As postagens do fim de semana nas redes sociais dos vereadores Maickon Campos Sgrott (PP), Rudnei de Amorim (PSD) e Maurício Poli (UNIÃO) foram praticamente as mesmas. O que se via no perfil de um, era reproduzido com detalhes particulares no dos outros. Todas, evidentemente, tratavam da obra de pavimentação asfáltica na localidade de Terra Nova, no interior de Tijucas.
Pudera, a propósito. O prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD) havia anunciado que dois deles comporiam a chapa governista para a disputa da sucessão municipal, em outubro. E desde então o trio tem seguido de perto cada passo do mandatário tijuquense e, obviamente, abocanhado uma fatia das realizações da gestão.
Mariano Rocha tem, agora, a abstrusa missão de limar um dos dispostos ao dueto situacionista para o pleito majoritário sem provocar fissuras no projeto e transformar a mídia do preterido, que tem sido abundante e elogiosa, em canhão virado para si. Pois então!
Nada que já não se pudesse prever. Principais movimentos de oposição em Nova Trento, PP e PSDB se uniram novamente, assim como nas últimas quatro eleições, para tentar a retomada da prefeitura.
A coalizão, entretanto, deve, pela primeira vez, ser relegada ao arroubo de outro partido. O PL assumiu posição de protagonista no município, indicou o ex-vereador e ex-secretário municipal Maxiliano de Oliveira (ex-PP) como pré-candidato a prefeito, e angariou o apoio das duas tradicionais legendas. O quarteto oposicionista se consolida, ainda, com o UNIÃO BRASIL do pastor evangélico Luiz André Teixeira da Costa, concorrente ao cargo máximo do município em 2020 com 129 votos.
POR GRAVIDADE
O casamento entre PP e PSDB vinha enfrentando dificuldades. Muito por conta da imposta coadjuvação aos tucanos, que iniciaram o projeto conjunto em 2008 e foram, pouco a pouco, sendo minimizados à condição de adjuntos no processo.
Agora, com a ascensão do PL, as duas legendas formalizaram mais uma vez o acordo e assumem, desta vez, o mesmo volume. As possibilidades tendem à indicação do candidato a vice-prefeito, com Edson Hugen (PP), Lerci Girola (PP), Gabriel Battisti (PSDB) e Joel Garbari (PSDB) dispostos.
A badalada noite de filiações dos Progressistas de Tijucas foi, também, o pontapé para a pré-campanha eleitoral do grupo governista. Tanto que, a partir de agora, já se considera a composição PP, PSD e UNIÃO praticamente chancelada.
Diante da definição, cada partido lançou um pré-candidado à chefia do Executivo municipal. Sem surpresas, os nomes foram os dos vereadores Maickon Campos Sgrott (PP), Rudnei de Amorim (PSD) e Maurício Poli (UNIÃO).
Os três estiveram sentados na mesa de honra, que tinha, ainda, as presenças do prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD) e do deputado estadual, Altair Silva (PP), além do ex-vereador e ex-secretário municipal, Sérgio Cordeiro (UNIÃO).
Cordeiro, a propósito, foi o responsável pela condução dos discursos. Em determinado momento, chamou a atenção para o número 110, que seria o resultado da soma dos números do três partidos: 11, 55 e 44.
Já o mandatário deixou um recado direto. Assim como havia feito, horas antes, em um convite – ora convocação -, afirmou que “a partir de agora, é tudo igual”, em alusão ao grupo construído com as três frentes.
De acordo com o prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD), o governo de Tijucas conta atualmente com três pré-candidatos à sucessão municipal: os vereadores Maickon Campos Sgrott (PP), Rudnei de Amorim (PSD) e Maurício Poli (UNIÃO), todos da bancada governista na Câmara.
A informação foi publicizada ontem, no evento de filiações do PP, na sede do Jardim Portobello. Independentemente das alternações do chefe do Executivo municipal, chama a atenção que curiosamente a lista tenha desprezado o projeto do vice-prefeito Sérgio “Coisa Querida” Cardoso (PSD), que se colocava até então entre as opções para a disputa da prefeitura nestas eleições.
Mas o ato tem por quê.
Diante das especulações e elocubrações, o adjunto tijuquense conscientemente teria retirado a pré-candidatura. A decisão não foi direcionada pessoalmente a Mariano Rocha, mas à cúpula estadual do partido, que muito provavelmente repassou a posição ao mandatário municipal.
Coisa Querida vem programando um encontro com apoiadores para um comunicado oficial. E no texto de renúncia, diz-se, não faltariam discursivas a respeito do termo “ingratidão”. A conferir.
O desejo de representar o PL nas eleições municipais de outubro, em Tijucas, segue vivo no empresário Thiago Peixoto dos Anjos. O segundo colocado no pleito de 2020 defende, entretanto, a união do grupo e, principalmente, a coalizão das lideranças.
Em entrevista ao programa LINHA DE FRENTE, Peixoto dos Anjos explicou que, embora houvesse um acordo prévio de que os números das pesquisas de intenção de voto fossem determinantes para a definição do indicado, os três postulantes poderiam chegar a um consenso, por meio do diálogo.
