O prefeito Pedro Alfredo Ramos (MDB), de São João Batista, não obteve êxito no projeto de reeleição. Passados oito dias do revés, o mandatário publicou uma carta direcionada aos eleitores e cidadãos batistenses.
No texto, Pedroca agradece aos 3.327 votos recebidos no último domingo (6). “Certeza do dever cumprido e a satisfação de ter trabalhado com seriedade e honestidade pelo bem de nossa cidade. São os maiores sentimentos que levamos deste ciclo”, escreveu o prefeito.
O mandatário ainda se comprometeu a finalizar os projetos em andamento, até o término do mandato, em 31 de dezembro, e garantir uma “transição organizada” ao sucessor, Juliano Peixer (UNIÃO).
PASSAGEM
O Blog apurou que o responsável pela transição, por parte da atual administração, será o secretário de Infraestrutura e braço direito do prefeito, Gélio de Oliveira, que nutre relação de amizade com Peixer.
O projeto de reeleição do prefeito Joel Orlando Lucinda, de Porto Belo, terá uma das maiores e mais pomposas coligações da história política do município. Além do MDB, partido onde foi eleito, o mandatário soma as adesões de PL, PP, PSDB, REPUBLICANOS, PDT e UNIÃO BRASIL.
Destaque, a propósito, para o PL, que indicará novamente o vice-prefeito Ailto Neckel de Souza para a composição com Lucinda. A nova candidatura da dupla será apreciada pelos representantes das legendas, logo mais, em convenção.
A conjuntura, a propósito, não é uma novidade. Em 2016, o então candidato a prefeito Emerson Stein – hoje deputado estadual -, disputou as eleições com o liberalista Elias Cabral e repetiu a dose em 2020, em exitosa campanha de reeleição.
As digitais do parlamentar portobelense também aparecem na construção atual, já que Stein atuou ativamente ao lado de seu sucessor na organização do time governista para o pleito de outubro.
As pesquisas quantitativas e qualitativas são o termômetro de qualquer postulação pré-eleitoral, e determinam quem chega ao pleito com chances de êxito. As métricas das opiniões do eleitorado, potencial de votos e rejeição, neste momento, decidem, além dos nomes, as estratégias que os partidos e coalizões devem adotar.
Embora as definições estejam marcadas apenas para as convenções, 45 dias antes do pleito, em Tijucas tanto situação quanto oposição têm uma certeza: o ex-prefeito Elmis Mannrich (MDB) vem liderando o quadro desde que as empresas de estatísticas passaram a atuar na cidade.
E, apesar da propaganda desconcertante ao rival, mesmo os governistas admitem que este, na atualidade, seria o ponto de combate. Ter “melhores chances depois do Elmis” se transformou em discurso corriqueiro para os demais pretendentes ao pleito majoritário.
Para os estudiosos, Mannrich se vale do recall – foi prefeito por dois mandatos consecutivos e atuou decisivamente na vitória do sucessor, Valério Tomazi (MDB), em 2012 –, lidera uma base partidária tradicional e de militância robusta, e, hoje, com as fadigosas indefinições nos movimentos concorrentes, continua sendo o mais lembrado por quem se mostra descontente com as ações do governo de Eloi Mariano Rocha (PSD).
Ninguém pode prever, entretanto, que os números se mantenham durante a campanha ou, principalmente, na abertura das urnas.
Das duas, uma. Ou o prefeito João Rodrigues, de Chapecó, articulador notável do PSD em Santa Catarina, não está a par dos movimentos do mandatário tijuquense, Eloi Mariano Rocha, ou o ex-deputado federal quis mandar um recado direto ao correligionário tijuquense, em um evento de filiação do partido, nesta semana.
Rodrigues disse, durante entrevista ao portal TopElegance, em São João Batista, que Mariano Rocha já havia iniciado a “preparação do sucessor” e que o nome estaria no PSD, partido de ambos. Frases do tipo, curiosamente, foram repetidas sucessivamente, quase como um mantra.
“O professor (Eloi) tem nas fileiras do PSD os melhores nomes. Pela amizade que tenho, digo que o Eloi já prepara o seu sucessor do PSD. Tenho convicção. Ele é um homem inteligente e vai preparar a sua sucessão dentro do quadro do PSD. Assim, fará sua sucessão, porque os melhores estão nas fileiras do PSD”, bradou o mandatário chapecoense.
