Efeitos de uma terceira via no poder são constatados diuturnamente em Canelinha. Jamais se imaginou, em passato remoto, que líderes do PP e do MDB pudessem se frequentar com tamanha intimidade como tem ocorrido nos últimos meses. Greis que historicamente se combateram, e que eram adversas em toda e qualquer situação, hoje comungam fraternamente em torno da mesma mesa. Não raro se vê — sobretudo em registros fotográficos, disseminados propositalmente em grupos de conversação online — figuras como Neli Ferreira, Antônio da Silva, Eduardo Furtado e Eloir “Lico” Reis entre sorrisos e afagos recíprocos.

A claque da barafunda aguarda ansiosamente os ensejos de 2024, quando, mais uma vez, a Cidade das Cerâmicas entra em contenda eleitoral. Os alaridos da plateia projetam um futuro nunca divagado: de que estarão todos no mesmo palanque, juntos e misturados, na contramão do prefeito Diogo Francisco Alves Maciel e seu mantra da “nova política”. Pois, então?!

A bancada do MDB na Câmara Municipal de Canelinha indicou o ex-vice-prefeito Édson Orsi (MDB) como benemérito da Medalha “Prefeito Arthur Adolfo Jachowicz”, entregue ontem em sessão solene no Legislativo municipal. Muito embora ele não fosse a primeira escolha. Os vereadores emedebistas queriam que o ex-prefeito Moacir Montibeler (MDB) recebesse o galardão, mas ele, novamente, não aceitou. É a segunda vez que o ex-mandatário canelinhense recusa a honraria.

No bastidor político da Cidade das Cerâmicas se diz que Montibeler refuga a medalha em razão da rivalidade histórica, especialmente no campo eleitoral, com a família Jachowicz no município; mas há, também, os que garantem que o ex-prefeito apenas não goste da exposição, dos holofotes e das frivolidades, mais ainda quando não esteja ocupando qualquer cargo. Pois, então?!

Como de hábito, a Câmara Municipal de Canelinha vai homenagear, amanhã, em sessão solene, personalidades do município com a Medalha Mérito “Prefeito Arthur Adolfo Jachowicz”. E o evento, pelos nomes aprovados, promete ser um dos mais ecléticos dos últimos tempos.

O pai do prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (sem partido), contabilista Cidney Nery Maciel, é um dos que recebem a honraria. Os outros são o ex-prefeito Antônio da Silva (PP), que governou a Cidade das Cerâmicas entre 2009 e 2016, e o ex-vice-prefeito Édson Orsi (MDB), que esteve ao lado de Moacir Montibeler (MDB) no Executivo canelinhense durante a gestão passada. De fora dessa salada mista, estão, entretanto, o médico Marco Antônio Rodrigues e a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Canelinha.

Presidente da Câmara Municipal e líder do governo no Legislativo tijuquense, o vereador Rudnei de Amorim (PSD) articula o apoio do prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD) para a deputada estadual Ana Paula da Silva (sem partido), que deve concorrer à reeleição em 2022. O chefe do Executivo tijuquense foi uma das personalidades presentes no “Encontro de Líderes”, que a parlamentar promoveu em Canelinha no mês passado, e chegou a prometer publicamente, sábado (7), durante entrega de obras em Tijucas, que ajudaria a ex-prefeita de Bombinhas no pleito que se avizinha.

Mariano Rocha, no entanto, tem compromisso assumido com o ex-prefeito de São João Batista, Daniel Netto Cândido (sem partido), para a próxima corrida à Assembleia Legislativa. Situação semelhante à de 2018, quando, mesmo com apoio declarado à então candidata a deputada estadual Marlene Fengler (PSD), o mandatário tijuquense destacou membros do colegiado e vereadores da base para a campanha de Paulinha.

Foto: Divulgação

Se tem alguém que não abre mão de apoiar o governador Carlos Moisés da Silva (sem partido) na campanha à reeleição, é o prefeito de Canelinha, Diogo Francisco Alves Maciel (sem partido). O compromisso ficou evidente em camisetas com a hashtag #fechadocomMOISES estampada, que o mandatário canelinhense mandou confeccionar e que distribuiu — inclusive para o chefe do Executivo estadual e para a primeira-dama Késia Martins da Silva — no encontro de líderes promovido pela deputada estadual Ana Paula da Silva (sem partido) na Cidade das Cerâmicas, há duas semanas.

 

Alves Maciel, que deixou o PSL a pedido do governador recentemente, tem motivos de sobra para ser fiel a Moisés. Afinal, Canelinha jamais recebeu tantos recursos estaduais como nos últimos meses. Somadas, as contemplações superam a casa dos R$ 12 milhões.

