sábado, 23 de novembro de 2024 VALE DO RIO TIJUCAS E COSTA ESMERALDA

Quatro: O partido em duas frentes

Postado em 7 de outubro de 2016
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Em meados de 2011, o PSD ressurgia pelas mãos do economista e engenheiro civil Gilberto Kassab, então prefeito de São Paulo. O partido reestreava forte na política nacional, repleto de importantes adesões. Uma das mais relevantes vinha de Santa Catarina: a família Bornhausen deixava o DEM para encorpar a nova bandeira. Na mesma época, a controversa Tríplice Aliança governava o Estado sem oposição e aproximava os Bornhausen do PMDB de Luiz Henrique da Silveira. Fatos que, somados a outras situações, salientavam as conexões entre o prefeito de Tijucas, Elmis Mannrich (PMDB), e o então deputado federal Paulo Bornhausen, principal articulador do recente PSD no território barriga-verde. A relação entre ambos tornou-se tão agradável que não tardou para firmarem um acordo: o candidato a vice-prefeito do PMDB nas eleições majoritárias de 2012 em Tijucas seria um peessedista.

As opções ainda eram escassas na Capital do Vale. O partido começava a se estruturar no prestígio do engenheiro Sérgio Fernandes Cardoso  que, naquela feita, era o tijuquense mais próximo do herdeiro Bornhausen – e contava, na ocasião, com apenas alguns seguidores. O empresário Jilson José de Oliveira e o vereador Ailton Fernandes, que cumpria a quinta legislatura consecutiva, estavam entre eles. O parlamentar, em princípio, ficou pré-selecionado; porque era comedido na Câmara, não fazia oposição severa ao PMDB e gozava de situação econômica interessante à futura campanha.

Mannrich estava no segundo mandato e não poderia mais concorrer no pleito majoritário. O então vereador Valério Tomazi (PMDB) ostentava favoritismo entre os peemedebistas para a sucessão municipal, e a proposta passou a ser apresentada em reuniões diversas com Paulo Bornhausen em Florianópolis. Os encontros eram sempre acompanhados pelo presidente municipal do partido à época, advogado Marcio Rosa. Naquele mesmo ano, havia cerca de 16 meses das eleições, a dupla Valério & Ailton estava chancelada.

Rosa, no entanto, embora houvesse concordado com tudo na ocasião, passou a considerar a candidatura a prefeito. Recebia estímulos diversos dos amigos, dos funcionários do Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto) autarquia que comandava naquela gestão e de muitos correligionários. Era o presidente do PMDB no município e acreditava que pudesse se impor internamente. Começou, então, a articular a ideia; mesmo que não tratasse abertamente do assunto com o prefeito. Mannrich, por sua vez, sabia das movimentações apenas por terceiros, mas fazia questão de não querer acreditar. Até que quatro meses antes do pleito, no fim do prazo de desincompatibilização para as eleições majoritárias de 2012, a carta de renúncia ao cargo de diretor do Samae chegou à mesa do chefe do Executivo municipal.

Os amigos tornaram-se rivais. As discussões não cessaram. Numa delas, no primeiro gabinete do paço, os gritos ecoaram pelos corredores; e secretários e partidários saíam e entravam freneticamente na sala, nervosos. Elmis Mannrich e Marcio Rosa estavam em lados opostos pela primeira vez desde 2004. O prefeito queria cumprir o compromisso com Tomazi e Bornhausen; o presidente do partido queria o apoio do amigo, com quem era unha e carne, e a quem ajudou, e muito, a eleger oito anos atrás. Mas não houve entendimento. As linhas do PMDB, naquele momento, eram duas. E seguiriam assim para a pré-convenção do partido, semanas depois.

