O empresário João Francisco de Campos, popular Titico, não faz política. Mas vem preparando a sucessão.
No fim de semana, durante os ensejos da Festa de São Cristóvão, repetia orgulhosa e emocionadamente que vem considerando a retirada. “Curtir um pouco a vida, porque o tempo passa”, justificava, com os olhos voltados ao futuro: o filho Neri Francisco de Campos Neto e o próximo da linha sucessória, o netinho João Francisco de Campos Neto (foto). E não esquecia, claro, da caçula Gabriella Marques de Campos, que se forma em Psicologia neste ano e que, pelo pai, segue na condução dos negócios da família.
Referência no ramo, a Titico Despachante chega a 34 anos de fundação – mesmo tempo do casamento com a sócia Josiane Marques Vieira –, consolidada em Tijucas e região, segura e, ao que tudo indica, com os próximos passos muito bem planejados.
Passados sete dias do trágico falecimento do presidente do Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto) de Tijucas, Luiz Rogério “Rogerinho” da Silva, o prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD) visitou as instalações da autarquia pela primeira vez.
O mandatário esteve na sede administrativa da pasta, conversou com servidores e se inteirou dos assuntos rotineiros. Além disso, cumpriu um roteiro de visitação na estação de captação e tratamento de água, no bairro Itinga.
Nas redes sociais, Mariano Rocha afirmou que este é um “momento de reestruturações”. O Blog apurou que o mandatário ainda não definiu quem será o responsável por conduzir a autarquia. Entretanto, a nomeação deve ocorrer nesta semana.
O tema é tratado com delicadeza, em respeito à memória do ex-presidente, já que Rogerinho era bastante ativo em diversos setores da administração municipal e boa parte dos servidores, sobretudo os da própria autarquia, seguem lastimosos com a perda.
A badalada noite de filiações dos Progressistas de Tijucas foi, também, o pontapé para a pré-campanha eleitoral do grupo governista. Tanto que, a partir de agora, já se considera a composição PP, PSD e UNIÃO praticamente chancelada.
Diante da definição, cada partido lançou um pré-candidado à chefia do Executivo municipal. Sem surpresas, os nomes foram os dos vereadores Maickon Campos Sgrott (PP), Rudnei de Amorim (PSD) e Maurício Poli (UNIÃO).
Os três estiveram sentados na mesa de honra, que tinha, ainda, as presenças do prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD) e do deputado estadual, Altair Silva (PP), além do ex-vereador e ex-secretário municipal, Sérgio Cordeiro (UNIÃO).
Cordeiro, a propósito, foi o responsável pela condução dos discursos. Em determinado momento, chamou a atenção para o número 110, que seria o resultado da soma dos números do três partidos: 11, 55 e 44.
Já o mandatário deixou um recado direto. Assim como havia feito, horas antes, em um convite – ora convocação -, afirmou que “a partir de agora, é tudo igual”, em alusão ao grupo construído com as três frentes.
As declarações do prefeito Pedro Alfredo Ramos (MDB), de que caso fosse candidato à reeleição teria o vereador Mário Antônio Garcia Teixeira (PL) como companheiro de chapa, dadas exclusivamente em entrevista ao programa LINHA DE FRENTE, quinta-feira (25), causaram surpresa e agitação nos bastidores da política de São João Batista.
Estranheza maior, a propósito, foi a do presidente municipal do PL, empresário Felipe Lemos. “Não vejo como isso poderia acontecer. Temos uma executiva local que trabalha em consonância com a proposta do Governo Estadual, autonomia absoluta na condução do nosso projeto para o município, e em momento algum nosso grupo avalizou uma conjuntura com o prefeito”, diz, com exclusividade ao Blog.
Lemos frisa que “o PL tem excelentes nomes para a disputa da prefeitura nestas eleições” e que o partido vem participando do bloco de oposição em São João Batista, alinhado ao PP, ao UNIÃO BRASIL e ao PODEMOS. “Conversamos com todas as lideranças que nos procuram, mas representamos a mudança. Buscamos um modelo de gestão diferente, com novas ideias, acreditamos no que estamos construindo e não temos interesse na proposta de continuidade da administração municipal”, reforça o presidente.
Das duas, uma. Ou o prefeito João Rodrigues, de Chapecó, articulador notável do PSD em Santa Catarina, não está a par dos movimentos do mandatário tijuquense, Eloi Mariano Rocha, ou o ex-deputado federal quis mandar um recado direto ao correligionário tijuquense, em um evento de filiação do partido, nesta semana.
