A procrastinação do prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD) quanto a indicação de um nome para a disputa da sucessão municipal tem, a cada dia sem respostas, incomodado mais a velha guarda cola-branca de Tijucas. Figuras históricas e decisivas do grupo – que, inclusive, optaram por ele em tempo hábil naquela fatídica concorrência interna de 2016, contra o ex-vereador Antônio Zeferino Amorim – têm questionado a hesitação do mandatário tijuquense e vêm tomando as rédeas do processo.
Dois apoiadores da gestão, a propósito, estiveram recentemente na prefeitura para cobrar um posicionamento de Mariano Rocha. O resultado do cara-a-cara foi exposto na quarta-feira (24), sem a presença do chefe do Executivo municipal ou de qualquer pré-candidato governista, mas com personagens cabais do movimento em volta da mesa. De acordo com fontes precisas do Blog, a base de apoio já definiu algumas estratégias e agendou outra reunião para esta semana.
Os compromissos da rotina na chefia do Executivo neotrentino e o excesso de atividades que um presidente de partido precisa cumprir durante um ano eleitoral, fizeram com que o prefeito Tiago Dalsasso transmitisse, no sábado, a presidência do MDB local.
A passagem da regência aconteceu em uma rápida cerimônia, realizada no plenário da Câmara de Vereadores. Lideranças históricas, membros do governo, parlamentares, filiados e simpatizantes participaram do ato, chancelando o início da nova presidência.
Luiz Fernando Eccel Rachadel, vereador de primeiro mandato, presidirá a legenda. Jovem e de perfil similar ao do mandatário neotrentino, Rachadel é filho da ex-prefeita Sandra Regina Eccel e, com incentivo da mãe, participa desde criança dos movimentos emedebistas.
Dizem as rodas de conversas sobre os bastidores políticos do município de Santa Paulina, que o herdeiro da família Eccel pode, em 2028, se tudo ocorrer dentro do planejado, concorrer à sucessão de Dalsasso. Entretando, o grupo ainda trabalha com cautela e abre o leque para que outras opções possam se viabilizar.
A dispensa de um dos médicos da rede municipal de Saúde de Governador Celso Ramos, nesta semana, irritou o ex-prefeito e pré-candidato à prefeitura gancheira, Juliano Duarte Campos (PSD). O ex-mandatário acredita que houve perseguição política na demissão.
Duarte Campos explicou, ao Blog, que a exoneração ocorreu após uma foto ser compartilhada nas redes sociais, onde o pai do servidor aparecia ao lado do ex-prefeito. A tal publicação teria, supostamente, incomodado o grupo político adversário.
Durante o expediente, dias depois, o médico foi avisado pela empresa gestora de que aquele seria seu último plantão no Pronto Atendimento do bairro Calheiros, sem apresentar qualquer justificativa para o desligamento.
Horas mais tarde, a mesma empresa terceirizada, responsável pela contratação dos médicos, entrou em contato com o profissional e ofereceu serviços em outras cidades. “Alguma força oculta não quer que eu trabalhe em Governador”, ironizou o ex-servidor gancheiro.
Sem nomear o autor da perseguição, Duarte Campos acusou “políticos da cidade” de pedirem a demissão. “Uma foto levou um médico e oficial da marinha a ser exonerado. É um absurdo. Governador Celso Ramos merece respeito”, afirmou.
A histórica liderança exercida pela ex-prefeita Sandra Regina Eccel, de Nova Trento, no MDB, acontecerá, a partir de agora, somente nos bastidores. Candidata à prefeitura por seis vezes (1996/2000/2004/2008/2012/2016), a única mulher a governar uma cidade do Vale não pretende mais concorrer a cargos eletivos.
Uma das justificativas, aliás, é a predisposição do filho da ex-secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Luiz Fernando Eccel Rachadel, que participa de sua primeira legislatura, em governar o município. Embora ainda seja jovem, o herdeiro da família Eccel deve assumir, em breve, a presidência do MDB e aparece, inclusive, como um possível sucessor de Tiago Dalsasso.
“A Sandra não. Hoje, ela só quer ajudar o prefeito Tiago e, depois, ajudar o filho. Se meu filho vai traçar essa vida, os meus dias estão voltados para esse projeto. É um projeto de partido e, claro, no meu caso, levando o nome do Luiz Fernando. Foi tanto sofrimento… É coisa pra essa juventude”, afirmou, em entrevista ao programa LINHA DE FRENTE.
