falta de crédito e apoio econômico. O candidato a vice-prefeito na chapa, advogado Roberto Vailati (PT), trouxe, além da militância petista que começava a se fortalecer em Tijucas pela popularidade incontestável do presidente da República à época, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os primeiros indícios de aporte financeiro à campanha. Outros reforços de caixa foram conquistados no decorrer da caminhada pela atuação ora temerária do advogado Marcio Rosa, que presidia o partido no município e assumiu todos os riscos. Às 17h do dia 3 de outubro daquele ano, a cidade ficou verde.

Mannrich iniciou o governo na primeira manhã de 2005 com grandes expectativas. E não decepcionou. Comparado ao antecessor, que teve gestão contestada inclusive pelos correligionários, o prefeito do PMDB não tardou a cair nas graças dos munícipes com ações animadoras e obras públicas de grande aprovação popular. Os recursos federais passaram a ser presentes e frequentes em Tijucas, e reza a lenda que Vailati, o vice-prefeito, tenha méritos significativos nesse processo.

Tudo caminhou às mil maravilhas até a metade do mandato. Com expressiva aceitação entre os tijuquenses, o prefeito e o então procurador geral do município, Marcio Rosa, decidiram e convenceram a cúpula do partido que descumpririam o compromisso firmado com o vice-prefeito dois anos antes de que Vailati seria o candidato a prefeito em 2008 com Mannrich como vice , e que caminhariam para a reeleição com ou sem o PT. Havia, inclusive, um documento assinado pelas lideranças dos dois partidos, que, no fim das contas, de nada valeu. O adjunto anunciou o rompimento com o PMDB, contou a perfídia aos jornais, e todos os petistas, um a um, foram deixando os cargos que ocupavam na administração municipal.

Desde então, Mannrich e o PMDB deram à luz um inimigo mortal. Roberto Vailati e o PT começavam, naquele momento, uma força-tarefa para arrancar os periquitos do poder. Domingo (2 de outubro de 2016), uma década depois, eles finalmente conseguiram.