Rodrigues disse, durante entrevista ao portal TopElegance, em São João Batista, que Mariano Rocha já havia iniciado a “preparação do sucessor” e que o nome estaria no PSD, partido de ambos. Frases do tipo, curiosamente, foram repetidas sucessivamente, quase como um mantra.
“O professor (Eloi) tem nas fileiras do PSD os melhores nomes. Pela amizade que tenho, digo que o Eloi já prepara o seu sucessor do PSD. Tenho convicção. Ele é um homem inteligente e vai preparar a sua sucessão dentro do quadro do PSD. Assim, fará sua sucessão, porque os melhores estão nas fileiras do PSD”, bradou o mandatário chapecoense.
Se a intenção de Rodrigues era, apenas, puxar sardinha à brasa do partido, o ex-deputado federal precisaria de uma atualização sobre a atuação – ora temerária -, do tijuquense na condução do processo. O Blog, aliás, pode ser uma das fontes.
Não é incomum, em períodos que antecedem uma eleição, que os cidadãos mais atentos ao cotidiano da política promovam, com amigos e familiares, simples e rápidas pesquisas que, embora não prevejam o resultado de um pleito, podem ajudar e muito nas tomadas de decisões.
O ex-vereador Antônio Zeferino Amorim pode ter usado ferramenta similar para confirmar sua ida ao MDB – que deve ser oficializada nos próximos momentos. Afinal, dias atrás, em uma propriedade particular, o policial militar aposentado simulou uma eleição municipal.
Os convidados do encontro eram conduzidos a um livro de registros e recebiam cédulas previamente produzidas. Nelas, cada um escolhia entre três opções: uma com inclinação governista, outra tradicionalmente oposicionista e um terceiro nome como alternativa aos movimentos históricos.
Um a um, os “eleitores” depositavam os sufrágios em uma urna. Mais tarde, o recipiente foi aberto e os 25 votos contabilizados. O Blog teve acesso ao resultado, mas, por respeito ao processo eleitoral legítimo, priva-se da divulgação do escrutínio.
Pode-se revelar, entretanto, que houve diferença mínima entre o primeiro e o segundo colocados, e uma vantagem importante de ambos para o terceiro. Pois então…
Certa feita, o jornalista e historiador Leopoldo Barentin, fundador do Jornal Razão, referiu-se ao vice-prefeito Sérgio “Coisa Querida” Cardoso (PSD), de Tijucas, como “um cidadão cosmopolitano”. A citação obviamente vem da experiência global do adjunto tijuquense, sobretudo das viagens internacionais e cursos mundo afora, e das influências que recebeu e implantou na esfera local, principalmente nos setores produtivo, comercial e de Educação.
Agora pré-candidato à sucessão municipal, Cardoso segue o mesmo ritmo, e crente que as referências além dos muros de Tijucas ainda são a fonte do sucesso. As provas são os “intercâmbios” com gestões elogiadas – e de correligionários –, como as de Clésio Salvaro em Criciúma, Topázio Neto em Florianópolis, e João Rodrigues em Chapecó, que ele tem frequentado e tomado como modelos.
Na região, as visitas recentes foram aos prefeitos Tiago Dalsasso (MDB), em Nova Trento, e Diogo Francisco Alves Maciel (PL), em Canelinha, duas jovens escolhas da comunidade para a condução dos municípios e que têm bons índices de aprovação segundo as pesquisas.
A cada amanhecer, uma surpresa no tema “indecisão do prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD) sobre o candidato à sucessão”. O chefe do Executivo tijuquense quer, agora, a participação do funcionalismo na escolha e orientou cada servidor em cargo de comissão a realizar uma “pesquisa” entre familiares e amigos para, a partir do feedback, chancelar a indicação.
Mariano Rocha vem dizendo, de sala em sala, que tem três bons pré-candidatos e que precisa da ajuda da equipe para se decidir. As referências são ao vice-prefeito Sérgio “Coisa Querida” Cardoso (PSD) e aos vereadores Rudnei de Amorim (PSD) e Maickon Campos Sgrott (PP).
JUNTOS NA DOR
A insistência do prefeito em recomendar Sgrott – que desistiu da pré-candidatura meses atrás e nunca pensou em reconsiderar a decisão – tem unido Coisa Querida e Amorim.
O adjunto tijuquense e o líder do governo na Câmara se deram as mãos e, de acordo com fontes precisas do Blog, vêm concordando em um ponto: a inabilidade de Mariano Rocha na condução do processo pode dificultar a eleição.