DESACORDO
A ex-prefeita neotrentina não escondeu as divergências com o também ex-mandatário, Orivan Jarbas Orsi, que foi, justamente, o seu vice-prefeito em 2004, mas que, em 2008, confrontou o grupo governista e venceu as eleições.
“Ele fez o que, naquele momento, foi dito a ele para fazer. Se ele queria ser candidato naquele pleito [2008], ele tinha que criar um ambiente de desacordo para ser o candidato. Vínhamos de união, de um trabalho bacana juntos. Achei isso correto? Não. Não era esse o acordo. Mas foi a opção que ele teve e digamos que não estava errado, porque ele logrou êxito”, disse.
Entretanto, na avaliação da líder emedebista, a carreira política de Orsi sofreu prejuízos provocados pelo rompimento. “Trouxe desconfianças que ele carrega até hoje. ‘Será que o Orivan cumpre? Que vai honrar com a palavra?’. O que está acordado não é caro. Caro é romper acordos”, explicou.
Os últimos atos do hoje deputado estadual Emerson Stein (MDB) como prefeito de Porto Belo, entre 1º de janeiro e 25 de março de 2022, foram aprovados pelo TCE-SC (Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina) nesta semana.
A recomendação positiva do órgão foi encaminhada à Câmara de Vereadores, após o período de apreciação. Foram aprovodas, ainda, os dois distintos momentos em que o atual prefeito Joel Orlando Lucinda (MDB) administrou a cidade.
Lucinda assumiu o governo portobelense, ainda de maneira interina, no dia 26 de março, logo após a renúncia de Stein e do então vice-prefeito Elias Cabral. Uma eleição suplementar foi realizada e o interino venceu o pleito. Em 23 de junho, ele assumiu a gestão de maneira definitiva.
RESULTADO CELEBRADO
Stein fez questão de comemorar a aprovação e compartilhou o resultado com o atual mandatário portibelense. “Parabéns prefeito Joel e equipe pelo trabalho realizado. A transparência e responsabilidade marcaram a nossa gestão. Gratidão a todos que depositaram a sua confiança em nossos mandatos”, escreveu.
O ex-prefeito de São João Batista e suplente de deputado estadual Daniel Netto Cândido (PODE) saboreia o momento que mais aguardou desde as eleições gerais de 2022: a convocação da Alesc para assumir uma cadeira no parlamento catarinense. O pedido de licença do titular Camilo Martins (PODE) foi publicado ontem à noite, e abriu espaço para o batistense.
A posse de Cândido, aliás, já está agendada e deve ser oficializada no dia 7 de fevereiro, no plenário, no retorno das sessões do Legislativo. Entretanto, o ex-mandatário batistense pode assumir a vaga na próxima segunda-feira (29).
Embora disputem o direito de representar o grupo governista no pleito de outubro, os dois pré-candidatos do PSD à prefeitura de Tijucas, Sérgio “Coisa Querida” Cardoso e Rudnei de Amorim, optaram por, até aqui, manter a cordialidade e respeito no duelo.
O vice-prefeito e o vereador, naturalmente, mantém atividades paralelas e apresentam seus predicados. Mas, segundo fontes do Blog, ambos preferem deixar qualquer diferença de lado e zelar pela unidade do “time” construído ao longo dos últimos anos.
A dupla defende que o grupo precisa trabalhar em uma única direção, para que consiga a sucessão do governo de Eloi Mariano Rocha. A expectativa, ainda, é de que o preterido, independentemente de quem seja, mantenha-se ativo na campanha.
Uma pesquisa de intenção de votos, inclusive, foi contratada e deve ser aplicada ainda neste mês. O intuito é identificar, justamente, quem se apresenta como opção mais viável para o pleito que se avizinha.
Uma profecia lançada pelo deputado estadual Carlos Humberto Metzner Silva (PL), neste final de semana, causou alvoroço no meio político do Vale do Rio Tijucas. Uma foto, três personagens da região e uma legenda forte foram o suficiente para o barulho.
O parlamentar foi fotografado, em um evento promovido na Marina Rio Tijucas, cercado pelo prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (PL), de Canelinha, o empresário Felipe Lemos (PL), de São João Batista, e o vereador Fernando Fagundes (MDB), de Tijucas.