Se a intenção de Rodrigues era, apenas, puxar sardinha à brasa do partido, o ex-deputado federal precisaria de uma atualização sobre a atuação – ora temerária -, do tijuquense na condução do processo. O Blog, aliás, pode ser uma das fontes.
A histórica liderança exercida pela ex-prefeita Sandra Regina Eccel, de Nova Trento, no MDB, acontecerá, a partir de agora, somente nos bastidores. Candidata à prefeitura por seis vezes (1996/2000/2004/2008/2012/2016), a única mulher a governar uma cidade do Vale não pretende mais concorrer a cargos eletivos.
Uma das justificativas, aliás, é a predisposição do filho da ex-secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Luiz Fernando Eccel Rachadel, que participa de sua primeira legislatura, em governar o município. Embora ainda seja jovem, o herdeiro da família Eccel deve assumir, em breve, a presidência do MDB e aparece, inclusive, como um possível sucessor de Tiago Dalsasso.
“A Sandra não. Hoje, ela só quer ajudar o prefeito Tiago e, depois, ajudar o filho. Se meu filho vai traçar essa vida, os meus dias estão voltados para esse projeto. É um projeto de partido e, claro, no meu caso, levando o nome do Luiz Fernando. Foi tanto sofrimento… É coisa pra essa juventude”, afirmou, em entrevista ao programa LINHA DE FRENTE.
DESACORDO
A ex-prefeita neotrentina não escondeu as divergências com o também ex-mandatário, Orivan Jarbas Orsi, que foi, justamente, o seu vice-prefeito em 2004, mas que, em 2008, confrontou o grupo governista e venceu as eleições.
“Ele fez o que, naquele momento, foi dito a ele para fazer. Se ele queria ser candidato naquele pleito [2008], ele tinha que criar um ambiente de desacordo para ser o candidato. Vínhamos de união, de um trabalho bacana juntos. Achei isso correto? Não. Não era esse o acordo. Mas foi a opção que ele teve e digamos que não estava errado, porque ele logrou êxito”, disse.
Entretanto, na avaliação da líder emedebista, a carreira política de Orsi sofreu prejuízos provocados pelo rompimento. “Trouxe desconfianças que ele carrega até hoje. ‘Será que o Orivan cumpre? Que vai honrar com a palavra?’. O que está acordado não é caro. Caro é romper acordos”, explicou.
Os olhares mais atentos aos movimentos da política tijuquense estiveram voltados, ontem à noite (23), para a residência do vereador Rudnei de Amorim (PSD), que recepcionou os demais parlamentares da base governista e o prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD).
Evidentemente, as conversas giraram em torno da indicação do chefe do Executivo tijuquense à sucessão, no pleito de 2024. Entre os seis nomes citados por Mariano Rocha, horas antes, no LINHA DE FRENTE (conforme mencionado na nota “Quem será o sucessor?”), quatro estavam presentes.
Além do anfitrião, Maickon Campos Sgrott (PP), Maurício Poli (PSB) e Izineide Paloschi participaram do churrasco. Além deles, Écio Hélio de Melo (PP), Cláudio de Oliveira (PP), Ezequiel de Amorim (PSD), Paulo César Pereira (PSD) e Claudemir Correia (PSD) também compareceram.
Conforme apurado pelo Blog, o grupo pretende seguir as estratégias estabelecidas pelo prefeito. A intenção é de que um nome seja definido em consenso, com todos juntos, unidos e remando para o mesmo lado, independentemente dos desejos pessoais.
Se havia qualquer dúvida, não há mais. O prefeito Pedro Alfredo Ramos (MDB), de São João Batista, garante que não será candidato à reeleição em 2024. A declaração foi dada em entrevista ao programa Linha de Frente, ontem (23), na TV Razão.
Segundo o mandatário batistense, a morosidade dos processos e o sistema político complicam a vida do cidadão que assume uma prefeitura. Pedroca afirmou que tem a caneta na mão, mas ela “não tem tinta”.
Disse, ainda, que gostaria de contribuir muito mais com a comunidade, especialmente com causas sociais, mas que não consegue.
SUCESSOR
Pedroca não afirmou o nome que pretende indicar para sua sucessão. Mas mencionou que possui um predileto e que gostaria de apoiá-lo. Prometeu, inclusive, que permitiria acesso à rotina do prefeito para qualquer pessoa de São João Batista que pense assumir o Executivo municipal, como forma de preparação.