domingo, 24 de novembro de 2024 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Dois: A ressurreição de Lázaro

Postado em 5 de outubro de 2016
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Candidato a vice-prefeito vencido nas eleições de 2004 pelo PSDB, o genuinamente cola-branca Luiz Rogério da Silva passou os três anos seguintes em Brasília, como assessor do então deputado federal Djalma Berger. À época no emergente PSB, ele recebeu um convite inusitado: disputar as eleições municipais de Tijucas como candidato a vice-prefeito do ex-adversário Elmis Mannrich (PMDB), que iria à reeleição. As indicações partiram do ex-prefeito Nilton “Gordo” Fagundes, que se alinhava fortemente à administração municipal, e da então secretária de Educação, Elizabete Mianes da Silva. As costuras começaram na Câmara, com o vereador Sérgio Murilo Cordeiro, que ainda era oposição e muito próximo de Rogerinho. Gordo e Bete sustentavam que dificilmente perderiam a eleição se os dois líderes oposicionistas fossem aliados naquela feita.

Mannrich e o PMDB tiveram a primeira chance de anular dois dos seus principais adversários. Mas preferiram oxigenar a carreira política de Silva e dar guarida a Cordeiro, que anunciava aos quatro ventos suas diferenças com o PT e com Roberto Vailati, candidato no pleito majoritário pela oposição em 2008. A dupla Elmis & Rogerinho venceu, com a maior diferença de votos da história (6.252), a eleição pela prefeitura de Tijucas; e Serginho recebeu, a partir de 2009, como prêmio pela lealdade na campanha, o comando da Secretaria Municipal de Saúde, para desgosto nefando dos peemedebistas históricos. O abrigo, com pompa e circunstância, aos ex-adversários – um na vice-prefeitura e outro numa das principais pastas do governo –, passou a ser um problema que o prefeito e a cúpula do partido se obrigaram a administrar desde então. O desconforto, de parte a parte, era nítido.

Eleita pela primeira vez à Câmara Municipal, a professora Lialda Lemos (PSDB), que se transformaria na mais severa crítica dos governos peemedebistas nos últimos tempos, escolheu sua primeira vítima naquela legislatura. Dela, o então vice-prefeito recebeu a alcunha de Lázaro, o personagem bíblico ressurgido da morte.

Rogerinho se reergueu. Serginho seguiu forte. Ambos certamente têm gratidão à assistência do PMDB numa das fases decisivas das suas carreiras públicas; e domingo (2 de outubro de 2016), de volta às suas origens, foram respectivamente responsáveis pelo marketing e pela coordenação geral da campanha do professor Elói Mariano Rocha (PSD), vitorioso na mais catastrófica participação dos periquitos nas eleições majoritárias de Tijucas.

Bate e rebate

Postado em 5 de outubro de 2016
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Ainda no domingo (2), enquanto Elmis Mannrich (PMDB) lamentava a derrota nas eleições de Tijucas, a engenheira florestal Valéria Tomazi, filha do prefeito Valério Tomazi (PMDB), publicava no Facebook que “Pior do que perder uma convenção, é perder uma eleição”, e finalizava a postagem com a frase “Agora, senta e chora!”.

A resposta não tardou. O perfil Antes Depois Tijucas, que impulsionava a campanha de Mannrich nas redes sociais, rebateu: “Só uma coisa a dizer sobre este comentário: o PMDB perdeu a eleição por causa do teu pai, que pediu para ser ruim e abusou. Incompetente!”. Pois, então?!

Arte solidária

Postado em 5 de outubro de 2016
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Arte: Divulgação

Dois trios musicais, dois artistas fotográficos, um poeta e um clube de disc jockeys inteiram a programação do I Sarau Beneficente em prol do Lar Santa Maria da Paz, de Tijucas. No próximo dia 20, com início às 20h30, o Magnata’s Bar é palco dos shows de Música Orgânica e Tio Gui, além das exposições fotográficas de Isadora Manerich e Emerson Leal, da “poesia no varal” proposta por Thiago Furtado e da discotecagem do Clube do Vinil.