Valério Tomazi e Marcio Rosa travaram uma disputa instigante, voto a voto, no diretório do partido. Ao fim da contagem, para alívio de Mannrich, o vereador levou a melhor. Três votos separaram o vitorioso do derrotado. Uma das alas do PMDB de Tijucas comemorava e a outra lamentava. Enquanto o presidente caminhava, cabisbaixo, para a saída do CTG Fazenda Eliane, onde ocorreu a pré-convenção, a sonorização do evento lançou a clássica “Vou Festejar”, de Beth Carvalho, com o famoso verso “Vou festejar / o teu sofrer / o teu penar”. Era a gota d’água.

O comandante do PMDB, naquelas eleições, não ficou em Tijucas. Assumiu a coordenação de campanha de Sandra Regina Eccel (PMDB) em Nova Trento; mas a família, especialmente mulher e filhos, eram frequentes nas carreatas e comícios da oposição na Capital do Vale. Tomazi venceu nas urnas, sem o presidente do partido nos palanques e na campanha. Depois disso, não houve mais contato, sequer cumprimento, entre Mannrich e seu ex-amigo. Rosa tornou-se opositor a partir de 2013. Assumiu a presidência do PSDB e, mais tarde, filiou-se ao PSD com expectativas muito claras de candidatura a prefeito em 2016 e desforra contra a cúpula periquita.

Como mostra a história recente, Elói Mariano Rocha disputou as eleições deste ano pelo PSD. Preterido entre os colas-brancas e desmedidamente chateado, Marcio Rosa refez, depois de quatro anos, a amizade com Elmis Mannrich. Voltou para casa depois de encabeçar um período de oposição feroz às suas origens. Nesse tempo, transformou muitos periquitos em canários e tucanos; denunciou práticas controversas de ex-aliados a órgãos judiciais; reprovou publicamente, pela imprensa ou nas rodas sociais, condutas de gestões peemedebistas passadas, enfim… O ex-presidente do PMDB voltou, mas também deixou um rastro de destruição pelo caminho. Domingo (2 de outubro de 2016), ele estava lá, tentando desfazer o passado e construir um novo futuro. Não deu tempo.

Bate e rebate

Postado em 5 de outubro de 2016
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Ainda no domingo (2), enquanto Elmis Mannrich (PMDB) lamentava a derrota nas eleições de Tijucas, a engenheira florestal Valéria Tomazi, filha do prefeito Valério Tomazi (PMDB), publicava no Facebook que “Pior do que perder uma convenção, é perder uma eleição”, e finalizava a postagem com a frase “Agora, senta e chora!”.

A resposta não tardou. O perfil Antes Depois Tijucas, que impulsionava a campanha de Mannrich nas redes sociais, rebateu: “Só uma coisa a dizer sobre este comentário: o PMDB perdeu a eleição por causa do teu pai, que pediu para ser ruim e abusou. Incompetente!”. Pois, então?!

Rápido e rasteiro

Postado em 4 de outubro de 2016
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Foto: Léo Nunes

O prefeito Valério Tomazi (PMDB) teve protagonismo discreto nestas eleições. Votou às 10h30 da manhã de domingo (2), no Cruz e Sousa, e, minutos depois, desapareceu.

Entre a urna e a volta para casa, o chefe do Executivo tijuquense recebeu cumprimentos e interpelações de eleitores, em sua maioria peemedebistas. As conversas foram curtas.

Ataque e defesa

Postado em 22 de setembro de 2016
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O período de neutralidade do prefeito Valério Tomazi (PMDB) terminou. Passarinho transparente conta que o chefe do Executivo municipal arregaçou as mangas e entrou com os dois pés na campanha eleitoral de Tijucas. Algumas famílias próximas do alcaide, inclusive, já estão recebendo visitas, telefonemas e pedidos de apoio.

Tomazi calçou as chuteiras, deixou o vestiário e está em campo. Surpreendentemente – ou não –, desta vez, e especialmente nessa partida, tem vibrado mais com os gols contra. Hum…

Prefeitura neutra

Postado em 2 de setembro de 2016
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O prefeito Valério Tomazi conteve as agitações típicas da época nos corredores do paço municipal ao promover uma conversa franca com colegiados e servidores mais próximos. Revelou que, apesar de magoado, segue firme no PMDB, mas que não estará em palanques políticos nestas eleições e que prefere manter a neutralidade.