No retrato, Metzner Silva cravou: “atual e futuros prefeitos”. Com “atual”, óbvio, o parlamentar se referia ao canelinhense, eleito em 2020 e candidato natural à reeleição em outubro. Já Lemos e Fagundes se lançaram como pré-candidatos em suas respectivas cidades.
O empresário, entretanto, teria um caminho menos conturbado. Afinal, aparece como a grande liderança construída pelo PL na Capital Catarinense do Calçado, preside a legenda e é o único pré-candidato do grupo. A situação do herdeiro da família Fagundes é a mais indefinida entre os três.
Vereador por quatro mandatos consecutivos, Fernando garante que quer concorrer à prefeitura em 2024. Mas, internamente, enfrenta a disputa com o ex-prefeito e presidente do MDB local, Elmis Mannrich. Fagundes, aliás, segue sendo assediado pelo PL e Metzner Silva é, justamente, o maior entusiasta da filiação.
Se ela acontecerá ou não, só o tempo, o único e verdadeiro senhor da razão, dirá. Mas as profecias… essas estão devidamente lançadas.
Ao tempo em que o PDT de Tijucas se reestrutura, renova as expectativas e caminha para o pleito de outubro sob nova direção, perde em representatividade com a saída iminente do vereador Erivelto Leal dos Santos, o Danone. Ele permanece no partido apenas até 6 de abril, no fim da janela de transferências, e, inclusive, já comunicou a regência local da legenda sobre a decisão.
O movimento, segundo apurado pelo Blog, não tem a ver com a mudança de comando e, sobretudo, com o ingresso do colega de parlamento Cláudio Eduardo de Souza na presidência da comissão municipal – que, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), teve atividade encerrada em setembro de 2021. “Sempre cobrei que estivéssemos unidos e atuantes, e que o partido se fortalecesse. Ficamos três anos sem qualquer ação nesse sentido”, reclama.
FUTURO
Leal dos Santos garante que continua na política e que deve se recandidatar ao Legislativo nas próximas eleições, mas com outra legenda. “Tenho convites de muitos partidos e boa relação com todos. MDB, PP, PL e PT são alguns. Posso estar na oposição ou na situação”, revela o vereador.
Sempre que a disputa política de Canelinha entra na reta final, um nome em especial passa a ser frequente nas rodas de especulação da cidade: o do radialista José Carlos Trindade, popular Carlinhos, marido da vereadora Neli Ferreira (MDB).
Embora jamais tenha participado efetivamente de uma concorrência majoritária, o locutor da Canelinha FM tem status de liderança no MDB e ostenta popularidade e prestígio social, o que, para alguns entusiastas da proposta, seriam requisitos capazes de intensificar as chances de vitória no pleito. E quando uma possibilidade passa a ser oportunidade, cria-se a expectativa.
Consultado pelo Blog, entretanto, Trindade não confirma qualquer intenção de concorrer à prefeitura, mas revela que tem recebido investidas. “Meu nome aparece na pesquisa espontânea, fruto do meu trabalho, e isso faz com que as pessoas me questionem sobre uma candidatura. Ainda acho que minha mulher, Neli, atuante na política há muitos anos, tem mais argumentos para ser prefeita”, diz.
CHOQUE INTERNO
Caso decidisse assumir esse desafio, Carlinhos teria um lide a tratar: a união do MDB local e os conflitos com o ex-prefeito Moacir Montibeler, nome de comando na legenda e com quem ele e a mulher atualmente não comungam. “Embora sejamos MDB, o partido, em Canelinha, tem dono. E com isso não concordamos”, conta, antes de dizer que “não existe, atualmente, qualquer relação” entre eles e o ex-mandatário canelinhense.
LIVRE E LEVE
Sobre a cena atual e as possibilidades para o pleito de outubro, Trindade usa os argumentos da esposa e garante que não teria dificuldades de “construir pontes” com adversários de outrora. “Tenho ótima relação com o atual prefeito (Diogo Francisco Alves Maciel (PL)), e o vereador Robinson (Carvalho Lima (PP), principal liderança de oposição na Câmara) é meu amigo e frequenta a minha casa”, garante.
Exclusivamente, o radialista revelou que, inclusive, já teria conversado com Carvalho Lima acerca de um projeto para as próximas eleições.