O prefeito de Major Gercino, Valmor Pedro Kammers (PSL), fugiu à regra. No encontro com o governador Carlos Moisés da Silva (sem partido), sábado (23), no CTG Fazenda Silva Neto, não se intimidou com a presença da promotora do evento, deputada estadual Ana Paula da Silva (sem partido), e reiterou que para o parlamento catarinense, em 2022, apoiaria o ex-prefeito de São João Batista, Daniel Netto Cândido, atual secretário adjunto de Estado do Desenvolvimento Social.

Paulinha argumentou, ainda, que se contentaria em ser “suplente” nas intenções do mandatário majorense no próximo pleito estadual. Kammers, entretanto, não fraquejou. E disse ao governador, inclusive, que Cândido é quase da família. “É casado com uma prima minha”, revelou.

Assim que o governador Carlos Moisés da Silva (sem partido) iniciou o discurso, sábado (23), no CTG Fazenda Silva Neto, em Canelinha, foi interrompido. A bateria de fogos de artifício que retumbou às voltas do salão impediu que o chefe do Executivo catarinense seguisse palestrando. E no momento, na lotada plateia, vieram os aplausos.

A surpresa foi encomendada pelo contabilista Cidney Nery Maciel, pai do prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (sem partido). Evidentemente, em gratidão aos R$ 12 milhões em recursos estaduais para obras de infraestrutura que a Cidade das Cerâmicas recebeu recentemente. O mandatário canelinhense, a propósito, era um dos mais festivos — e festejados — no encontro.

O saldo do encontro de lideranças que a deputada estadual Ana Paula da Silva (sem partido) promoveu sábado (23), no CTG Fazenda Silva Neto, em Canelinha, foi amplamente positivo. Tanto para ela quanto para o governador Carlos Moisés da Silva (sem partido), as duas figuras centrais do evento.

No salão, estiveram prefeitos e vice-prefeitos, secretários municipais, além do secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, e vereadores — muitos, de todos os partidos e de dezenas de municípios catarinenses —, todos apoiadores declarados ou propensos a encorparem as campanhas de reeleição da parlamentar e do chefe do Executivo estadual no pleito de 2022.

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POPULARIDADE

Paulinha e Moisés estiveram lado a lado o tempo inteiro. Especialmente depois dos discursos e painéis apresentados. Se conseguiram almoçar, ninguém sabe. Desde às 13h, quando terminaram os compromissos no pavilhão, passaram a atender às centenas de presentes em área aberta do CTG, um a um, sem pressa.

Quinta deputada estadual mais votada do pleito e governador eleito com 71% dos votos em 2018, ambos, se tinham intenção de conquistar adeptos ou pelo menos manter o eleitorado na região, certamente cumpriram a tarefa com muito êxito.

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MÃO ABERTA

Mas, se receberam cumprimentos e afagos, também deixaram o CTG lotados de pedidos. Afinal, onde estão, juntos, prefeitos, vereadores e uma deputada estadual e o governador do Estado, estarão, obviamente, os pleitos dos municípios.

A parlamentar, portanto, já programa novas visitas com o chefe do Executivo catarinense ao Vale do Rio Tijucas e outras regiões representadas no evento — desta vez, sem muito alarde — para tratar especialmente destes temas. Moisés tem sido um dos governadores mais generosos da história com os municípios, e, se depender de Paulinha, que conhece o meandro político como ninguém, os rescaldos do encontro são promissores.

A deputada estadual Ana Paula da Silva (sem partido) promove, amanhã, no CTG Fazenda Silva Neto, em Canelinha, um encontro de lideranças regionais. Entre os convidados mais aguardados, e que já confirmou participação no evento, está o governador Carlos Moisés da Silva (sem partido).

A presença do chefe do Executivo estadual não é por acaso. Ele e Paulinha, que, inclusive, foi líder do governo na Assembleia Legislativa, criaram laços muito fortes nos últimos anos. A parlamentar, a propósito, assumiu praticamente sozinha a defesa de Moisés no período mais crítico da gestão — quando o governador foi acusado de participar da compra fraudulenta de aparelhos respiradores pelo Estado e chegou a perder o cargo. A hora, agora, é de retribuir.

A atuante — vezes heroica, para se manter — Rede Feminina de Combate ao Câncer celebra hoje 60 anos de atividades em Santa Catarina. Começou por Blumenau, em 1961, e hoje está presente em 70 municípios, com participação de 4 mil voluntárias, responsáveis por cerca de 100 mil atendimentos a cada ano.

Vale dizer, a propósito, que a presidente estadual da entidade, nesta tão importante passagem, é a canelinhense radicada em São João Batista, Maria Círia Aragão Zunino.