Os ingressos custam alimentos não perecíveis ou utensílios de higiene pessoal, que serão integralmente repassados aos estimados hóspedes do nosso elogiável abrigo de idosos.

Um: O rompimento com o PT

Postado em 4 de outubro de 2016
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Da série “Os 15 motivos”  onde o blog, num trabalho de pesquisa, memória e coleta exclusiva, pretende fundamentar os equívocos capitais do PMDB de Tijucas, desde a retomada do poder, que culminaram na acabrunhante derrota de domingo (2) , segue o primeiro capítulo:

Vereador por três legislaturas consecutivas, o advogado Elmis Mannrich (PMDB), ainda que não fosse unanimidade nas bases do partido, conquistou a prefeitura em 2004, numa virada extraordinária sobre Uilson Sgrott (PFL), que concorria à reeleição e ostentava favoritismo absoluto. Fragilizado e dividido, o PMDB passava por sérias divergências internas e sofria com a falta de crédito e apoio econômico. O candidato a vice-prefeito na chapa, advogado Roberto Vailati (PT), trouxe, além da militância petista que começava a se fortalecer em Tijucas pela popularidade incontestável do presidente da República à época, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os primeiros indícios de aporte financeiro à campanha. Outros reforços de caixa foram conquistados no decorrer da caminhada pela atuação ora temerária do advogado Marcio Rosa, que presidia o partido no município e assumiu todos os riscos. Às 17h do dia 3 de outubro daquele ano, a cidade ficou verde.

Mannrich iniciou o governo na primeira manhã de 2005 com grandes expectativas. E não decepcionou. Comparado ao antecessor, que teve gestão contestada inclusive pelos correligionários, o prefeito do PMDB não tardou a cair nas graças dos munícipes com ações animadoras e obras públicas de grande aprovação popular. Os recursos federais passaram a ser presentes e frequentes em Tijucas, e reza a lenda que Vailati, o vice-prefeito, tenha méritos significativos nesse processo.

Tudo caminhou às mil maravilhas até a metade do mandato. Com expressiva aceitação entre os tijuquenses, o prefeito e o então procurador geral do município, Marcio Rosa, decidiram e convenceram a cúpula do partido que descumpririam o compromisso firmado com o vice-prefeito dois anos antes de que Vailati seria o candidato a prefeito em 2008 com Mannrich como vice , e que caminhariam para a reeleição com ou sem o PT. Havia, inclusive, um documento assinado pelas lideranças dos dois partidos, que, no fim das contas, de nada valeu. O adjunto anunciou o rompimento com o PMDB, contou a perfídia aos jornais, e todos os petistas, um a um, foram deixando os cargos que ocupavam na administração municipal.

Desde então, Mannrich e o PMDB deram à luz um inimigo mortal. Roberto Vailati e o PT começavam, naquele momento, uma força-tarefa para arrancar os periquitos do poder. Domingo (2 de outubro de 2016), uma década depois, eles finalmente conseguiram.

Números e votos

Postado em 4 de outubro de 2016
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As pesquisas pré-eleitorais que mantinham o vice-prefeito Eloir João Reis (PSDB) no topo das intenções de voto em Canelinha não se confirmaram nas urnas. Juntou-se ao processo aquele evidente desconforto do prefeito Antônio da Silva (PP) com a candidatura do adjunto embora viesse ser coordenador da campanha situacionista mais tarde e a inexpressiva participação do PP nas eleições.

O ex-prefeito Moacir Montibeller (PMDB) soube ser água mole em pedra dura; venceu pela insistência, e vem para o quarto mandato na Cidade das Cerâmicas depois de 12 anos.