“A forma justa é a pesquisa. Mas uma boa conversa sempre resolve. Da forma que for resolvido, não vai deixar mágoas, rastros, rusgas com ninguém… Quem tiver mais habilidade eleitoral, capacidade de agrupar, capacidade de voto e tenha estrutura. Acredito que os três tem essas condições”, pontuou, em referência ao vereador Fernando Fagundes e o ex-secretário municipal Sidney Machado.
O empresário, ainda, defende uma indicação natural, para evitar que uma imposição atrapalhe os planos do grupo. “Toda vez que algo foi goela abaixo, deu errado. Todo mundo que bateu o martelo e queria ser de qualquer forma, não levou sorte. É só olhar o histórico da cidade. Se não for construído, conversado, subindo degrauzinho por degrauzinho, não dá certo. E nós vamos fazer pra dar certo”, ponderou.
PREFERÊNCIA
Embora ainda defenda a sua própria indicação, Peixoto dos Anjos garante que apoiaria qualquer decisão do partido e que poderia, inclusive, compor chapa como candidato a vice-prefeito ou ajudar, de alguma outra forma, caso Fagundes seja o escolhido.
“O Fernando é um cara de quatro eleições. Um cara testado, retestado e aprovado pelas urnas. Tem uma capacidade de articulação no Governo do Estado enorme, querido… Eu me sentiria 1.000% à vontade de estar ao lado dele, apoiando como candidato a prefeito, caso for. Vamos tentar botar o partido lá dentro, com todo mundo ajudando”, explicou.
A especulada concorrência territorial entre a deputada estadual Ana Paula da Silva (PODE), de Bombinhas, e o ex-prefeito de São João Batista, Daniel Netto Cândido (agora no PSD), foi escancarada. Embora fossem correligionários e mantivessem o discurso de “time”, essa relação nunca passou da diplomacia.
A outorga do PODEMOS batistense ao empresário Alyson dos Santos, irmão do ex-prefeito Aderbal Manoel dos Santos (PP), desafeto de Cândido, evidencia o distanciamento entre a parlamentar e o ex-secretário adjunto de Estado.
Paulinha, agora presidente estadual do partido, concordou que na Capital Catarinense do Calçado o PODEMOS fosse oposição ao projeto do ex-colega de bancada, que planeja concorrer novamente à prefeitura nestas eleições. A legenda deve formar aliança com PL, PP e UNIÃO no município.
Publicamente, a deputada tem dito que ingressou na presidência do PODEMOS para desatrelar a legenda das ações do governo Jorginho Mello e do PL – justamente o avesso das intenções do ex-presidente Camilo Martins – e aproximar o partido da proposta do PSD. Mas na prática, em São João Batista, que pode ser exceção, o alinhamento tem sido rigorosamente o oposto desse plano.
O ex-prefeito Elmis Mannrich, de Tijucas, diz ter notado pelas ruas do município um “sentimento de mudança”. Em paralelo, o presidente local do MDB avalia que o partido há muito tempo não se unia tanto em prol de um projeto político.
Em entrevista ao programa LINHA DE FRENTE, quinta-feira (4), o pré-candidato emedebista à prefeitura ponderou que o cenário atual é muito diferente de 2016, quando o resultado das eleições foi negativo para a legenda. E que hoje, inclusive, o povo tijuquense fala da sua gestão com “saudade”.
“Agora, a cada dia que passa, a população está com mais saudade do Elmis, com o gabinete aberto, atendendo a população, trabalhando todo dia, chegando na prefeitura às seis horas… Eu peguei uma situação de mudança e aconteceu aquele fato. Chega uma hora que as pessoas querem mudar, às vezes, pra pior. Mas querem mudar. Com certeza querem mudar de novo, mas pra melhor. Porque conhecem o que já fizemos pelo povo de Tijucas”, disse o ex-mandatário.
Mannrich pontuou, ainda, que obras de alta aprovação popular são importantes, mas que o atendimento à comunidade não pode ficar em segundo plano. O emedebista frisou também que vê a cidade “parada”, “abandonada” e “triste”.
“É importante ouvir os reclames da sociedade e visitar as pessoas. Fizemos isso com propriedade, mas com simplicidade. Gostamos disso. Tijucas ficou sem (os desfiles de) 7 de Setembro Reveillon, Carnaval, Festival de Talentos… Por isso o nosso partido se colocou à disposição do município. Conhecemos a população e sabemos da necessidade”, disse.
MORRO ABAIXO
Embora destaque a relevância da militância histórica do MDB no processo, o ex-prefeito reconhece a importância de uma composição que fortaleça a proposta. Haveria, inclusive, em andamento, conversas com outros grupos de oposição que tenham o mesmo projeto de “mudança”.
“O ex-governador Luiz Henrique (da Silveira) sempre colocava pra nós: ‘se puder fazer uma eleição morro abaixo, não vamos fazer morro acima’. Hoje tenho convicção de que podemos ganhar a eleição mesmo que PL e UNIÃO tenham projetos próprios. Mas, temos conversado com os dois”, revelou.