Depois, estabeleceu que estão terminantemente proibidas quaisquer manifestações eleitoreiras – sejam por adesivos, bottons ou santinhos – nas dependências da prefeitura de Tijucas até 2 de outubro.

Troca-troca

Postado em 31 de agosto de 2016
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O comando da Saúde de Tijucas passa por nova mudança nos próximos momentos. É a quarta vez em 44 meses do governo Valério Tomazi (PMDB). A pasta, administrada inicialmente por Rosicler Furtado, também esteve sob ordens do vereador Luiz Rogério da Silva (PSD) e da psicóloga Adriana Porto Faria antes de ser gerida pelo atual secretário, o dentista Roberto José Souza Zytkuewisz.

Aos mais próximos, Beto conta que está deixando o cargo para poder participar mais ativamente do processo político-eleitoral na cidade. O prefeito, por sua vez, estaria justificando a mudança com as seguidas reclamações de desinteresse e inatividade na gestão do departamento. A ex-secretária Rosicler Furtado deve reassumir o posto a partir de amanhã.

Ferida aberta

Postado em 17 de agosto de 2016
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Apesar dos esforços do empresário Neri Martins para reconciliar o prefeito Valério Tomazi (PMDB) e o candidato do PMDB na concorrência majoritária, Elmis Mannrich – as duas principais figuras do partido em Tijucas na atualidade –, a ideia não agrada parte do diretório municipal.

“Ele machucou muita gente do PMDB”, justificou um periquito com status de comando ao blog antes de rechaçar a hipótese de ter o chefe do Executivo municipal nos palanques de campanha.

Reconciliação

Postado em 11 de agosto de 2016
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O ex-vereador e empresário Neri Martins estaria encabeçando uma força-tarefa no PMDB de Tijucas pelo entendimento do prefeito Valério Tomazi com o candidato do partido à sucessão municipal, ex-prefeito Elmis Mannrich. O mediador goza de excelente relação com ambos, e viria tentando promover a reaproximação sistematicamente.

No ninho periquito, alguns partidários já dão como certa a presença do chefe do Executivo nos palanques de Mannrich em breve. Os opositores, que têm em Tomazi uma série de garantias de apoio, não acreditam que aconteça.

Uma vela, dois santos

Postado em 8 de agosto de 2016
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A presença do vice-prefeito de Tijucas, empresário Ailton Fernandes (PSD), sexta-feira (5), na convenção municipal do PMDB, causou surpresa. Tudo porque ele esteve com os correligionários do PSD na noite anterior; e bastante comemorado no evento que homologou as candidaturas majoritárias e proporcionais dos oposicionistas.

O professor Elói Mariano Rocha, candidato a prefeito pelo PSD, falou, quinta-feira (4), do carinho e consideração que dedica ao adjunto tijuquense.

Pelo candidato do PMDB, Fernandes teria gratidão. Afinal, é vice-prefeito por indicação de Elmis Mannrich, que coordenou a campanha de Valério Tomazi (PMDB) em 2012.

Décima segunda

Postado em 2 de agosto de 2016
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Diretora da Creche Mãe Aurora havia 12 anos, a professora Valdirene de Andrade recebeu a carta de exoneração hoje pela manhã. Se considerados os motivos aparentes, é a 12ª demissão de apoiadores declarados do ex-prefeito Elmis Mannrich (PMDB) que estejam servindo à estrutura municipal.

Bastou que a professora comunicasse à secretária municipal de Educação, Lorena de Oliveira Silva, que participaria ativamente da campanha de Mannrich para, em seguida, ser chamada ao Departamento Pessoal da prefeitura. O prefeito Valério Tomazi (PMDB), pelo que parece, continua cumprindo as ameaças.