Perde e volta

Postado em 4 de outubro de 2016
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Passadas as eleições em Tijucas, o candidato a prefeito vencido Elmis Mannrich (PMDB) deve retornar à presidência do Imetro/SC, autarquia do Governo Estadual que comandou até o prazo de desincompatibilização, no início de junho. Na cadeira desde então, a atual presidente, Elizabete Baesso, inclusive, estaria ciente dessa negociação quando assumiu o cargo.

Assistente da presidência e organizadora da campanha de Mannrich no pleito municipal, Flávia Fagundes esteve em férias nos últimos 30 dias e também volta ao posto.

Rápido e rasteiro

Postado em 4 de outubro de 2016
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Foto: Léo Nunes

O prefeito Valério Tomazi (PMDB) teve protagonismo discreto nestas eleições. Votou às 10h30 da manhã de domingo (2), no Cruz e Sousa, e, minutos depois, desapareceu.

Entre a urna e a volta para casa, o chefe do Executivo tijuquense recebeu cumprimentos e interpelações de eleitores, em sua maioria peemedebistas. As conversas foram curtas.

Lágrimas a mais

Postado em 3 de outubro de 2016
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Tristes coincidências à parte, há que se registrar o falecimento, no dia em que o PMDB sofreu um dos seus maiores reveses em Tijucas, do ex-prefeito Rubens Barreto, um dos fundadores do partido no município. Binho, como era conhecido popularmente, governou a Capital do Vale entre 1989 e 1992, e, desde então, nunca mais concorreu novamente a cargos eletivos. Sua última incursão na vida pública deu-se no governo de Uilson Sgrott (DEM), entre 2001 e 2004, quando assumiu a superintendência da FME (Fundação Municipal de Esportes).

Dentista de longa carreira fui um dos seus pacientes, inclusive –, ele estava com 68 anos. Bastante debilitado, despediu-se da vida ontem, em Florianópolis, onde estava internado há algum tempo.

Mudou

Postado em 3 de outubro de 2016
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Tijucas comprou o conceito de que “mudar faz bem” e realmente guinou. Num dos mais acachapantes triunfos da história das eleições municipais, o professor Elói Mariano Rocha (PSD) e o policial rodoviário federal aposentado Adalto Gomes (PT) desbancaram o ex-prefeito Elmis Mannrich (PMDB) e o vereador Edson Souza (PMDB) no pleito majoritário e conquistaram, clara e expressivamente, o direito de governar o município pelos próximos quatro anos.

Os colas-brancas, que votaram 25 e duas vezes 13 nas últimas três eleições dominadas pelos periquitos, encontraram aconchego no 55 número que recebeu a segunda maior audiência de todos os tempos nas concorrências eleitorais da Capital do Vale. A excessiva diferença no placar (2.982 votos) não deixa dúvidas: a esperança por novos acertos suplantou os recorrentes erros da situação, tanto nas últimas gestões quanto na recente campanha do PMDB.

Tribunal lotado

Postado em 30 de setembro de 2016
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Baseada em denúncia ao Ministério Público formalizada pela vereadora Lialda Lemos (PSDB) hoje aliada do ex-prefeito e novamente candidato na concorrência majoritária Elmis Mannrich (PMDB) e também testemunha no caso, a juíza Monike Silva Póvoas Nogueira, titular da Segunda Vara Cível de Tijucas, determinou, ontem, abertura da ação civil pública que apura supostas irregularidades em licitações durante as gestões 2005-2008 e 2009-2012.

De acordo com os autos, os valores envolvidos auferem a casa dos R$ 400 mil.

Em contrapartida, advogados da coligação “Experiência e Trabalho” ajuizaram, na mesma data, pedidos de cassação de candidatura contra Elói Mariano Rocha (PSD), Adalto Gomes (PT), Elizabete Mianes da Silva (PSD) e José Leal da Silva Júnior (PSD) por supostas violações na Lei Eleitoral como abuso do poder de autoridade e condutas vedadas a agentes públicos em campanhas, utilização indevida de meios de comunicação e captação ilícita de sufrágios com abuso de poder econômico.