Se a decisão final depender única e exclusivamente do prefeito Joel Orlando Lucinda (MDB), de Porto Belo, a chapa formada com Ailto Neckel de Souza (PL), na eleição suplementar de 2022, será reeditada em 2024. O projeto de reeleição do mandatário tem como vice, justamente, o atual adjunto portobelense.
Além da afinidade, Lucinda pontuou, em entrevista ao programa LINHA DE FRENTE, quinta-feira passada (28), que confia extremamente no vice-prefeito e entende, ainda, que a manutenção da dupla é uma questão ética.
“Eu sempre fui uma pessoa muito correta na minha vida pública. Eu não vou enganar. Cabe ao partido, mas a decisão principal é minha. Tivemos um mandato de dois anos. Por que eu vou usar ele para me eleger no primeiro mandato e no segundo não? Eu não faço isso. A pessoa é valorizada. Nunca discutimos, sempre conversamos. É como se fosse da família. Tem união, a gente vê trabalhar e somar”, explicou o mandatário.
A boa relação, aliás, pôde ser vista meses atrás, na transmissão da chefia do Executivo municipal ao adjunto, durante as férias do titular. “Em Santa Catarina, muitos prefeitos têm medo de passar a cadeira pro vice-prefeito. No começo do ano, peguei 12 dias de férias, entreguei a chave da prefeitura, a caneta e falei: ‘nem me incomoda’. Ele tava lá trabalhando. A união faz a força”, completou.
PROCURA-SE RIVAL
A ausência de grupos oposicionistas à administração municipal, fato recorrente desde o pleito municipal de 2020, não preocupa Lucinda. O mandatário portobelense entende que o processo acontecerá naturalmente e no futuro.
“Pelo crescimento, o desenvolvimento… É difícil criar um grupo pra ir contra uma coisa boa. Quando é uma administração fraca, irregular, tem mil candidatos pra tentar chegar no poder. Mas hoje, Porto Belo, pelo jeito que tá sendo administrada, mesmo com algumas falhas, ainda é difícil. Só o tempo vai dizer quem virá para a concorrência”, afirmou.
Diz a tradição cristã que a Páscoa é tempo de celebração e união, tendo como significado a morte e ressurreição de Cristo. Os mais adeptos às práticas religiosas evitam comer carne, na Sexta-feira Santa, em memória ao dia em que Jesus foi crucificado.
Católico fervoroso, o presidente da Câmara de Vereadores de Canelinha, Eloir João “Lico” Reis (PSD), que tradicionalmente recita mensagens da bíblia ao término de cada sessão, sugeriu uma nova prática para o feriado religioso, durante a última reunião do parlamento canelinhense.
“Tem muita gente que vai pra Facebook fazer fofoca. Ao invés de na Sexta-feira Santa não comer carne, eu peço que faça jejum da lingua. Se tiver falando demais, corte-a fora para não falar bobagens. Aproveite, não coma carne, mas faça jejum da lingua também. Ferir o coração do outro é muito triste”, indicou o parlamentar.
A cada amanhecer, uma surpresa no tema “indecisão do prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD) sobre o candidato à sucessão”. O chefe do Executivo tijuquense quer, agora, a participação do funcionalismo na escolha e orientou cada servidor em cargo de comissão a realizar uma “pesquisa” entre familiares e amigos para, a partir do feedback, chancelar a indicação.
Mariano Rocha vem dizendo, de sala em sala, que tem três bons pré-candidatos e que precisa da ajuda da equipe para se decidir. As referências são ao vice-prefeito Sérgio “Coisa Querida” Cardoso (PSD) e aos vereadores Rudnei de Amorim (PSD) e Maickon Campos Sgrott (PP).
JUNTOS NA DOR
A insistência do prefeito em recomendar Sgrott – que desistiu da pré-candidatura meses atrás e nunca pensou em reconsiderar a decisão – tem unido Coisa Querida e Amorim.
O adjunto tijuquense e o líder do governo na Câmara se deram as mãos e, de acordo com fontes precisas do Blog, vêm concordando em um ponto: a inabilidade de Mariano Rocha na condução do processo pode dificultar a eleição.
DEBANDADA
Como consequência primária da hesitação do mandatário tijuquense, aliados vêm trilhando o caminho da independência e se desfazendo das amarras do grupo governista.
A perda dos vereadores Ecio Hélio de Melo para o PL, Maurício Poli e Cláudio de Oliveira para o UNIÃO, e as especuladas migrações dos suplentes José Roberto “Betinho” Giacomossi e Ezequiel de Amorim para grupos alternativos, dão o tom da instabilidade encetada na demanda política do governo.
Soma-se aos prejuízos a conjuntura com o PL municipal, que caminhava serena para a oficialização da aliança, inclusive com bases de acordo estabelecidas, e foi atravancada por conta do embaraço de Mariano Rocha na definição de um nome para a sucessão.