DEBANDADA
Como consequência primária da hesitação do mandatário tijuquense, aliados vêm trilhando o caminho da independência e se desfazendo das amarras do grupo governista.
A perda dos vereadores Ecio Hélio de Melo para o PL, Maurício Poli e Cláudio de Oliveira para o UNIÃO, e as especuladas migrações dos suplentes José Roberto “Betinho” Giacomossi e Ezequiel de Amorim para grupos alternativos, dão o tom da instabilidade encetada na demanda política do governo.
Soma-se aos prejuízos a conjuntura com o PL municipal, que caminhava serena para a oficialização da aliança, inclusive com bases de acordo estabelecidas, e foi atravancada por conta do embaraço de Mariano Rocha na definição de um nome para a sucessão.
O interesse do Partido Liberal (PL) em contar com o prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (Republicanos), de Canelinha, está mais do que claro. Tanto que, nesta semana, durante o evento de filiação do empresário Felipe Lemos, o mandatário canelinhense foi convidado publicamente a aderir ao projeto da sigla.
Durante seu discurso, o deputado estadual Carlos Humberto Metzner Silva (PL) disse que deixaria a “passagem” para o partido no bolso de Maciel. Questionou, ainda, se o prefeito já se filiaria no mesmo evento ou se marcaria outra reunião para selar a adesão.
Já o líder do PL na Assembleia Legislativa, deputado Ivan Naatz, chegou a anunciar Maciel como o “próximo prefeito do partido”.
Ao Blog, o mandatário canelinhense afirmou que o ingresso no PL depende de alguns alinhamentos, especialmente com relação a parcerias necessárias para atender às demandas da Terra das Cerâmicas. “Preciso ter parceiros que me ajudem a conduzir Canelinha. Desde que seja uma troca justa, um apoio mútuo…”, explicou.
Os canelinhenses e, principalmente, os funcionários do Hospital e Maternidade Maria Sartori Bastiani foram pegos de surpresa, sexta-feira (24), com a notícia da terceirização integral dos serviços da unidade. Até o momento, apenas os atendimentos eram realizados por uma cooperativa médica sob contrato com o município. O processo de comutação vinha sendo conduzido com muita discrição e reservas na prefeitura.
Os burburinhos, no entanto, ganharam força nos últimos dias. Tanto que a vereadora Neli Ferreira (MDB) protocolou requerimento na Câmara Municipal, terça-feira (21), para que o município se manifestasse sobre o assunto.
A confirmação dos rumores chegou primeiramente aos servidores do hospital. Representantes da empresa que deve administrar a unidade nos próximos 90 dias estiveram no local e orientaram os profissionais contratados a se dirigirem ao setor de recursos humanos da prefeitura para regularizarem as rescisões. A medida provocou grande tumulto e se transformou no assunto do momento na imprensa local e redes sociais.
…
IMPULSO
O técnico de enfermagem Alex de Assis recorreu ao Facebook para classificar o ato de “cachorrada”. A postagem, contudo, assim que disseminada em grande escala nos grupos de conversação online, desapareceu. O funcionário relatou a interlocutores do Blog que teria sido interpelado por representantes da administração municipal e que, em seguida, teve a conta na mídia social hackeada.
…
VERBA RESERVADA
Alheios ao processo, os vereadores de Canelinha aprovaram, há duas semanas, projeto do Executivo que previa investimentos na casa de R$ 1 milhão no Hospital e Maternidade Maria Sartori Bastiani. O texto da proposta justificava a necessidade de “melhorias” na unidade. Os parlamentares — ou, pelo menos, a maioria deles — sequer desconfiavam que o montante pudesse ser usado para o custeio em caráter de urgência da terceirização dos serviços do hospital; hipótese que vem sendo amplamente conjeturada no Legislativo municipal desde a elucidação dos fatos.
…
AMPLIAÇÃO E QUALIFICAÇÃO
Consultado pelo Blog, o prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (REPUBLICANOS) justificou que existe uma demanda na ampliação dos serviços e que, com um grupo privado na condução do hospital, teria maior liberdade para contratações e substituições de profissionais sem necessidade de concurso público ou processo seletivo. O chefe do Executivo canelinhense pontuou, ainda, que a gestão da unidade continuaria sendo do município e que, com a implantação do novo modelo, conseguiria expandir o quadro funcional e qualificar o atendimento. “Desde que entrei na prefeitura, há reclamações. A única maneira de melhorar, é mudando o contrato. Se eu seguir com as mesmas pessoas, a tendência é que as queixas continuem”, explica.
Ouça, na íntegra, a declaração do mandatário canelinhense sobre o tema: